Thursday, December 29, 2005

A Long Time Ago in a Galaxy Far, Far Away


Quando há poucos dias fiz um balanço daqueles que seríam os melhores filmes do ano de 2005, esqueci-me de referir um muito especial. Mas veio mesmo a calhar, porque acho que merece um post individual. 28 anos depois, a mítica saga Star Wars foi concluída com o Episódio 3 – A Vingança dos Sith. George Lucas alcançou o sonho pessoal e o de milhões de fãs com o melhor filme dos primeiros três episódios. Muitos tinham ficado algo desiludidos com os dois primeiros capítulos, e penso que com razão. A trilogia (episódios 4 ao 6) iniciada em 1977 com Star Wars IV tinha menos efeitos especiais mas as personagens e as “estórias” depressa conquistaram o coração do público e colocaram George Lucas no topo. O realizador norte-americano esperou que houvesse condições para fazer os restantes filmes da maneira que ele sonhara, e falo em câmaras digitais juntamente com novos e potentes meios para incorporar efeitos especiais na acção dos filmes. A era digital veio nos anos 90 e George Lucas recomeçou a sua obra em 1999. Mas algo faltava aos novos dois episódios da era digital. Os efeitos especiais eram, sem dúvida, impressionantes, mas as “estórias” não conseguíam tocar o público da maneira que os antigos episódios o tinham feito. George Lucas nunca conseguiu ser um mestre na direcção de actores, mas sempre conseguiu compensar isso com argumentos muito bons. Mas eis que chega finalmente o muito aguardado último capítulo da saga, e com ele alguns dos momentos mais aguardados do cinema. O filme é dos mais negros, se não mesmo o mais negro de todos, e todos os fãs vibraram ao assistir ao nascimento de um dos maiores vilões da história do cinema: Darth Vader. Esta foi uma cena bastante bem conseguida no filme, que chega a arrepiar, visto ser um momento muito emocionante para todos aqueles que durante anos vibraram com as aventuras dos cavaleiros Jedi e com o lado negro da Força. O Episódio 3 faz a ligação para os restantes episódios da saga e revela as partes da “estória” que ainda faltavam para o puzzle encaixar na perfeição. Este filme junta tudo: emoção, efeitos especiais, argumento muito forte e a lendária música de Star Wars. Todo ele foi rodado em câmaras digitais e transferido nesse formato para suites de pós-produção, evitando assim as habituais e dispendiosas transferências de película para digital e de digital para película. Quem teve oportunidade de ver o filme em projecção digital (em Portugal só o foi possível numa sala do cinema Alvaláxia) pôde apreciar todo o esplendor da obra de Lucas na qualidade máxima, pois assim assistiu a uma versão sem conversões de digital para película.
Foram assim precisos esperar 28 anos para poder assistir aos 6 filmes do universo Star Wars. Mas valeu a pena! George Lucas construiu um imaginário fantástico e é um nome incontornável do cinema de ficção científica. Os fãs incondicionais podem agora comprar os 6 dvd’s e assistir a tudo de seguida!!!
May the Force be With You!

Friday, December 23, 2005

A Beleza venceu a Besta


E aqui temos o tão aguardado regresso de Peter Jackson com o remake de “King Kong”. Muita expectativa se tinha gerado em torno daquele que é um dos filmes mais caros da história do cinema: 207 milhões de dólares foi o orçamento para produzir esta obra de 3 horas para o grande ecrã. E o realizador que tinha amealhado 17 óscares pela Trilogia de “Lord Of The Rings” não deixa os seus créditos por mãos alheias. Ao ver o filme percebe-se porquê. Peter Jackson domina totalmente as ferramentas (cinematográficas, entenda-se) ao seu alcance para contar a “estória” de uma equipa de filmagens que desembarca numa ilha e corre inúmeros perigos para conseguir o ojectivo de fazer um filme. A protagonista do filme acaba por ser levada por King Kong e o resto da “estória” já todos conhecem... o que não se conhecia era a versão idealizada pelo realizador neo-zelandês, um portento de efeitos especiais, emoção e adrenalina. Algumas secções do filme são tão rápidas, com tanta acção, que quase nos deixam sem respiração e algumas cenas fazem mesmo lembrar as grandiosas batalhas de “Lord Of The Rings”, embora aqui as circunstâncias e as personagens sejam totalmente diferentes. Mas a mesma mestria em filmar e capturar as partes mais importantes da “estória” continua lá. O desempenho dos actores é bastante bom, com óbvio destaque para Naomi Watts. É de realçar a qualidade do seu desempenho, ainda para mais sabendo que grande parte das cenas foram gravadas com a actora contra um fundo azul (blue screen, que depois é acrescentado o resto das personagens e paisagem em pós-produção) em que não interage com ninguém, e a sua expressividade, particularmente nas cenas com King Kong, é impressionante. Se para alguns Naomi Watts era uma jovem promessa de Hollywood, após “King Kong” passa definitavamente a ser uma certeza.
Quanto à fotografia, música, guarda-roupa, etc., tudo apresenta um nível elevado. Aliás são poucos os pontos fracos deste filme, embora os haja.
Também lá está a crítica a uma sociedade consumista, que não se importa com os direitos dos animais e que no fim acaba por sofrer as consequências disso mesmo. “King Kong” é de facto o blockbuster do ano. Mas este vale a pena, ou não tivesse sido idealizado por Peter Jackson...

Sunday, December 18, 2005

No País Das Maravilhas




Gonçalo Pereira. Para muitos, um ilustre desconhecido. Quem o conhece sabe que é um dos maiores valores da música portuguesa. É impossível vê-lo tocar guitarra e ficar indiferente. Depois de muitos anos a tocar covers em bares e a tocar na banda de Paulo Gonzo, Gonçalo decidiu arriscar e lançou em 1998 o seu primeiro álbum a solo, “Tricot No País das Maravilhas”. Desde aí construiu uma sólida base de fãs que o têm seguido em “Upgrade” (1999) e “gonçalopereira@g_spot” (2003). Não vou aqui falar dos álbuns um a um. Gonçalo é um autêntico virtuoso das seis cordas e quem tiver curiosidade experimente ouvir aquilo de que é capaz. A reacção normal das pessoas a quem eu levei a ver concertos é ficarem de boca aberta ao vê-o tocar e perguntarem-se como é possível nunca terem ouvido falar dele. Pois bem, estamos em Portugal. Se Gonçalo Pereira fosse norte-americano provavelmente andaria nas bocas do mundo. A nível técnico não fica muito a dever aos grandes mestres da guitarra eléctrica contemporâneos, de Satriani a Steve Vai ou Eric Johnson. Quem já o viu tocar o imortal “Movimento Perpétuo” de Carlos Paredes em guitarra eléctrica(!!!) percebe porquê. Mas neste país tem que pagar do seu bolso para gravar os álbuns, e promoção é coisa que quase não se vê: a comunicação social está cheia de coisas como D’ZRT, artistas pimba ou hip-hop norte-americano. Música de qualidade não interessa muito falar, dá pouca audiência e ainda caímos no risco de poder educar um pouco as massas, no que a música diz respeito.
Mas o motivo deste post foi um DVD que Gonçalo lançou no mercado em Setembro deste ano. Intitulado “Another Day In Another World”, o disco inclui o concerto gravado no Hard Club em Gaia, e uma série de extras para melhor ficarmos a conhecer o artista, o seu estúdio e a sua música. Além disso temos ainda uma secção com aulas de guitarra do próprio mestre, e podemos aprender a tocar algumas secções das suas músicas (as partes mais fáceis, outras nem tanto...). A edição especial de dois discos traz ainda o último álbum de originais de Gonçalo, para quem não tem: “gonçalopereira@g_spot”.
Lançamentos destes são de louvar, num panorama musical tantas vezes marcado pela apatia ou pelo lançamento desmesurado de colectâneas e best of's apenas para fazer dinheiro (especialmente nesta época natalícia). Apesar de já haver dvd’s intrucionais de guitarra no mercado, este lançado por Gonçalo Pereira não deixa de ser inovador nalguns aspectos. Aconselhado a quem toca ou simplesmente gosta de guitarra eléctrica.
Mas o meu conselho é mesmo verem Gonçalo Pereira ao vivo. Tenho a certeza que vão ter a mesma reacção que falei há pouco: “Como é que nunca tinha ouvido falar dele?”. Penso que não há ainda datas de concertos confirmadas para os próximos tempos. Quando houver confirmações farei um post aqui no blog a avisar os possíveis interessados.

A outro nível, Gonçalo formou uma banda de rock chamada Blister que lançou o seu primeiro álbum em 2004, “Without Truth You Are The Loser”. Aqui não há espaço para muitos virtuosismos, apenas puro rock n’roll. Talvez por isso já tenham ouvido, sei que tem passado nas maiores rádios e um dos temas entra até na banda sonora de uma novela da TVI .

Mais informações: www.goncalopereira.pt

Tuesday, December 13, 2005

Balanço 2005


Sei que é cliché, no último mês do ano, escolher os melhores artistas/obras dentro das mais diversas áreas. Mas não resisti a fazê-lo. Aqui vão algumas das minhas escolhas/sugestões cinematográficas do ano. Para mim estes filmes foram o melhor que se fez durante 2005, obviamente de entre aqueles que tive oportunidade de ver. Certamente muita coisa ficou por ver e criticar, mas é apenas uma escolha muito subjectiva... espero que vos aguce a curiosidade, se é que ainda não tiveram oportunidade de ver estes filmes.

(Ordem aleatória)

Crash (Colisão): uma soberba estreia de Paul Haggis na realização. Além disso o canadiano escreveu também o argumento daquele que foi um dos melhores filmes do ano. Um pouco ao jeito de "Magnólia", várias personagens e destinos acabam por se cruzar e interligar na mesma estória, numa trama complicada mas extremamente bem desenvolvida por um argumento maduro e organizado. Haggis explora as tensões raciais na cidade de Los Angeles, mas de uma forma inteligente e dinâmica que nos deixa “presos” ao ecrã durante duas horas. Paul Haggis era já um argumentista de créditos firmados, nomeado para o Óscar com “Million Dollar Baby” e autor de inúmeras séries de sucesso na TV, agora é também uma promessa (ou certeza?) na realização.


Sin City (A Cidade do Pecado): Frank Miller (autor da banda desenhada) e Robert Rodriguez juntaram-se num projecto aliciante, adaptar a “escura” e violenta Sin City para o grande ecrã. Um filme fantástico (não aconselhado a pessoas mais sensíveis ou impressionáveis) e uma fiel adaptação dos comics de Frank Miller, que junta violência, sexo, corrupção e humor negro. A parte visual é arrebatadora: a mistura de preto e branco com alguns laivos de cor, um look de film noir e a gravação totalmente em formato digital compõem uma cinematografia nunca antes vista. Para ajudar à festa temos ainda Quentin Tarantino como realizador convidado (realiza uma das cenas do filme) e um elenco fenomenal.


Les Poupées Russes (As Bonecas Russas): Já aqui falei anteriormente sobre este filme realizado por Cédric Klapisch, na sequência de “A Residência Espanhola”. Um grande argumento (Cédric Klapisch escreveu uma “estória” quase sem momentos fracos), Romain Duris (Xavier, a personagem principal) com um desempenho fantástico e uma realização extremamente competente fazem deste filme uma das surpresas do ano. Em suma, cinema europeu ao melhor nível.


Friday, December 09, 2005

The Greatest Surf Show On Earth


Encontra-se em período de espera, desde ontem, um dos maiores espectáculos desportivos do planeta. O Rip Curl Pro Pipeline Masters (8-20 Dezembro) é a última etapa do circuito Mundial de Surf (WCT), e conta com os 45 maiores surfistas do mundo. Este ano, apesar da questão do título já estar resolvida, a expectativa mantém-se elevada devido ao prestígio desta etapa e à possibilidade de vermos actuar os melhores nas melhores ondas do mundo. Além disso todos querem arrecadar o título de Pipeline Master, esteja ou não em discussão o título mundial. Pipeline é um dos berços desta modalidade e a meca do surf mundial, os seus lendários tubos e ondas potentes encantam milhões de surfistas por esse mundo fora. E é um privilégio podermos assistir em directo, no conforto de casa, ao desenrolar do campeonato. (http://www.triplecrownofsurfing.com/pipeline/index.php). Os meus parabéns à ASP (Association of Surfing Professionals) pela qualidade das transmissões e comentários via Internet. Das Fiji ao Japão, passando pelo Brasil e Hawai, todas as etapas podem ser acompanhadas em directo. Para quem ainda não viu, e aos que gostam de surf, acreditem que vale mesmo a pena.
As contas desta época estão feitas: Kelly Slater venceu o título mundial pela 7ª vez (novo recorde) com uma prestação surpreendente que arrasou a concorrência. E Slater continua a bater recordes: o norte americano conquista o mundial com 33 anos de idade, e obteve a melhor classificação de sempre numa final (Billabong Pro Tahiti 2005) ao terminar com duas notas 10 (em pontuações de 0 a 10)!!!
Sintonizem-se e Boas Ondas!

Tuesday, December 06, 2005

Raiva e Mais Raiva


Há dias e semanas em que tudo corre mal. O que vale é que temos sempre algo para nos animar. A minha música da semana é esta: Saint Anger!!! James Hetfield de volta aos seus bons momentos de composição: podemos sentir toda a raiva que esta música liberta, não só pela sonoridade mas também pela letra, que é bastante significativa. Há pessoas que preferem descarregar nas outras quando algo não lhes corre bem, pois para mim o melhor remédio é mesmo ouvir música e descarregar as energias de outra forma... e os "velhos" Metallica têm sempre algo para nos surpreender. Hetfield partilha connosco uma fase complicada da sua vida, após ultrapassar uma reabilitação para o ajudar a livrar-se de alcóol e drogas.
Quanto a Saint Anger, o álbum fica um pouco aquém daquilo que seria de esperar de uma banda como Metallica, de qualquer forma algumas músicas estão bastante enérgicas e rápidas, de certa forma um regresso aos tempos de Kill' Em All. Só faltam os solos de guitarra... e uma produção menos monótona, ouvir este som de tarola durante 70 minutos não é saudável.
Esta é para ser ouvida com o volume bem alto. Enjoy!!!


Saint anger round my neck
Saint anger round my neck
He never gets respect
Saint anger round my neck

(You flush it out, you flush it out)
Saint anger round my neck

Fuck it all and no regrets
I hit the lights on these dark sets
I need a voice to let myself, let myself go free
Fuck it all and no regrets
I hit the lights on these dark sets
I tie a noose, i hang my self, saint anger round my neck

I feel my world shake
Like an earthquake
It's hard to see clear
Is it me, is it fear

And i want, my anger to be healthy
And i want, my anger just for me
And i need, my anger not to control
Yeah and i want, my anger to be me
And i need, to set my anger free
And i need, to set my anger free
Set it free

Tuesday, November 29, 2005

O Dia em que o Metal Morreu...


“Dimebag” Darrell, assim era conhecido o guitarrista de Pantera. Um dos mais inovadores e brilhantes guitarristas de metal de sempre. No dia 8 de Dezembro do passado ano "Dimebag" e a sua nova banda, os Damageplan, estavam no início de mais um concerto, em Ohio, quando um homem saltou para o palco e começou a disparar. Vários tiros atingiram o guitarrista, que se revelaram fatais. Um dos dias mais tristes de sempre para os fãs de heavy metal e de Pantera, em particular. Um acto cobarde, cruel, estúpido, acabava com a vida de um músico que tinha o maior gosto naquilo que fazía, e compositor de álbuns (com Pantera) que ficarão para sempre na história, como “Cowboys From Hell” ou “Vulgar Display Of Power”. O assassino acabou por ser alvejado pela polícia, depois de ter feito mais 4 vítimas mortais entre o público. Nunca ninguém saberá o motivo do seu acto, embora se fale que este tenha dito qualquer coisa sobre Pantera a Dimebag antes de começar a disparar. Os Pantera tinham-se separado, e alguns dos seus fãs mais hardcore ficaram bastante abalados, atirando culpas ora para Phil Anselmo (vocalista) ora para os outros elementos da banda.
Ninguém podería ficar indiferente a este acontecimento. Vince, irmão de “Dimebag” e ex-baterista de Pantera (na altura também com Damageplan), estava em palco essa noite. E assistiu ao cruel assassínio mesmo em frente a si, sem nada poder fazer. Há dias que não devíam existir, que devíamos conseguir apagar do calendário. Vince isolou-se do mundo e até hoje não recuperou. Phil e Rex, restantes elementos de Pantera, também têm dificuldade em seguir as suas vidas depois do trágico acontecimento. Afinal todos tinham um passado comum, muitos anos de dedicação a uma banda que ficará para sempre na história do metal.
Phil Anselmo, carismático vocalista, deu uma entrevista o mês passado, onde revela pormenores bastante interessantes sobre a sua vida com Pantera e a sua relação com “Dimebag” Darrell. Vale a pena ler... aqui.
Todos os colegas músicos que conhecíam “Dimebag” dizem que era uma pessoa que vivía a vida intensamente e tinha um talento como poucos. A sua influência é bem espelhada pela quantidade de músicos que lhe dedicaram umas últimas palavras e pensamentos. Podem ler no site oficial dos Damage Plan.
O que vale é que a música é eterna. Para sempre ficarão na cabeça os riffs de Fucking Hostile, Mouth For War, Cowboys From Hell, Cemetery Gates, entre muitos outros...

RIP Dime.
Serás sempre um dos melhores...

Friday, November 25, 2005

Este é o país que temos...

..."A primeira mentira que o Governo promove acerca da Ota é a de tentar convencer os tolos que o futuro Aeroporto Internacional Mais Perto de Lisboa não vai custar praticamente nada aos cofres públicos. Acredite quem quiser, o Governo jura que a "iniciativa privada" resolveu oferecer um novo aeroporto ao país. Assim mesmo, dado, sem que saia um tostão do Orçamento do Estado, fora os milhões gastos nos estudos amigos. É falso e é bom que ninguém se deixe enganar logo à partida: parte do dinheiro virá da UE e podia ser gasto em qualquer coisa mais útil; parte virá do estao directamente; parte poderá vir dos utilizadores da Portela, chamados a custear a Ota, a partir de 2007, atrvés de uma taxa adicional cobrada em cada embarque; e a parte substancial virá ou da venda de património público (à ANA), ou da cedência de receitas do Estado a favor dos privados-as taxas aeroportuárias dos próximos 30 a 50 anos. É preciso imaginar que somos completamente estúpidos para não percebermos que abdicar de receitas ou vender património rentável é, a prazo, uma forma indirecta de realizar despesa, agravar o desequilíbrio das contas públicas e forçar o aumento de impostos para as compensar. E também uma forma de pagar bastante mais caro as obras públicas, para garantir o negócio à banca e aos investidores privados-como sucede com as SCUT e a Ponte Vasco da Gama. Se voltarem a ouvir dizer que a OTA vai saír de borla aos contribuintes, saibam que vos estão a tomar por estúpidos.
Resolvida esta questão prévia, o Governo e os seus cúmplices tinham mais três outras questões essenciais a explicar: que Lisboa vai precisar de muito maior capacidade aeroportuária num futuro médio;que, existindo o problema, a solução passa pela construção de um novo aeroporto de raíz e não pelo acrescento do actual ou pelo aproveitamento complementar com os seus adjacentes- Alverca ou Montijo; que esse novo aeroporto é viável, cómodo para os utentes e economicamente sustentável, situado a 50 quilómetros da cidade. Nada disso foi conseguido: o estudo apresentado pela Naer, mesmo para ignorantes na matéria como eu, é uma pífia peça de publicidade para tolinhos ou distraídos, capaz apenas de convencer os directamente interessados no negócio. É lastimável que se queira comprometer mais de 3000 milhões de euros de dinheiros públicos, que se planeie retirar a Lisboa um instrumento económico tão importante quanto o é o Aeroporto da Portela e tornar pior a vida de milhões de pessoas que o utilizam, com os argumentos constantes de um folheto que mais parece destinado a vender time-sharing no Algarve."
..."Por isso é que toda esta questão da Ota cheira mal à distância: cheira a voluntarismo político ao "estilo João Cravinho", que tanto dinheiro custou e continua a custar ao país, e a troca de favores com a clientela empresarial partidária, a que costumam chamar "iniciativa privada".
Para esse peditório já demos. Já demos demais, já demos tudo o que tínhamos para dar. O país está cheio de fortunas acumuladas com negócios feitos com o Estado e pagos com o dinheiro dos impostos de quem trabalha, em investimentos cuja utilidade pública foi nula ou pior ainda-desde os estádios do Euro até aos hospitais de exploração privada. Seria bom que quem manda compreendesse que já basta".
excerto - in "Público", 25 Novembro 2005
Miguel Sousa Tavares
Aconselho a quem puder ler o texto completo. Vale a pena perceber mais alguns dos pontos explicados por MST sobre a construção da Ota. Já o disse várias vezes, este país caminha para a cauda da Europa, só que agora dos 25, não dos 15 de há ano e meio atrás...

Thursday, November 24, 2005

Breves


Mais datas/concertos confirmados (2006) para Portugal:

Edguy 10 Fevereiro
Hard Club, Gaia
Him 2 Março
Coliseu dos Recreios, Lisboa
Soulfly 25 Março
Paradise Garage, Lisboa
26 Março
Hard Club, Gaia

Wednesday, November 23, 2005

Natureza em Desequilíbrio



Ultimamente o cinema tem andado arredado deste blog. Pois hoje venho sugerir uma obra cinematográfica de 1983, pouco conhecida mas de uma qualidade impressionante. Koyaanisqatsi – Life Out Of Balance é o título do filme, primeira obra de Godfrey Reggio como realizador e produtor. Mas este não é um filme convencional. Koyaanisqatsi é uma espécie de documentário sobre a natureza e a espécie humana, e aquilo que o Homem tem feito para alterar as condições naturais do planeta. O contraste entre o mundo natural e a sociedade urbana e tecnológica. Filmado entre 1975 e 1982, o filme utiliza fotografia de longa exposição, slow motions e fast motions, para criar uma visão extraordinária do nosso planeta. Depois de se ver Koyaanisqatsi a nossa percepção muda. Para quem gosta de “cinema da pipoca” não recomendo ver este filme. São 87 minutos de boa fotografia, sem diálogos, sem actores, apenas o mundo que nos rodeia, montado numa sequência muito bem estruturada e esclarecedora. Tudo isto acompanhado pela música brilhante e arrasadora de Phillip Glass. Tal como na música instrumental, às vezes conseguimos passar melhor uma mensagem sem utilizarmos palavras do que com o uso delas. Para mim este é um destes casos. Aqui a célebre expressão “uma imagem vale mais que mil palavras” aplica-se e é válida a cada momento deste filme. Arte na sua forma mais pura e livre...

Monday, November 21, 2005

O Mar...

(Post com som, toca a ligar as colunas)
Madredeus – O Mar

Não é nenhum poema o que vos vou dizer
Nem sei se vale a pena tentar-vos descrever

O Mar
O Mar

E eu aqui fui ficando
só para O poder ver
E fui envelhecendo sem nunca O perceber

O Mar
O Mar


Antes de dizer algo, espero que ouçam a música e tentem perceber os sentimentos que ela vos desperta. A voz de Teresa Salgueiro é indescritível e parece "chorar" em conjunto com os instrumentos. Simplesmente magnífica!
Para quem, como eu, gosta tanto do mar e não consegue viver longe dele, ouvir esta bela canção de Madredeus desperta-nos sonhos, alegrias, tristezas, esperança... talvez nostalgia do passado, em que abrimos portas a outros mundos através dos oceanos. Memórias de um Portugal que já foi grande, um país de “loucos” que atravessaram os oceanos e chegaram aos quatro cantos do mundo. Hoje pouco nos resta desse passado, as ambições tornaram-se pequenas e as pessoas mesquinhas. Hoje somos apenas mais um pequeno país que luta para se manter à tona de água numa Europa em “reconstrução”. Hoje não precisávamos de ser grandes, apenas precisávamos de continuar a ter esse espírito empreendedor que nos levou longe. Hoje não precisávamos de ter o controlo do mundo (até porque todos têm direito a ser livres), mas apenas o respeito e o reconhecimento de sermos um povo corajoso e inovador. Mas infelizmente quando viajamos para outros países, actualmente, a imagem que têm do povo português é outra... bem menos positiva. É óbvio que há excepções à regra, e muitos portugueses ainda lutam para serem melhores e sonham, como os nossos antepassados, com grandes feitos. Não sou, por hábito, pessimista... mas se continuarmos assim o único sítio para onde caminhamos é o abismo. Os Madredeus transportam consigo a nossa língua e cultura para todo o mundo, e são uma das grandes “bandeiras” deste país. Que nos ajudem a manter acesa a chama da esperança num país melhor, e a não perder as forças para lutar no dia-a-dia contra todas as injustiças que presenciamos...

Thursday, November 17, 2005

Loud & Heavy

Isto tem andado muito calmo por aqui, por isso aqui vai uma lista de novos lançamentos para todos os metaleiros e afins:



In Flames: Used & Abused – In Live We Trust
Edição inclui duplo DVD e duplo CD

Uma das melhores bandas de metal da actualidade. Excertos de várias actuações dos In Flames, com os maiores êxitos da banda sueca.




G3- Live In Tokyo
Edição CD e Edição DVD

Mais um lançamento (terceiro) da tournée dos mestres da guitarra Joe Satriani e Steve Vai, desta vez acompanhados por John Petrucci. Must Have!




Annihilator- Schizo Deluxe
Edição CD

Novo álbum dos Annihilator e o regresso do “master” dos riffs, Jeff Waters.



Sepultura- Live In São Paulo
Edição duplo CD e Edição duplo DVD

Actuação dos Sepultura no seu país natal, gravado em 3 de Abril de 2005. O DVD conta também com um making of, alguns videoclips e temas extra ao vivo.





Machine Head- Elegies
Edição DVD

Os Machine Head voltaram aos bons velhos tempos no último álbum, “Through The Ashes Of Empires”, e regressam agora com um álbum ao vivo que contém os maiores clássicos da banda desde o álbum de estreia, “Burn My Eyes”.



Spock’s Beard- Gluttons For Punishment
Edição 2 CD’s

Mais um duplo álbum ao vivo, desta vez duma das maiores bandas de rock progressivo. Muitos pensaram que os Spock’s Beard iríam terminar quando Neal Morse (principal compositor e vocalista) abandonou a banda, mas desde então os americanos já lançaram 3 álbuns de estúdio e regressam agora com um duplo álbum ao vivo, gravado durante a tournée europeia deste ano.




Como é habitual, com o aproximar da época natalícia, começam também a "chover" lançamentos discográficos. A única desvantagem é mesmo o rombo na "conta bancária" que isso pode provocar. Boa sorte e boas compras!!

P.S. O blog conta agora com um guestbook (link do lado direito a seguir aos arquivos). Passem por lá e deixem os vossos comentários/sugestões sobre o blog. Se for para comentar um post específico, agradeço que continuem a fazê-lo no espaço destinado a esse efeito. Gracias!

Wednesday, November 16, 2005

The Spirit & The Sound




Há alguns meses atrás um amigo resolveu entregar-me um cd e disse-me para ouvi-lo. Não sabia que tipo de música era nem de quando era o álbum. A única coisa que ele me disse foi: “It’s a woman with a wonderful voice”. Curioso, lá peguei no disco e fui ouvir. Era um álbum ao vivo, e de facto a cantora parecia ter uma voz fantástica, até algo sobrenatural. Ouvi o álbum várias vezes e nem queria acreditar como esta voz me tinha passado ao lado durante tantos anos. A artista em causa chama-se Erykah Badu e o álbum intitula-se Live, de 1997. “Next Lifetime”, um dos temas do álbum, é simplesmente indescritível. Algumas letras, conjugadas com a voz de Badu, podem provocar danos emocionais irreparáveis...

A música pode-se enquadrar no soul ou R&B, e eu que nunca gostei muito do género, depressa fiquei fascinado. Continuo sem gostar muito de música soul, mas Erykah Badu é uma excepção. A sua voz divinal, um som melódico e ritmado, com alguns "salpicos" de jazz, transportam-nos para outras dimensões.
Quem vê a MTV e ouve rádio provavelmente só ouve falar de Alycia Keys ou R. Kelly (só para dar alguns exemplos), pelo menos neste género de música. Pois ouçam Erykah Badu e comparem vocês mesmos. Já se sabe que o talento de um músico não se mede pelo número de discos vendidos, embora Erykah tenha já alcançado bastante sucesso nos E.U.A. É um risco para qualquer artista lançar um álbum ao vivo quando apenas conta com um álbum de estúdio. Mas para quem tem tanto talento, obviamente que as coisas só podíam correr bem. O álbum "Live", lançado após "Baduizm" (o seu álbum de estreia) revela uma artista confiante no palco, na interpretação das músicas e na comunicação com o público. Um tema novo, "Tyrone", incluído neste álbum, acabou mesmo por valer uma nomeação para os Grammys (em 1998) na categoria de melhor cantora de R&B. Ainda não tive oportunidade de ouvir todos os álbuns de Badu, mas de facto ela tem “qualquer coisa”, não é fácil de explicar, só mesmo ouvindo e sentindo a sua música.

Erica Abi Wright é afro-americana e nasceu no Texas em 1971. Decidiu mudar o seu nome para Erykah pois acreditava que Erica era o seu nome de escrava - “Kah” significa “innerself” e Badu em árabe significa “algo que transmite luz e verdade”. Independentemente do nome, Erykah possui um enorme talento para a música. Neste momento conta já 5 álbuns, desde a estreia em 1997 com “Baduizm”, até “Worldwide Underground” em 2003. E mais não digo. Quem tiver curiosidade procure e ouça por si próprio. Pode ser que não se arrependa do tempo "perdido"!

Friday, November 11, 2005

Papéis Brancos...



Para quem gosta de guardar religiosamente os bilhetes dos concertos e dos espectáculos a que assiste (seja ou não coleccionador) aquilo que se tem vindo a passar nos últimos anos, no mínimo, incomoda. E o que é que eu quero dizer com isto? Pois bem, se bem repararam, e salvo honrosas excepções, quando adquirimos um bilhete para determinado concerto, seja ele onde for, seja ele de que tipo de música for, deparamo-nos com um pedaço de papel maioritariamente branco, em que a data o nome do espectáculo são imprimidos na altura da compra. Quando olho para os bilhetes de concertos a que assisti há alguns anos, a panóplia de cores, estilos e tamanhos é enorme (foto de cima)! Quando olho para os bilhetes dos últimos 2 ou 3 anos, nem sei descrever aquilo que sinto. Ora não é que são todos iguais (foto de baixo)??? Excepto a data e o nome do artista/banda... ah, e o preço! Sei que não sou o único a ficar irritado com esta situação. Ainda por cima numa altura em que os preços dos concertos dispararam, porque é que havemos de levar com um rectângulo de papel que qualquer um podia imprimir em casa com uma impressora dos anos 80??? Será que o preço dos bilhetes não é suficiente para fazerem bilhetes em condições? Não sei se a culpa é das promotoras ou da chegada das FNAC e demais agências de bilhetes, mas penso que já é demais. Sei que vivemos num mundo cada vez mais globalizado e onde a massificação da cultura é cada vez maior, mas pelo menos podíamos ter em conta certos pormenores que fazem a diferença. E este é um deles. Nem quero pensar daqui por 10 anos estar a olhar para a minha colecção e ver um monte de papéis brancos semelhantes. Quando no meio de tudo isto os artistas lutam para serem cada vez mais diferentes e terem uma identidade própria, seja pela imagem, pelas capas dos cd’s, pelas inovações no estilo e estética musicais, porque é que nos bilhetes estamos a andar em sentido contrário?

Wednesday, November 09, 2005

Música para a História


No passado dia 6 de Maio fez-se história. Pela primeira vez desde o embargo americano a Cuba, uma banda de rock norte-americana tocou em solo cubano. Mais de 60 mil pessoas vibraram e cantaram com a música dos Audioslave. Irónicamente o concerto realizou-se na Praça Anti-Imperialista de Havana, que foi construída há 5 anos, e é usada como lugar de protesto contra os E.U.A. Razões mais do que suficientes para considerar este evento histórico e pioneiro, e mais um motivo que nos faz perceber o quanto a música pode ajudar a aproximar culturas e ideais diferentes. Quando assim é, todos saem a ganhar. Ganharam os cubanos, que puderam finalmente apreciar ao vivo uma das maiores bandas de rock da actualidade, ganharam os Audioslave, que se mostraram bastante satisfeitos com a experiência e ganharam os americanos, no sentido de que se aproximaram um pouco mais do povo cubano (mesmo que tenha sido só por uma noite, há momentos e gestos que ficam para sempre).
Este concerto foi agora lançado em DVD, com o título Audioslave Live in Cuba, e está agora disponível para todos os fãs da banda e para os que apreciam de alguma forma este estilo de música e queiram guardar para sempre um concerto que vai ficar na história da música por inúmeras razões. O DVD contém os maiores êxitos dos Audioslave e também algumas surpresas. Em suma: obrigatório!

Tuesday, November 08, 2005

Top Down


Desta vez com algum atraso, aqui está o top dos discos mais vendidos em Portugal - Semana 44:

David Fonseca - Our Hearts Will Beat As One
Robbie Williams - Intensive Care
DZR'T - DZR'T
Rita Lee - O Melhor de Rita Lee
Depeche Mode - Playing The Angel

David Fonseca e Robbie Williams entraram directamente para os dois primeiros lugares. Os D'ZRT desceram para 3º lugar mas continuam no top pela 25ª semana consecutiva. E aqueles senhores, que dão pelo nome de Depeche Mode, estão agora no 5º lugar. Gostava de perceber os critérios do português comum quando vai comprar um CD. Mas acho que isso está para além da minha compreensão, e se calhar até é bom.
Se há uns tempos fiquei chocado desta "banda" de adolescentes ter esgotado os Coliseus de Lisboa e Porto, agora fiquei surpreendido quando descobri que um dos próximos concertos dos D'ZRT é, imagine-se, no Pavilhão Atlântico. E não tenho dúvidas que vai encher. Como já tinha falado anteriormente sobre a MTV, volto a repetir a mesma ideia: música é coisa que se ouve e vende cada vez menos hoje em dia. Quando digo música, falo obviamente num padrão de qualidade aceitável, independentemente dos géneros musicais. Há muita coisa que não consigo ouvir mas reconheço qualidade. Outras coisas que vão aparecendo, porém, não consigo gostar, e mesmo com esforço não consigo reconhecer qualidade musical ou outros atributos que sejam para que consigam vender tantos discos. Sei, isso sim, que as editoras e promotoras cada vez mais manipulam o mercado e influenciam muitas pessoas que, ao não saberem aquilo que querem, compram aquilo que lhes é "oferecido" diariamente nas rádios e canais musicais de TV.

Saturday, November 05, 2005

Cinco Sentidos


Cheguei do concerto do Steve Vai. Não tenho nada a dizer, só quem lá esteve pôde apreciar... e não há palavras para descrever aquilo que vi e ouvi.
Por isso, e pela primeira vez neste blog, aqui fica um post em formato musical (obrigado pela dica, Filipe). Toca a aumentar o volume das colunas ou a pegar nos headphones! Apreciem a música e dêem uma vista de olhos na letra. Já pensaram nos sentimentos e emoções que podem ser transmitidos em cinco minutos de música?

I'll Be Around
Lyrics by Steve Vai

Words fall silent when no one will hear
Emotions are deadly when there's too much to fear
Touch a feeling and we feel again
To know the pleasure, we must know the pain

I'm going down for the last time
Open your eyes

Who's gonna hear you when you're callin'
And who's gonna catch you when you're fallin'
Who's gonna trust you
Well I'll be around for a while

And who's gonna heal you when you're bleeding
And who's gonna give to you when you're needing
And who's gonna love you
Well I'll be around for a while

When love lies bleeding only fools are bold
They search for pennies in a pot of gold
Faith is dying when no one's to trust
But your soul is crying
And it's glorious

It's coming down to the last time
Open your heart

Who's gonna hear you when you're callin'
And who's gonna catch you when you're fallin'
And who's gonna laugh with you
Well I'll be around for a while

And who's gonna warm you when you're freezing
And who's gonna hold you when you're screaming
And who's gonna promise you
to be around for a while

There you stand, drowning in the rain
Kidding yourself the wind don't sting
And all this time the thing you want is calling to you

I dig the way you take that storm
While spitting in the face of right and wrong
Well you could let down your defenses
When you're in my arms

You could touch my face
in my arms
You could dream on and on
in my arms
You would never be alone
in my arms
You could cry like a child
in my arms

Who's gonna hear you when you're callin'
And who's gonna catch you when you're fallin'
And who's gonna trust you
Well I'll be around for a while

And who's gonna mend you when you're broken
And who's gonna find you when you're stolen
And who will always love you
I'll be around for a while

And who's gonna shield you when it's rainin'
And who's gonna kneel with you when you're prayin'
Who's gonna feel for you
Well I will, I'll be around for a while

Who's gonna help you when you're tryin'
And who's gonna hold you when you're dyin'
Who's gonna beg you
To be around for a while


Dedicado aos meus amigos(as). You know who you are...


Thursday, November 03, 2005

MTV EMA 2005


Anda tudo louco com a cerimónia de entrega dos European Music Awards, e eu ainda não percebi bem porquê. Reconheço o canal americano como pioneiro, como uma empresa que mudou o próprio mercado discográfico e audiovisual e que ajudou a difundir a música pelos quatro cantos do mundo. Os célebres MTV Unplugged, com algumas das maiores estrelas internacionais, são disso um exemplo. Mas olhando para a MTV dos últimos anos, a análise muda totalmente. Expandiu-se, criou delegações em vários países, mas a qualidade da sua programação e da música que transmite no pequeno ecrã desceu vertiginosamente. Para mim um canal musical devia ter uma componente cultural, tentar “educar” e cativar os diferentes públicos para a audição de música e não limitar-se a ser um negócio. Ora foi exactamente nisto que a MTV se tornou. Um fenómeno de massas, que praticamente só passa música denominada “comercial” ou mainstream, com uma pobreza de programação impressionante. Será que para ganhar audiência temos que nivelar as coisas sempre por baixo, como acontece com as televisões generalistas em Portugal? A MTV foi um fenómeno de popularidade nos anos 80 e para isso não precisava de brindar a sua audiência com o género de coisas que nos dá hoje em dia.
É triste que o maior canal mundial de música tenha chegado a isto. Mas ainda é mais triste que continuem a definir tendências e vendas a nível mundial o tipo de música (será que devo chamar música???) que passa insistentemente. Aliás, para mim está provado que tudo o que for difundido e promovido insistentemente nas rádios e canais de música, as pessoas compram. Seja lá o que for, tenha a qualidade que tiver... se se perguntarem como é que algumas bandas chegaram ao topo e reflectirem um pouco sobre a forma como a indústria discográfica actua vão chegar a conclusões semelhantes.
Voltando ao assunto inicial, antes que me perca em devaneios, sei que vão estar em Lisboa algumas das maiores estrelas da música a nível mundial. Ironia ou não, algumas só são estrelas por causa de canais como a MTV. Outras são-o por direito e mérito próprio. A verdade é que nem sequer temos direito a que uma banda ou artista português actue no palco do Atlântico. Aliás, deve ser inédito em cerimónias deste género que o país anfitrião não tenha nenhum artista a actuar. Na conferência de imprensa com Ali G (o comediante agora transformado na personagem Borat Sajediek), o apresentador do espectáculo de hoje, os jornalistas eram apenas marionetas, pois as perguntas apenas podíam ser feitas por um representante da MTV. Na visita que os jornalistas fizeram aos bastidores do espectáculo, com tudo cronometrado e controlado pelo canal norte-americano, quase foram corridos a pontapé pois o tempo da visita estava a terminar. Enfim, eles tudo controlam e tudo querem controlar. Mas o rebanho vai atrás, vê a MTV e compra aquilo que passar. Isso é que é preciso...
Enfim, valeu-nos a simpatia de alguns artistas que não têm regras impostas pela MTV e que falaram abertamente e sem problemas para a comunicação social portuguesa.
O Pavilhão Atlântico vai estar cheio e os milhares de figurantes espalhados pelo recinto e contratados pela MTV vão animar o público presente (será que estão com medo que os artistas não consigam isso com as suas actuações?). Ou têm que ter uma quota de pessoas bonitas na audiência para não parecer mal na televisão? Para quem gosta de música e gostava da MTV é pena que os tempos tenham mudado assim tanto. Mas o povo gosta e fica feliz. Long live the MTV! Or Not!!!

Wednesday, November 02, 2005

Sugestões: Live in November


STEVE VAI [USA] + ERIC SARDINAS [USA]:
3 Novembro – Casa da Música, Porto
4 Novembro – Aula Magna, Lisboa


MARIA JOÃO, MÁRIO LAGINHA E BANDA SINFÓNICA DA PSP:

4 Novembro – Centro Cultural Olga Cadaval, Sintra


EMIR KUSTURICA & THE NO SMOKING ORCHESTRA [BOS]:

21 Novembro – Coliseu dos Recreios, Lisboa


3 PIANOS – BERNARDO SASSETTI. MÁRIO LAGINHA. PEDRO BURMESTER:

25 Novembro – C.C. Belém, Lisboa


XUTOS & PONTAPÉS – 3 DESEJOS:

24, 25 e 26 Novembro – Coliseu dos Recreios, Lisboa






Já que até final do ano as coisas estão muito paradas no que respeita a concertos de metal, aqui fica a notícia de que os Children of Bodom [FIN] e os Edguy [ALE] actuarão em Portugal no início do próximo ano, ambos no Hard Club (Gaia), respectivamente a 19 de Janeiro e a 10 de Fevereiro.

Monday, October 31, 2005

AUDIO SHOW 2005


Realizou-se no passado fim-de-semana mais uma edição do Audio Show (desta vez no ISCTE), certame dedicado aos audiófilos em particular, mas também aos apreciadores de bom som e imagem, em geral. E a imagem tem vindo a ganhar cada vez mais espaço, num evento que tem o som como atracção principal. A massificação dos LCD’s, plasmas e projectores de vídeo para o mercado consumidor é a principal razão porque na maior parte dos stands as tecnologias áudio eram acompanhadas também de imagem e sistemas surround 5.1 ou 7.1. Fica cada vez menos espaço para a audição apenas de música em stereo e com amplificadores dedicados apenas para este efeito. E para mim continuam a soar melhor que os novos combos áudio/cinema em casa, que para se adaptarem a um tipo de som específico para filmes, acabam por perder algumas qualidades no que à audição de música diz respeito.
De qualquer forma, vale sempre a pena seguir algumas das novidades nesta área e estes eventos permitem-nos ouvir e ver uma grande quantidade e qualidade de equipamento num dia apenas. Como pontos negativos do Audio Show ficam, para mim, as condições em que muitas audições são efectuadas (algumas salas sem condições acústicas para o efeito, e com pessoas a entrar e saír constantemente, o que provoca sempre algum barulho de fundo) e o facto de muitas empresas ou representantes da especialidade continuarem a não aparecer, não sei se por falta de interesse se por outras razões.
Outra coisa que reparei foi que, na maior parte das audições, os responsáveis insistiam em brindar-nos com música erudita, que na maior parte dos casos, além de ser bastante chata (nem foi o que me incomodou mais) era música com uma amplitude de frequências bastante baixa. Como é que se pode observar o potencial total de um sistema de colunas e amplificação se metade das frequências não estão representadas? Como posso saber, por exemplo, se as colunas se portam bem nas baixas frequências (graves) se a música não as possui? Uma alternativa seria talvez fazerem audições temáticas por estilos de música (jazz, rock, clássica, erudita, soul, etc.) para que as pessoas melhor pudessem apreciar os sistemas apresentados em sons mais versáteis que permitissem tirar melhores conclusões.

No meio de tudo quanto vi e ouvi, o que mais me surpreendeu foi o projector de vídeo apresentado pela Digisom (não me recordo da marca) com uma nitidez surpreendente neste tipo de aparelhos, e um sistema de colunas Audiovector com amplificação Gamut que apresentavam um palco sonoro e uma clareza impressionantes.

Pena que estes aparelhos não estejam ao alcance de qualquer um, só estas colunas custavam 17000€ o par, e não eram das coisas mais caras que estavam no Audio Show. O equipamento áudio high end é um luxo a que poucos se podem dar, mas pelo menos existem estes eventos que nos fazem sonhar (nem que seja por um dia) com uma qualidade de som que nunca teremos nos nossos lares...

Friday, October 28, 2005

3 Anos Depois...


… de “A Residência Espanhola” (L’Auberge Espagnole), Cédric Klapisch regressa com um filme extraordinário. O realizador francês volta a pegar nas personagens do anterior filme, estudantes Erasmus que se tinham conhecido e vivido 1 ano em Barcelona, e daí nasce a inspiração para “As Bonecas Russas” (Les Poupées Ruses). O novo filme não é propriamente uma sequela (no verdadeiro sentido do termo) do anterior, embora também seja abordada a vida desses jovens, 5 anos após terem deixado a capital da Catalunha. O formato narrativo é o mesmo: Xavier (Romain Duris) é a personagem central e vai narrando a sua estória ao longo do filme. E que maturidade atingiu este actor: o seu desempenho é simplesmente magnífico, daí resultando grande parte do sucesso deste filme. Mas não é “só” isto. Cédric Klapisch montou uma estrutura narrativa bastante complexa, mas fê-lo de maneira a que quase não assistimos a momentos fracos no filme (o sonho de qualquer guionista). Para mim é, sem qualquer dúvida, um dos melhores filmes de 2005. Isto só está ao alcance de quem já atingiu um nível de experiência considerável como argumentista e realizador.
Regressando ao filme, Xavier voltou a Paris e trabalha como escritor, e a sua relação amorosa com Martine (Audrey Tatou) já terminou. Seguimos as suas peripécias amorosas com várias mulheres e a sua luta constante para escrever algo de qualidade. A estória passa depois por São Petersburgo, onde William (Kevin Bishop), o irmão mais novo de Wendy, se vai casar com uma russa. E pronto, não adianto mais pormenores sobre o filme para não estragar eventuais surpresas de quem ainda não viu. Para quem gostou de “A Residência Espanhola” este é um filme obrigatório. Principalmente para quem gosta de ver algo diferente das super-produções de Hollywood. Cédric Klapisch começa a formar um estilo muito próprio, que vai certamente deixar marca e influenciar o cinema europeu e mundial...

Wednesday, October 26, 2005

Top Down


Aqui fica, como habitual, o top dos discos mais vendidos em Portugal - Semana 43:

1º Depeche Mode - Playing The Angel
2º DZR'T - DZR'T
3º Rita Lee - O Melhor de Rita Lee
4º Crazy Frog - Crazy Hits
5º Clã - Vivo


Apenas uma alteração esta semana. Mas finalmente alguém destronou os D'ZRT, que lideravam a tabela há 17 semanas consecutivas. A proeza foi de uns senhores chamados Depeche Mode, que entraram na tabela directamente para o primeiro lugar. Uff!!! Já começo mesmo a ficar farto de ouvir os putos a cantar "para mim tanto me faz que digas coisas boas ou coisas más". Pois a mim chateia-me que se venda e se ouça tanta merda neste país, desculpem a expressão. Sei que somos um país que até apoia pouco a música nacional, e não é normal ter uma banda portuguesa tanto tempo no primeiro lugar do top. Mas com tantas bandas nacionais de qualidade (Os Clã, que estão em quinto lugar, por exemplo) é uma pena que as pessoas valorizem mais produtos de qualidade duvidosa. É pena que haja muita qualidade por aí em bandas de garagem e as editoras só olhem para aquilo que lhes pode dar dinheiro no imediato.
Para mim uma banda não se avalia pelos discos que vende, aliás pouca música que eu aprecio costuma estar nos tops. Mas ainda ontem fui "forçado" a ouvir por mais de uma vez aquela porcaria (para não usar uma palavra mais forte) a que chamam "Crazy Frog", e já que não tinha alternativa tentei analisar o que estava a ouvir. Dei comigo a pensar em quem é que compra aquilo... há gostos para tudo, e há muitas coisas de que não gosto mas reconheço alguma qualidade, mas "Crazy Frog" é daquelas coisas que não consigo classificar. Só acho estranho estar num top musical. Alguém consegue encontrar música no meio daquilo?

Sunday, October 23, 2005

Virtuosismo(s)...



Faltam pouco mais de duas semanas para o público português ter o prazer de poder assistir a dois concertos de Steve Vai. Primeiro na Casa da Música, dia 3 de Novembro, e depois na Aula Magna no dia seguinte. Para quem nunca ouviu falar, Steve Vai é “apenas” um dos maiores compositores e originais guitarristas de sempre. Cedo começou a dar nas vistas, tendo sido aluno do também virtuoso Joe Satriani, e tocou em bandas como Alcatrazz, Van Halen ou Whitesnake. Mas foi a solo que Vai revolucionou o mundo da guitarra, lançando álbuns que inspiraram guitarristas um pouco por todo o mundoe ajudando a Ibanez a criar um novo modelo de guitarra eléctrica com 7 cordas (com uma corda mais grave, que muitos guitarristas reclamavam, para expandir a sua sonoridade). Steve começou a tocar com o mítico Frank Zappa no início dos anos 80 e lançou o seu primeiro álbum a solo, Flex-Able em 1984. Passion & Warfare, o seu maior êxito de vendas, é lançado em 1990 e é um álbum indispensável a qualquer pessoa que goste de música instrumental e de guitarra eléctrica em particular. Aconselho vivamente a ouvirem este álbum, uma obra-prima com músicas rock, baladas e algum experimentalismo à mistura, mas com uma qualidade impressionante. Grandes temas como “For The Love Of God”, “Erotic Nightmares” e “The Audience Is Listening” ficam para sempre na história da música.
Em Março de 2000, aquando da sua única passagem por território português, fui um dos privilegiados que teve oportunidade de assistir ao concerto deste músico americano. Vai ficar para sempre na minha memória como um dos melhores concertos que vi, e já foram algumas centenas. Steve Vai volta a acompanhar-se de virtuosos como Mike Mangini, Tony MacAlpine ou Billy Sheehan para certamente oferecer um espectáculo único ao público português. Quem ainda não conhece estes músicos, basta assistir ao DVD “Steve Vai - Live At The Astoria London” para ter um cheirinho daquilo que vai acontecer em solo nacional em Novembro, com algumas diferenças. Ah, e atenção ao bluesman que está encarregue da primeira parte do show: Eric Sardinas. Da última vez ninguém o conhecia e pôs toda a Aula Magna de pé a gritar o seu nome. Aguardemos ansiosamente pelo início do próximo mês...

Thursday, October 20, 2005

Alice


'LIBÉRATION' - Um filme português fora das normas, de uma singularidade absoluta... que nos conta uma história terrível, da perda de uma criança.
'VARIETY' - Um poderoso estudo sobre a dor profunda e que nos transmite a segura e consistente primeira obra do estreante Marco Martins.
'LE MONDE' - Uma crítica à sociedade urbana contemporânea. Brutal e violento, esporadicamente iluminado por momentos de humanidade

Confesso que não sou espectador assíduo de cinema português. Mas quando vi o trailer de Alice fiquei curioso. Uma história aparentemente simples e comovente, uma banda sonora que me pareceu muito boa e um prémio em Cannes (Jeunes Regards) foram argumentos suficientes para me convencer a assistir a este filme. E felizmente as minhas expectativas confirmaram-se. Alice, escrito e realizado por Marco Martins, tem interpretações sólidas, um argumento bom (aqui e ali a precisar de alguns ajustes) e uma banda sonora que serve o filme na perfeição (parabéns Bernardo Sassetti). A história emocional e comovente de um casal cuja filha desaparece dá corpo a um filme negro, com uma fotografia maioritariamente escura que se conjuga com os sentimentos das personagens. O dia-a-dia caótico de uma grande cidade, a deslocação de milhares de pessoas de casa para o emprego, a solidão e o sofrimento são retratados com mestria pelo escritor/realizador.
Nuno Lopes (pai de Alice) tem uma interpretação muito acima da média e mais uma vez saliento a música minimalista, que nos transporta para aquele mundo e nos aproxima das personagens. Aliás, arrisco mesmo a dizer que sem o som (também muito bem conseguido) e sem esta banda sonora, o filme perdia metade da sua intensidade. Aconselho a quem gosta de cinema assistir a este “Alice”, nós que tantas vezes menosprezamos o cinema português. Com filmes destes o cinema nacional vai por bons caminhos, e daqui para a frente só podemos esperar que os novos talentos coloquem a fasquia mais elevada.

Wednesday, October 19, 2005

Vícios...


Pois é, faltam menos de 24 horas para o momento ansiosamente aguardado por milhões de pessoas em todo o mundo... o lançamento oficial do melhor jogo de futebol de todos os tempos.
Farei a minha crítica quando tiver experimentado. Tenho a certeza que não vou ficar desiludido.

Top Down



Top Nacional - Semana 42:

1º DZR'T - DZR'T
2º Rita Lee - O Melhor de Rita Lee
3º Crazy Frog - Crazy Hits
4º Clã - Vivo
5º Maria Rita - Segundo


Poucas alterações nos discos mais vendidos em Portugal. Os DZR'T continuam a liderar a tabela pela 17ª semana consecutiva. De saudar a entrada dos Clã nos primeiros lugares...


Top Compilações:

1º Vários Artistas - MorangIce
2º Banda Sonora Original - Mundo Meu
3º Vários Artistas - Reggaeton Total
4º Vários Artistas - Ninguém Como Tu
5º Vários Artistas - Brasileirão


Abstenho-me de fazer qualquer comentário. É ver para crer.

Tuesday, October 18, 2005

No País das Maravilhas


Terry Gilliam. Este é o nome do senhor que realizou The Brothers Grimm. Para muitos dispensa apresentações... são dele filmes que marcaram o mundo, como “12 Monkeys”, “Brazil” ou o louco “Fear And Loathing In Las Vegas”. A sua visão da realidade e a maneira como transporta a ficção das “estórias” para o grande ecrã é singular. Gostemos ou não...
Vi “The Brothers Grimm” recentemente, e mais uma vez, contrariamente a algumas críticas que li, gostei bastante do filme. Admito que ía com as expectativas algo elevadas, pois mesmo sabendo de que contos se tratavam, uma coisa tinha a certeza: aquele não sería mais um filme vulgar, com todas as técnicas hollywoodescas (apesar de estar muito bom a nível técnico e de efeitos especiais) ou não fosse o realizador quem nós sabemos. Gilliam mistura vários contos “imortais”, daqueles que todos conhecemos desde a nossa infância, e consegue prender-nos ao ecrã do início ao fim, não obstante o facto de qualquer espectador saber o final da história antecipadamente. E isto não é fácil de fazer em cinema, manter as pessoas agarradas ao desenrolar de um filme cuja história já conhecem, torná-lo interessante e brindar os espectadores com bons pormenores de humor e uma realização eficaz e competente. Não é um filme brilhante, mas é bastante bom e vale a pena ver, principalmente para quem gosta da obra de Terry Gilliam enquanto realizador. Continuo a perguntar-me quais serão os critérios que muitos críticos da nossa praça utilizam quando fazem as suas rídiculas classifações de 0 a 5 estrelas...
Continuo sem saber porque classificam boas obras cinematográficas com um simples “a evitar” e filmes sem qualidade (apenas porque são realizados por nomes consagrados) com 5 estrelas, ou seja, uma “obra-prima”.

Monday, October 17, 2005

Sugestões Culturais




Seixal Jazz – de 14 a 29 Outubro. Na Fábrica Mundet - Espaço Cultural e Fórum Cultural do Seixal.
http://www.cm-seixal.pt/seixaljazz

DocLisboa 2005 (Festival Internacional de Cinema Documental) – de 15 a 23 Outubro na Culturgest.
http://www.doclisboa.org/festival.htm

World Press Photo – até 23 Outubro no Centro Cultural de Belém. De Terça a Domingo, das 10 às19h.
www.ccb.pt

Thursday, October 13, 2005

Top Down




Top Nacional desta semana:

1º DZR'T - DZR'T
2º Rita Lee - O Melhor de Rita Lee
3º Crazy Frog - Crazy Hits
4º Nat King Cole - Nat King Cole En Español
5º 50 Cent - The Massacre


Acho que me vou abster de fazer comentários em relação à música que continua a ser mais vendida neste país. Os DZR'T lideram a tabela dos discos mais vendidos em Portugal pela 16ª semana consecutiva.


E já agora, deixo aqui também o top das compilações:

1º Vários Artistas - MorangIce
2º Banda Sonora Original - Mundo Meu
3º Vários Artistas - Reggaeton Total
4º Vários Artistas - Brasileirão
5º Vários Artistas - Nha África- Paixão e Ritmo


Alguém me consegue dizer, no meio disto tudo, o que é música? Ou será o fenómeno MTV/Playlists a vender cada vez mais discos? Eu ainda tenho algumas dúvidas...

Friday, October 07, 2005

De Olhos Inchados...


Estou certo de que muitos ainda se lembram de “Pesadelo em Elm Street”, apesar de este ter sido lançado no longínquo ano de 1984. Pois bem, Wes Craven, que realizou também a trilogia de “Scream” (teve bastante sucesso no mundo inteiro) volta este ano com um filme para esquecer. De facto Red Eye deixa muito a desejar em quase todos os aspectos, e não está à altura de Wes Craven, de quem devemos esperar e exigir mais do que aquilo que podemos ver neste filme. Os primeiros minutos são maus, e não deixam grande esperança para o que vem depois. Sabendo que o resto da estória se passa dentro de um avião, a maior parte do tempo apenas com 2 personagens, tinha que ser muito bem executado para o filme não perder o interesse. Para mim isso não acontece, seja porque o guião não é brilhante como também a maneira como é apresentado ao espectador o torna chato e nos deixa a pensar quando é que aquilo acaba para podermos deixar a sala de cinema. Em suma, confusão a mais no início do filme, onde somos apresentados a tantas personagens que às tantas já não sabemos para que é que aquela introdução serve, uma banda sonora que não ajuda em nada e um desenvolvimento da estória que não assusta nem aguça o interesse de quem está a ver. Se Wes Craven queria voltar a fazer um clássico de thriller/terror ficou bem longe.
Faz-me alguma confusão que grande parte dos nossos tão “exigentes” críticos o tenham classificado com 3 em 5 estrelas. Há pouco tempo vi “Os Edukadores”, uma obra europeia, bastante ambiciosa, talvez com algumas falhas, mas cinematograficamente bastante interessante, e quando vi o que a maior parte da crítica dizia, não queria acreditar: a maior parte clasificou-o como “a evitar”. Alguém me consegue explicar o que é que faz um bom filme? Será que toda a treta que vem de Hollywood merece pelo menos classificação positiva e quem tenta inovar ou fazer algo diferente normalmente é castigado com a pontuação mínima (a não ser que o realizador já seja um nome consagrado, e aí os iluminados críticos não têm a coragem para lhes dar pontuação negativa) ?

Thursday, October 06, 2005

Mais Chamas...



Só uma Nota: para quando uma lei como foi aprovada em Espanha, que proíbe a construção em área ardida nos 30 anos seguintes???
Íam ver que mais de metade dos nossos fogos de Verão desapareceriam misteriosamente...

Tuesday, October 04, 2005

Outras MÚSICAS


Estamos num país com fraca cultura musical, infelizmente. Basta olhar para “aquilo” que tem estado nos lugares cimeiros dos tops ultimamente. E sei que Portugal não é o único país onde isto se passa, pois certa “música” mais comercial e sem qualidade há-de sempre vender e fazer parte dos tops. Mas o que angustia é que em muitos outros sítios as pessoas compram “porcaria” mas também ouvem boa música, têm um mínimo de cultura musical que lhes permite distinguir entre aquilo que ouvem para entretenimento ou distracção e aquilo que de facto é música de qualidade. Não que a boa música não tenha também propósitos de entretenimento, antes pelo contrário, mas é mais densa e dá mais que pensar, algo que hoje em dia as pessoas já não se querem dar ao trabalho de fazer.
Mas pelos vistos a música em Portugal não é considerada cultura, pelo menos aos olhos dos responsáveis políticos, que continuam a taxá-la com o valor máximo e “suave” do nosso IVA: 21%

Cada um ouve o que quer, cada um faz da música aquilo que bem entender. Sei que muitos estilos de música nunca chegarão aos tops nem é com esse objectivo que muitos bons músicos por aí trabalham. Mas ao menos que as bandas de qualidade (que estão fora do circuito mainstream) não deixassem Portugal de fora das suas tournées europeias, simplesmente porque temos pouco público ou porque as promotoras têm medo de arriscar e preferem ter 3 datas cheias no Coliseu de D’ZRT e continuar a fingir que isto é que é bom para a nossa cultura musical. Não tenho nada contra esta banda portuguesa, é apenas um exemplo como muitos outros de que a qualidade já não interessa muito e cada vez mais se quisermos assitir a espectáculos de músicos conceituados mas fora do circuito mainstream temos que nos deslocar ao país vizinho. Sim, porque os grandes nomes que vendem muito ainda continuam a vir a Portugal, como por exemplo U2, Coldplay ou 50 Cent . Mas se quiser ver algo mais elaborado musicalmente, uns Dream Theater, um Joe Satriani ou alguns dos grandes nomes do jazz, bem posso pensar em viajar.
É triste, mas estamos em Portugal. Basta olharem para a programação das nossas televisões generalistas e os programas que têm mais audiência, ou reparar na recente campanha para as eleições autárquicas, e depois venham-me dizer que ainda vamos evoluir... Para onde???