Thursday, February 23, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 8

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 8: 1987


À semelhança de 1986, muitos e bons foram os lançamentos discográficos na área do rock em 1987. Este foi também o ano em que se formaram bandas como Nirvana, Mr. Big ou Public Enemy. Mas vamos já passar aos artistas que deram mais que falar nesta altura.
Talvez pela primeira vez na história uma banda tinha conseguido misturar géneros tão diferentes como o hip-hop, o funk, o heavy metal e o rock, sem que soasse forçado ou sem qualidade. Os autores da “proeza” eram os Faith No More (FNM), que em 1987 lançam o seguimento de “We Care a Lot” (1985), intitulado “Introduce Yourself”. Só faltava uma coisa para a música dos FNM se elevar a patamares ainda superiores: o fantástico vocalista Mike Patton, que se junta à banda em 1988. Muitas foram as bandas influenciadas pela sonoridade dos FNM, mas estes sempre foram a grande referência do estilo, até à sua separação definitiva em 1998.

Noutra área, a do rock instrumental, Joe Satriani abria definitivamente caminho à grande dificuldade que os músicos tinham em lançar álbuns instrumentais, pois são dirigidos a um mercado substancialmente mais pequeno e as editoras não apostavam neste estilo. Conseguiu-o com um álbum que é, até hoje, considerado um clássico do rock instrumental: “Surfing With The Alien”. O virtuoso guitarrista estruturou muito bem as músicas, e em vez das melodias e refrões normalmente cantados, temos as guitarras a assumir o papel principal. E a qualidade do álbum faz com que nos esqueçamos das vozes por completo, os instrumentos assumem o papel principal e conseguem transmitir-nos os mais variados sentimentos sem que seja necessário recorrer a quaisquer palavras.

Por esta altura haviam uns irlandeses que andavam nas bocas do mundo. Como já devem ter percebido, eram os U2. A banda liderada por Bono contava já com 4 discos e em 1987 lança um dos melhores e mais bem sucedidos álbuns da sua carreira: “The Joshua Tree”. Os U2 são hoje talvez a maior referência do rock n’roll mundial, não apenas pela música que fazem mas também pelo seu activismo político. A banda irlandesa conseguiu criar um som único, aliando à sonoridade tradicionalmente rock as guitarras carregadas de reverb e echo, alguns elementos electrónicos (principalmente na década de 90) e a voz poderosa e singular de Bono.

Outra banda que iria dar muito que falar era originária dos Estados Unidos e intitulava-se Guns N’Roses (GN’R). Os GN’R foram uma pedrada no charco no mundo do rock da altura. Por tudo o que trouxeram musicalmente, mas também pela atitude rebelde e de confrontação, pelas inúmeras polémicas que foram causando e ainda pelo seu frontman, Axl Rose. É neste ano que lançam o seu álbum de estreia, “Appetite for Destruction”, um misto de hard rock e grandes baladas. Até hoje, poucas bandas conseguiram alcançar o talento e estatuto que os GN’R tiveram durante muitos anos, até à saída de todos os elementos da banda, excepto o vocalista Axl Rose, no final da década de 90.

“The Joshua Tree” contém alguns dos maiores hinos da banda irlandesa. Menos político em termos líricos que “War”, este álbum move-se por terrenos mais escuros e tenta encontrar sentido e esperança num mundo melhor. Ao todo são 11 canções ao estilo dos U2, onde também conseguimos encontrar influências de country e blues. Para a história ficam músicas eternas como “Where The Streets Have No Name”, “With or Without You” e “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”. Goste-se ou não, é difícil ficar indiferente à força destas canções.


Se ouvirmos este álbum e tentarmos recuar no tempo, facilmente percebemos o enorme talento dos GN’R: quase 20 anos depois o som mantém-se de uma actualidade impressionante. Riffs pesados q.b., intercalados com grooves bluesy e grandes solos de guitarra (da dupla Slash e Izzy), juntos com uma secção rítmica bastante coesa e o poder vocal e icónico de Axl Rose foram a chave para o sucesso e reconhecimento. Desde o início com o rápido e cru “Welcome to the Jungle”, passamos por canções mais lentas e melancólicas como “Mr. Brownstone” e temos ainda os hinos “Paradise City” e “Sweet Child O’Mine”, entre muitos outras canções de intensidades e ambiências diferentes, este é sem dúvida um álbum para ouvir do princípio ao fim.


Até para a semana.
Take Me Down To The Paradise City!

Wednesday, February 22, 2006

Sugestões Culturais

Aproxima-se um fim de semana prolongado, para quem tem a sorte de não trabalhar na 2ª feira. Aqui ficam algumas sugestões de eventos interessantes a decorrer até ao final do mês e início de Março.


26º Fantasporto - Festival Internacional de Cinema do Porto - A decorrer entre os dias 20 de Fevereiro e 5 de Março. Programação e informações disponíveis no site www.weblight.pt/fantasporto







Portalegre Jazz Fest - 4º Festival Internacional de Jazz de Portalegre. Entre os dias 21 e 25 de Fevereiro. Através da página da C.M. Portalegre pode-se aceder ao programa do Festival: C.M. Portalegre - Jazzfest




Guitarmania 2006 - 2º Festival Internacional de Guitarra Clássica. Realiza-se de 26 de Fevereiro a 4 de Março e divide-se entre Almada e Belém. Além dos habituais concertos, o Festival vai contar com "masterclasses" e inclui o 1º Concurso Internacional de Guitarra Clássica. Mais informações no site oficial.





Seia Jazz & Blues - 2º Festival Internacional de Jazz & Blues de Seia. De 24 Fevereiro a 4 Março. Maria João e Mário Laginha e Henri Téxier são os grandes nomes do cartaz. O festival vai ainda contar com vários workshops instrumentais.

Monday, February 20, 2006

O Regresso do Rei


B.B. King
poderá estar de regresso a Portugal 4 anos depois. O Rei do Blues vai efectuar a sua última tournée europeia e Portugal é apontado como o possível último concerto de B.B. King em solo europeu. Uma oportunidade única para ver de perto uma lenda viva da música mundial, e provavelmente a última. B.B. é considerado por muitos o melhor músico de blues de todos os tempos. Agora o mítico guitarrista e a sua inseparável "Lucille" poderão brindar os fãs portugueses com uma das suas últimas actuações. O concerto está inserido numa iniciativa da Câmara Municipal de Santarém, a primeira edição do Festival de Alviela, a realizar em Julho deste ano. O Festival vai ter como objectivo a sensibilização da população para os problemas ambientais do Rio Alviela, e parece que a C.M. Santarém está empenhada em contratar nomes sonantes da música internacional para actuar no evento. Segundo o management de B.B. King, o artista revelou-se interessado em terminar a tournée europeia em território nacional, já que é uma pessoa sensibilizada para os problemas ambientais. Só resta esperar que tudo se concretize e que tenhamos oportunidade para um último passeio com o rei.

Let's Go "Riding With The King" in Santarém!

Thursday, February 16, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 7

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 7: 1986


1986 foi um ano fértil em lançamentos discográficos importantes para a história do rock. A maior revolução aconteceu porventura nas vertentes mais “pesadas”, onde bandas como Metallica, Slayer, Iron Maiden ou Megadeth vão definir o standard daquilo que vai ser o heavy metal daí para a frente. Os Megadeth lançam "Peace Sells... But Who's Buying?", um clássico trash da banda de Dave Mustaine, que mais tarde se vai mover noutros terrenos musicais. Os britânicos Iron Maiden regressam com um dos mais consistentes discos da sua longa carreira, "Somewhere in Time", enquanto que os Slayer arrasam tudo e todos com "Reign in Blood", um álbum que redefiniu o trash metal.
Mas a história deste ano não fica por aqui. Houve ainda álbuns que fizeram sucesso, uns mais i
novadores que outros, mas cuja importância não pode ser ignorada. Os Genesis com “Invisible Touch”, a estreia dos Beastie Boys com “Licensed to Ill”, Peter Gabriel e “So” ou David Lee Roth em “Eat’em And Smile”, só para dar alguns exemplos. Para análise mais pormenorizada escolhi "A Kind of Magic" dos Queen e "Master of Puppets" dos Metallica.


Quer se goste ou não, os Queen tiveram influência indiscutível na música contemporânea. A banda de Freddie Mercury e Brian May foi uma das mais criativas e inovadoras nos anos 80. Não é fácil descrever a sonoridade dos Queen, embora ecléctica e épica sejam adjectivos que se insiram nesta caracterização. Este álbum apresenta-nos alguns dos clássicos que marcaram a carreira da banda e que ainda hoje continuam a influenciar músicos um pouco por toda a parte. O épico tema título do álbum "A Kind of Magic", mais um clássico com "One Vision", a balada "Who Wants To Live Forever" e o pop/rock de "Friends Will Be Friends" são tudo canções que os Queen imortalizaram. O álbum tem 10 temas no total e foi dos que mais sucesso fez em Inglaterra, terra natal da banda, conseguindo manter-se no top durante 63 semanas. A banda fez depois uma tournée com bastante sucesso, enchendo estádios por toda a Europa, mas que infelizmente viría a ser a sua última com Freddie Mercury. O brilhante vocalista tinha sido diagnosticado com SIDA, e até à data da sua morte concentrou-se em gravar mais dois álbuns em estúdio ("The Miracle" e "Innuendo") com os Queen, vindo a falecer no final de 1991.


“Master of Puppets” é considerado, quase unanimemente, uma das maiores obras primas de sempre do heavy metal. Não há nenhum tema fraco neste álbum, e a banda confirma todo o seu potencial, naquele que será o último lançamento com Cliff Burton no baixo. Cliff morre num trágico acidente de viação na Suécia, quando a banda estava em tournée a promover este “Master of Puppets”. Com apenas 24 anos, o mundo da música perdia um dos mais promissores baixistas de sempre. Fica apenas o consolo do grande álbum que ajudou a compôr.
Desde "Battery", um tema rapídissimo, a fazer lembrar os tempos de "Kill’em All", a acabar em "Damage, Inc.", este disco tem um pouco de tudo. No épico que dá título ao álbum, uma reflexão sobre os efeitos da droga no ser humano, temos 8 minutos de riffs rápidos, intercalados com o refrão e bridge mid-tempo, guitarra clean e harmonias a duas guitarras, e o final novamente rapídissimo. Metallica no seu melhor nível de inspiração... podemos ainda apreciar a lenta mas pesada “The Thing That Should Not Be”, o clássico “Welcome Home (Sanitarium)”, mais um grande momento com a crítica à política de guerra no veloz “Disposable Heroes”, o pesadelo em “Leper Messiah”, o instrumental “Orion” (que grande desempenho de Cliff Burton) e a insanidade de "Damage, Inc.". A realçar ainda as letras de James Hetfield, aqui a atingir também um nível de composição bastante interessante.


Até para a semana.
Don't waste your time always searching for those wasted years!

Tuesday, February 14, 2006

Future Repeats Itself


Faz hoje precisamente 16 anos que o Irão, através do Ayatollah Khomeini, lançou uma "fatwa" contra o escritor Salman Rushdie. A "fatwa", uma espécie de decreto religioso, oferecia um prémio pelo cabeça de Rushdie, devido ao seu livro "Os Versículos Satânicos". Khomeini apelou aos muçulmanos pelo assassinato do escritor e dos editores e ofereceu um milhão de dólares como recompensa. Curiosamente, o escritor nasceu na Índia, no seio de uma família muçulmana da classe média e viveu posteriormente no Paquistão. Após a "fatwa", Rushdie foi forçado a viver escondido durante alguns anos. O seu crime? Ter escrito um livro que critica alguns aspectos do Islão...
Continuamos a não aprender com a história, como se viu ainda recentemente pelas declarações do nosso MNE no caso dos cartoons publicados pelo jornal dinamarquês "Jyllands-Posten". E se continuamos a ceder perante estes extremismos, alguma coisa está mal...

Monday, February 13, 2006

Loose Thoughts










Em que medida uma imagem, um som, um filme, nos faz sonhar, nos faz pensar em inúmeras coisas simultaneamente?
Ouvimos frequentemente dizer que uma imagem vale mais que mil palavras. E uma melodia, será que vale mais que mil imagens? Qual é a importância da palavra? Tudo tem importância relativa na nossa vida... Para mim a linguagem é dos sistemas menos desenvolvidos. Quando me deparo com uma imagem "asfixiante" ou quando ouço uma melodia que me desperta sentimentos fortes, nunca na vida podería expressar isso em palavras. Não sei se precisaria de mil palavras, sei é que não há ainda palavras para descrevermos a "linguagem da nossa alma". Nem acredito que possa algum dia haver. Acho que é essa a grande magia das artes visuais ou da música. O artista consegue através da sua representação do mundo (seja ela uma fotografia, uma pintura, uma música) partilhar um sem número de sentimentos com o seu público, que de outra forma nunca conseguiría transmitir.
(Gostava de deixar algumas considerações para vossa reflexão)
1. Será esta a grande magia daquela a que chamamos 7ª arte? O cinema é talvez a mais recente arte, e aquela que mais cresceu e se modificou em menos de um século de vida. Nunca outra forma de arte "ousou" desenvolver-se a um ritmo tão acelerado. Antes tentava-se contar uma "estória" e comunicar com o público, o realizador preocupava-se em passar uma mensagem para as pessoas que víam o seu filme. Os realizadores tinham uma motivação para contar uma determinada "estória". Hoje vemos uma aproximação cada vez maior a uma linguagem vazia e interpretações banais, para dar lugar a uma invasão de efeitos especiais, que ocupam cada vez mais um papel principal nas maiores produções. O produtor escolhe o realizador que mais lhe convém e este muitas vezes limita-se a dar a cara por um filme em que não acredita.

2. Na música assistimos a um fenómeno semelhante. O estudo da música e a prática dos instrumentos dá lugar a sintetizadores e computadores que programam batidas e misturam samples. A evolução sempre fez parte da natureza humana. Mas será que algumas das coisas a que assistimos hoje se podem considerar evolução? Nem sempre a palavra futuro significa evolução. A regressão também faz parte da vida. Ás vezes temos que dar um passo atrás para depois conseguirmos dar dois em frente.
A era digital, os sintetizadores, os efeitos especiais vieram para ficar, disso não há dúvidas. A grande questão é aquilo que vamos valorizar no futuro: Mozart e Miles Davis ou Trance e 50 Cent? Não sou contra nenhum tipo de música, mas há batalhas que não merecem ser perdidas.
O resultado vai determinar se a arte continua a ser uma expressão de liberdade e criatividade individual ou se a massificação se instala de vez e vemos diluída a nossa identidade, o nosso ser. E aqui não há meio termo. Eu sei de que lado da barricada prefiro lutar.

Saturday, February 11, 2006

Rock in Rio Lisboa



Mais dois nomes confirmados para o Rock in Rio Lisboa: Roger Waters e Red Hot Chili Peppers. Os norte-americanos actuam no dia 3 de Junho, concerto integrado na tour europeia de promoção ao álbum "Stadium Arcadium", sucessor de "By The Way", que deverá ser lançado no próximo dia 8 de Maio. Quanto ao músico britânico, vai ser o cabeça de cartaz do Palco Mundo no dia 2 de Junho, que conta também com a presença de Rui Veloso e Carlos Santana.
Quanto a presenças portuguesas, para já confirmados estão os "habitués" Xutos & Pontapés, apesar de não terem ainda data marcada, e os Da Weasel, que vão actuar no mesmo dia dos RHCP.

Thursday, February 09, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 6

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 6: 1985



Quem não se recorda da célebre música “We Are The World”? Foi precisamente neste ano que saíu no álbum “USA For Africa: We Are The World”, uma das mais célebres tentativas de activismo e ajuda aos países pobres através da música. Participaram nas gravações 45 vocalistas, entre eles Michael Jackson, Stevie Wonder, Bob Dylan, Tina Turner ou Bruce Springsteen. Um gesto importante, mais pela parte simbólica e de solidariedade, do que propriamente pela qualidade musical.

Relativamente a lançamentos discográficos, pode-se considerar que 1985 foi um tubo de ensaio para muitas bandas testarem conceitos e abordagens que nos anos seguintes valeram muitas obras primas. Embora discutível, penso que a grande maioria dos álbuns lançados neste ano não foram assim tão importantes para o desenvolvimento do rock numa perspectiva histórica, pois os verdadeiros clássicos de bandas que lançaram discos em 1985 estavam ainda para vir. Para ser mais concreto vou dar alguns exemplos. Os Bon Jovi lançam “7800 Fahrenheit”, mas o grande êxito vai acontecer no ano seguinte com “Slippery When Wet”. Os Slayer, reis do trash metal, trazem “Hell Awaits”, um bom álbum mas que no entanto vai ser “esquecido” pelo lançamento do ano seguinte, “Reign In Blood”, talvez um dos álbuns mais marcantes e definidores do estilo. “Spreading The Disease”, dos Anthrax (que tiveram um papel bastante importante no desenhar de novas fronteiras dentro do heavy metal), ajuda a definir o estilo da banda, que acaba por lançar um dos seus melhores álbuns em 1987, “Among The Living”. E ainda mais exemplos poderíam ser dados, mas fico por aqui para não estender demasiado o texto. Para a história fica, sem dúvida, “Brothers In Arms” dos Dire Straits, o 6º álbum da banda inglesa.


Os Dire Straits, liderados pelo guitarrista/vocalista Mark Knopfler, começam a aparecer no final da década de 70, e estreiam-se com o álbum homónimo em 1978, que fica claramente marcado pelo extraordinário “Sultans Of Swing”, um dos maiores êxitos de sempre da banda. Mas foram precisos alguns anos para a banda assinar aquele que pode ser considerado um dos melhores e mais bem conseguidos álbuns da sua carreira, senão mesmo o mais apreciado. O estilo melancólico e as intrincadas malhas de guitarra de Knopfler tornam-se definitivamente imagem de marca dos Dire Straits e influência marcante no rock dos anos vindouros. Neste álbum temos clássicos como “So Far Away”, uma balada sobre o sofrimento amoroso, “Money For Nothing” (intro com memorável riff de guitarra), tema que fez sensação na MTV durante anos e que fala precisamente das estrelas de rock e da MTV, o épico “Brothers in Arms” sobre o flagelo da guerra na Escócia e ainda o “feeling” rock n’ roll de “Walk of Life”. Um álbum que vale definitivamente a pena (re)descobrir.


Até para a semana.
Keep on Rockin' in the Free World!

Tuesday, February 07, 2006

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freedom /fri:dam/ n 1 nu the condition of being free: freedom of thought/speech.








"There is no such thing as a Holy War"

Thursday, February 02, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 5

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 5: 1984


Não se pode considerar que 1984 tenha sido um ano particularmente rico em acontecimentos marcantes para a história do rock. A música pop dominava quase por completo os tops e assiste-se ao aparecimento do reggae no mercado mainstream. No entanto foram vários os álbuns lançados este ano que merecem referência, pelas mais variadas razões. “Fistful Of Metal”, a estreia dos Anthrax, uma banda que vai criar uma sonoridade original, misturando vários estilos na sua sonoridade maioritariamente heavy. Os australianos AC/DC continuam a sua carreira com "’74 Jailbreak", Jon Bon Jovi lança o álbum homónimo “Bon Jovi”, os britânicos Iron Maiden continuam a sua saga com “Powerslave” e os Metallica voltam a surpreender tudo e todos com o seu segundo álbum, “Ride The Lightning”. Uma banda que vai ser determinante ainda esta década e também nas seguintes lança um bom álbum. São os U2 com o álbum “Unforgettable Fire”, que conta com alguns temas emblemáticos da banda irlandesa.

No entanto os álbuns escolhidos para os mais representativos do ano foram “Born in the USA” de Bruce Springsteen e “Couldn’t Stand The Weather” de Stevie Ray Vaughan (SRV).


Este excepcional guitarrista é um dos principais responsáveis pelo revivalismo do blues nos anos 80. O seu estilo inconfundível fundia os blues com o rock, como ninguém o tinha feito até então. A sua banda, intitulada Stevie Ray Vaughan & Double Trouble começou por tocar no circuito de bares no Texas, e acaba por dar nas vistas em 1982, no conhecido Festival de Montreux. David Bowie era um dos espectadores e no fim convidou SRV para gravar com ele. O guitarrista aceitou o desafio e gravou as guitarras lead daquele que viría a tornar-se um dos álbuns com mais sucesso de Bowie: “Let’s Dance”. SRV consegue também obter considerável sucesso no seu álbum de estreia, “Texas Flood” em 1983, e consegue corresponder às expectativas logo no ano seguinte, lançando “Couldn’t Stand The Weather”, mais um grande álbum de blues-rock. Apesar de metade dos temas neste álbum serem covers, a música é sem dúvida de qualidade. A inevitável cover de Voodoo Chile (Slight Return) do mestre Jimi Hendrix, muito bem interpretada por SRV, a juntar aos originais “Couldn’t Stand The Weather”, “Tin Pan Alley (AKA Roughest Place In Town)” ou “Stang’s Swan” chegam para percebermos o tipo de músicos que podemos ouvir neste álbum. É o virtuosismo de um blues man, com algumas inclinações jazzy e rock, que veio alargar a fronteira destes estilos diferentes, através do inconfundível toque que dava às suas composições na guitarra.


Estamos perante um músico que dispensa quaisquer apresentações. Bruce Springsteen tinha começado a sua carreira em na primeira metade da década de 70, e apesar de já contar com alguns álbuns por esta altura, nenhum se tinha sequer aproximado do sucesso de “Born In The USA”. Depois de sete singles saídos deste álbum, uma tournée de suporte que durou dois anos e mais de 10 milhões de cópias vendidas, Springsteen tornou-se um dos mais conhecidos “rockeiros” de sempre. Não que Bruce seja um dos mais inovadores compositores de rock n’roll ou mesmo um músico genial, certo é que a pouco e pouco se foi tornando um ícone deste estilo de música. Neste álbum encontramos alguns dos temas mais conhecidos da carreira do norte-americano, como “Glory Days”, “Dancing In The Dark”, o inevitável “Born In The USA” ou ainda “My Hometown”. É sem dúvida um dos álbuns que mais vendeu e que mais marcou a época, no que ao rock diz respeito.


Até para a semana.
Fight Fire With Fire!