Thursday, November 23, 2006

Loueke! Quem?


Depois do concerto dos "extraterrestres" Keith Jarrett, Jack DeJohnette e Gary Peacock, eis que chega o Herbie Hancock na mesma semana!! Uff!! Não é fácil digerir tanta coisa. E num concerto de mais um "extraterrestre", a surpresa veio de uma guitarra. Lionel Loueke, músico do Benin, é uma verdadeira caixinha de surpresas. E alia ao seu enorme talento uma dose interessante de originalidade. Nascido em África, estudou música em Paris e depois na Berklee School of Music, nos EUA. E consegue juntar todas estas influências de uma forma bastante interessante. Um valor a não perder de vista.

http://www.youtube.com/watch?v=HRKz5oN_1Eo

www.lionelloueke.com

Watch for yourself!

Thursday, November 09, 2006

Já só faltam três dias...


...para o regresso a Portugal de um dos melhores músicos de jazz de sempre. 25 anos depois Keith Jarrett vai actuar no nosso país. Keith vai actuar no formato de trio, trazendo com ele os companheiros habituais: Jack Dejohnette e Gary Peacock. Dia 12 de Novembro no CCB. A não perder!

Wednesday, October 11, 2006

Introducing... Mr. Mike Mangini

No comments...



Se me conseguirem explicar onde é que os braços dele estão no fim do solo, agradecia :)

Friday, September 29, 2006

Com Cheerleaders assim... vale a pena

O tempo para escrever tem sido tão curto, portanto cá vai mais uma sugestão em formato vídeo. Vejam aqui as meninas bonitas da Luz...





Se quiserem ler toda a reportagem cliquem aqui.

Thursday, August 10, 2006

Even the score

Já falta pouco para o lançamento daquele que espero seja um dos melhores álbuns do ano. "Score" é o mais recente trabalho dos Dream Theater, um álbum ao vivo em que a mestria dos músicos da banda se mistura com uma orquestra. Depois de S&M dos Metallica, "Score" tem tudo para ser um marco na história da fusão rock/metal com a música sinfónica. Mas a boa notícia é que o álbum está disponível em mp3.com para ser ouvido em streaming. Claro que não é o mesmo que ter o CD ou o DVD, mas até à data de lançamento (prevista para 29 de Agosto) já dá para saciar a curiosidade. A não perder!

Tuesday, August 08, 2006

Stanley Jordan

Por dica de um amigo, aqui fica mais um grande clip de um grande músico. Mais uma vez as palavras são totalmente dispensáveis... Just hear it!

Monday, July 31, 2006

Miles Away


Há músicos que marcam uma geração. Mas há outros que vão ainda mais longe. Mudam toda a forma de pensar, tocar e estruturar uma peça musical. Revolucionam as nossas mentes, chocam com métodos instituídos e irritam os críticos que não os conseguem compreender. E estes músicos não marcam apenas uma geração – deixam a sua marca de tal forma impressa que a partir daí a música nunca mais é a mesma. Atravessam décadas e o legado perdura para sempre. Veja-se o caso de Mozart, Beethoven, Rachmaninoff ou Jimi Hendrix. Quantos anos passaram desde as últimas composições destes génios? Mesmo que não se perceba, aquilo que fizeram pela música continua a perdurar e as composições da actualidade serão sempre influenciadas por o que se conseguiu evoluir no passado.

Miles Davis é uma destas excepções. O trompetista norte-americano revolucionou a música no século XX e a sua influência vai perdurar por muitos séculos. O menino que nasceu em Saint Louis cedo ganhou interesse pela música e mudou-se para New York assim que completou o ensino secundário. Foi aqui que conheceu o mundo do jazz, no famoso circuito de bares da Big Apple. Ainda jovem, Miles conheceu alguns nomes grandes do jazz como Charlie Parker, Jack DeJohnette ou Art Blakey. Aprendeu com eles, mas tão importante como isso foi a preocupação em encontrar a sua “voz” no trompete, a sua sonoridade, aquilo que o iria distinguir de todos os outros. Esse foi um percurso de toda uma vida, que pode ser apreciado na longa discografia do artista. Desde os primeiros anos a tocar standards até à fase “eléctrica” e progressiva, Miles Davis é inconfundível. Trabalhou com John Coltrane, Sonny Rollins, Chick Corea, Keith Jarrett, Art Tatum, Charles Mingus, Philly Joe Jones, Dizzy Gillespie, entre muitos outros. Mas sempre se conseguiu destacar pela originalidade, criatividade e inovação. Como li nalgum lado, Miles Davis é o Picasso do jazz. Não sei se a comparação é ideal ou não, mas o trompetista negro de mau feitio é talvez o músico mais influente do jazz do século passado.

Pouco tempo antes de Jimi Hendrix falecer, os dois músicos tinham-se juntado e preparavam-se para gravar um álbum juntos.
Infelizmente, esse disco nunca chegou a acontecer. Miles soube da notícia da morte do guitarrista, e pela primeira vez na sua vida achou que devia ir a um funeral. O sonho tornava-se impossível de realizar: conhecendo-se o génio dos dois músicos, a música seria provavelmente algo impossível de descrever. Afinal o que aconteceria se se juntassem os dois maiores músicos do século XX??? Nunca se saberá...

Miles morreu em 1991, mas a sua música é eterna.



Wednesday, June 28, 2006

A vingança serve-se fria...

Capa de ontem do maior diário desportivo espanhol, antes do jogo dos oitavos-de-final entre França e Espanha. (Reparar nas provocações em letra pequena, acima da manchete, a Zidane).



Quem é que está em pânico agora? Zidane mostrou que ainda não esqueceu... e os espanhóis choram a eliminação. Nada a que já não estejam habituados.

Thursday, June 01, 2006

Plágio ou coincidência???


Pois é. Há coisas que continuam a surpreender-nos... desta vez a história envolve os Red Hot Chili Peppers, banda que vai actuar depois de amanhã no Rock In Rio. Quem é que ainda não ouviu o single "Dani California" retirado do novo álbum "Stadium Arcadium"? Poucos, certamente. Mas ainda menos serão os que reconheceram evidentes semelhanças entre esta música e uma de Tom Petty lançada em 1990 e que se intitula "Mary Jane's Last Dance". Um produtor de rádio norte-americano descobriu um possível caso de plágio praticado pelos RHCP, e afirma mesmo que "a progressão de acordes, a melodia, o tempo, a escala, o tema da letra... são idênticos". Num programa emitido esta semana foi desvendado o alegado plágio e as duas músicas foram comparadas, primeiro com excertos de cada uma e depois tocadas simultaneamente. Qual não é a surpresa quando se percebe que o início dos dois temas é igual, e até a secção rítmica está no mesmo tempo musical!!
Para quem é fã da banda ou quem se interessa por música aqui fica o link com o excerto do programa de rádio onde se pode ouvir a investigação sobre este caso:
WGMD Radio News

Thursday, May 25, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 16

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 16: 1995


Estamos praticamente a meio da década de 90. A indústria musical começa a sofrer algumas alterações, principalmente pela “explosão” de ficheiros MP3 através da Internet, fenómeno que começa a crescer neste ano, e desde aí não mais parou até aos dias de hoje.
Os Dire Straits separam-se, pondo fim a uma brilhante carreira. Por outro lado formam-se os System Of a Down, uma das bandas mais inovadoras na cena metal a aparecer nesta década.

Quanto a discos influentes lançados em 1995, temos “King For a Day...Fool For a Lifetime” dos Faith No More, “Wolfheart” dos Moonspell (maioritariamente a uma escala nacional) e dois que vou falar mais detalhadamente.

Os Garbage formam-se em 1993, pela mão dos 3 produtores Butch Vig, Duke Erikson e Steve Marker. Estes juntam-se para uma jam session mas acabam por recrutar Shirley Manson para a voz e assim nasce uma das mais inovadoras bandas pop rock da década de 90. Como não podia deixar de ser, o álbum de estreia “Garbage” é extremamente bem produzido, com particular destaque para os arranjos das músicas, que fazem a banda apresentar uma sonoridade diferente do habitual em bandas pop. O álbum começa a ter sucesso nos E.U.A. mais para finais do ano, quando “Queer” passa a ter forte destaque nas rádios. Mais tarde também “Stupid Girl” e “Only Happy When It Rains” recebem forte airplay, ajudando o álbum a atingir “ouro” em meados de 1996. “Garbage” acaba por ser um dos melhores discos pop do ano e uma lufada de ar fresco neste estilo musical.

Este é um dos maiores discos de industrial, feito por um nome que dispensa apresentações neste estilo. Os Fear Factory lançam “Demanufacture”, o segundo álbum da carreira, onde aperfeiçoam a reconhecida sonoridade da banda, misturando a electrónica industrial e samples com o pesado death metal. O resultado acaba por ser excelente, e o disco é aclamado um pouco por todo o mundo. A partir daí o industrial nunca mais foi o mesmo. A bateria de Herrera, misturada com os riffs pesadões de Cazares e os refrões melódicos de Burton C. Bell deixaram a sua marca para sempre. Basta ouvir “Replica”, “Dog Day Sunrise”, “Self Bias Resistor” ou “Demanufacture” para se perceber porquê…

Até para a semana.
Rock On!


Tuesday, May 23, 2006

Defeso Musical




Já há algum tempo que não escrevia. Falta de tempo ou falta de assunto, não sei. Pois hoje decidi voltar à caneta e papel (vulgo Word) e deixar aqui umas linhas. Para variar vou falar de música, mais concretamente de períodos de espera. A música às vezes é como o futebol em tempo de defeso, onde não há jogos e os jornais esperam e desesperam por tempos mais movimentados. Aquelas alturas em que esperamos por álbuns novos ou concertos, parecem este longo período de espera até começar o Mundial e o ecrã se voltar a encher de futebol várias horas por dia. Pois neste momento encontro-me numa dessas fases, e a única coisa a fazer é ouvir coisas antigas que vão ficando para o lado por falta de tempo. E já não é mau, pois às vezes é a única maneira de ouvir com atenção e pormenorizadamente alguns discos que já comprei ou arranjei, e por este ou aquele motivo fui adiando audições mais atentas. E aproveito sempre para descobrir coisas novas, especialmente em áreas musicais onde o meu conhecimento é menor.
Bom, mas isto tudo para falar de duas coisas que já espero com alguma ansiedade. Os Iron Maiden já efectuaram as gravações do seu novo álbum de estúdio, e ainda não ouvi falar da data prevista de lançamento. Apenas sei que já está a ser misturado pelo "mestre" Kevin Shirley... e conhecendo bem a banda britânica não posso esperar para ouvir a sonoridade do novo material.
Por falar em Kevin Shirley, o homem que costuma misturar os álbuns de Dream Theater, os norte americanos fizeram um concerto no passado mês de Janeiro com uma orquestra!!!, após 20 anos de carreira. Se já os Metallica tinham tido uma experiência bastante interessante com a San Francisco Symphony Orchestra (lançada em "S&M), então a espera para ouvir os génios do rock progressivo a tocar com uma orquestra vai ser longa... mas certamente vai valer bem a pena. Datas previstas é óbvio que também não há, mas não me parece que o lançamento deste concerto em CD e DVD seja feito durante este ano.
Entretanto temos um mês de Mundial (9 Junho a 9 Julho), antecedido pelo Europeu de Sub-21, para nos ajudar a esperar pelas novidades musicais.

Up the irons!

Wednesday, April 26, 2006

FF@Almada


O grande nome do metal industrial passou ontem à noite por Almada. Os Fear Factory (FF) não deram descanso a ninguém durante 1 hora e 45 minutos. Deve ser por isso que os meus ouvidos continuam a emitir feedback, e o corpo dói como se tivesse estado a fazer desporto durante duas horas. Mazelas que ficam de um concerto, mas que não chegam para relegar as boas memórias para segundo plano. Os norte-americanos estiveram iguais a si próprios e destilaram riffs industriais, acompanhados pela "metralhadora" que é a bateria de Raymond Herrera, um espectáculo dentro do próprio espectáculo. Felizmente os dois últimos álbuns foram os menos tocados, com a banda a concentrar a maior fatia do concerto em "Demanufacture" e "Obsolete", os discos mais conseguidos na carreira dos FF. Não faltou nenhuma das grandes músicas, acompanhadas por abundante mosh e crowd surfing. Os seguranças não tiveram mãos a medir...

Desde "Self Bias Resistor", "Shock", "Edgecrusher", "Linchpin", passando por "Martyr", entre muitas outras, e o encore com "Replica" e "Ressurrection", era difícil pedir mais. O Incrível Almadense voltou a viver uma grande noite de metal, e os fãs de FF também. Parte de "Walk" (dos Pantera) foi também revivido pelos FF, numa homenagem ao falecido guitarrista Dimebag Darrel, que chegou para pôr todos a saltar e a gritar o nome de um dos mais carismáticos guitarristas do heavy metal (morto por um fã durante um concerto, em 2004).
Pena que ultimamente os concertos de metal andem tão escassos por cá. As melhores bandas (não significa as mais conhecidas) continuam sem incluir o nosso país nas suas tournées. Será que os nossos promotores de concertos andam a dormir, ou só lhes interessa trazer grandes nomes ao Pavilhão Atlântico?

Thursday, April 20, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 15

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 15: 1994


De 12 a 14 de Agosto realizou-se a segunda edição do Festival Woodstock, em comemoração dos 25 anos sobre o evento original de 1969. Com o lema “Three more days of peace, love and music”, o festival teve um ambiente completamente diferente do Woodstock original e acaba mesmo por ficar conhecido como “Mudstock” devido às enormes batalhas de lama entre o público presente e algumas bandas. Os maiores nomes presentes foram Santana, Aerosmith, Peter Gabriel, Metallica, Green Day, Nine Inch Nails, Red Hot Chilli Peppers, Cypress Hill, Joe Cocker, entre outros.
Kurt Cobain suicida-se na sua própria casa, em A
bril deste ano, e a sua morte acaba por torná-lo num ícone da música rock em todo o mundo. Neste ano é editado “MTV Unplugged in New York”, até hoje um clássico dos álbuns ao vivo, e uma das maiores performances da banda antes da morte do seu frontman.


O quarto álbum dos Soundgarden acaba por ser o que mais sucesso teve na carreira do grupo originário de Seattle. “Superunknown” é um disco que revela uma banda no auge da originalidade e maturidade na composição, enquanto mantém as características da sonoridade do quarteto. O som grunge, com influências “Zeppelianas” e de heavy metal, marca o som dos Soundgarden, além das dissonâncias e compassos invulgares. Neste disco há também algumas incursões pela pop, no que é exemplo o hit single “Black Hole Sun”. Ao todo são 15 músicas, que ajudaram a elevar os Soundgarden a banda de culto. Sem dúvida um dos grandes discos desta década.


“Burn My Eyes” foi uma das grandes surpresas do ano. O disco de estreia dos Machine Head apresenta ao mundo uma sonoridade que rivaliza com os melhores álbuns de Pantera, e que consegue soar original ao mesmo tempo. Tarefa nada fácil para um primeiro disco, mas o que é certo é que os MH demonstram aqui toda a sua capacidade para compor, além de uma enorme coesão no resultado final. Os riffs de guitarra não podiam ter mais groove, a voz assenta que nem uma luva e a secção rítmica é bastante boa. É deste disco que saem temas como “Old”, “Davidian”, “A Thousand Lies” ou “Block”, que até à data continuam a ser dos melhores alguma vez editados pela banda.


Até para a semana.
How Does it Feel to Be Alive?!

Tuesday, April 18, 2006

Terror, onde?


"Hostel", de Eli Roth, é para já uma das grande desilusões do ano. A hábil campanha de marketing americana funcionou em pleno, o nome de Quentin Tarantino (como produtor executivo) ajudou a chamar pessoas às salas, mas no final de contas "Hostel" não passa de um filme medíocre, com alguns salpicos de gore à mistura. Três adolescentes (dois americanos e um islandês) conhecem-se durante uma viagem pela Europa e, depois de ouvirem uma história mirabolante sobre Bratislava e a facilidade de arranjar mulheres, decidem ir até à capital eslovaca. Em Bratislava as coisas não serão tão fáceis como parecem, e os jovens vêem-se envolvidos num complexo esquema de tráfico de carne humana.

A primeira metade do filme chega a ser muito má, e parece que estamos a ver um qualquer teenager road movie de má qualidade, com um argumento que roça a banalidade. Ao fim de quase uma hora lá vem um pouco de gore, quase forçado, aparecendo como acessório de uma estória muito fraca, e não de uma forma natural. Isto, para um filme que se apresentava no cartaz como "the scariest movie in a decade", é manifestamente insuficiente.
O filme aborda o tráfico de seres humanos, que são depois mortos de várias formas por psicopatas que pagam para assassinar as vítimas das mais diversas formas. Mesmo assim o realizador cai muito no facilitismo, e nunca chega a explorar o lado da estória que poderia ser desenvolvido de uma forma muito mais interessante. Excepção feita a duas ou três cenas e alguns pormenores, o resto do filme acaba por ser demasiado superficial e caír facilmente no tédio. O filme até poderia servir para uma séria reflexão sobre a crueldade humana para com os seus semelhantes e os limites do sofrimento e tortura impostos, mas é certamente coisa que não se vê neste "Hostel". Os efeitos sonoros e a música são demasiado excessivos, "empurrando" sempre o espectador para onde o realizador deseja, não deixando que os sentimentos passem de uma forma natural através da imagem e do próprio argumento.

Ao contrário do que estava à espera, este é um filme de estúdio à boa maneira hollywoodesca, e como geralmente sucede neste género, a boa produção não disfarça o mau conteúdo, e a lógica comercial sobrepõe-se ao interesse de criar um filme com qualidade que leve as audiências a reflectirem.
Vejam. Mas depois não digam que não avisei!

Thursday, April 06, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 14

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 14: 1993


Em 1993 é lançado o último álbum de estúdio dos Nirvana, “In Utero”. Kurt Cobain viria a morrer no ano seguinte e a carreira dos Nirvana termina. Este ano vê partir Frank Zappa, um dos maiores génios musicais do século XX ligados ao rock. Zappa torna-se uma das maiores influências para músicos da sua geração e das seguintes.
O mítico vocalista dos Iron Maiden resolve sair da banda, após muitos anos e os britânicos dão o seu último concerto com Dickinson em Agosto, espectáculo que é transmitido pela televisão britânica (Bruce acaba por mais tarde regressar aos Maiden, levando consigo Adrian Smith, mais concretamente em 1999, depois de ter lançado vários discos a solo). Quanto aos álbuns mais influentes do ano, a escolha vai para os Sepultura, Gary Moore e Anthrax.


Um dos álbuns mais proeminentes desta década. Os brasileiros Sepultura conseguem um dos discos mais aclamados da sua carreira, juntando percussões fortes, letras que denunciavam a situação caótica no Brasil, ritmos bastante pesados e a brutal voz de Max Cavalera. Impressionante para quem conhece os primeiros passos da banda, onde gravam o primeiro disco pouco tempo depois de estarem juntos e ainda a aprender a tocar os instrumentos. Mas a evolução da banda foi rápida e notória de álbum para álbum, conseguindo alcançar alguns anos depois o estatuto de banda de culto no meio heavy metal mundial. Este “Chaos A.D.” tem grandes músicas como “Refuse/Resist”, “Territory”, a instrumental “Kaiowas”, “Propaganda” ou ainda “Nomad”, entre outras. Os Sepultura mostraram ao mundo outra forma de abordar e de fazer heavy metal, e apesar da saída de Max Cavalera (que veio a formar os Soulfly) após o sucessor de “Chaos A.D.” (“Roots”), esse mérito já ninguém lhes tira.


Gary Moore é um dos mais conceituados e talentosos guitarristas de blues rock das últimas décadas. O irlandês conseguiu o seu espaço ao criar um estilo e sonoridade muito próprias, nunca fugindo às raízes tradicionais do blues, mas acrescentando-lhe tonalidades rock e uma capacidade de composição acima da média. “Blues Alive” é um disco bastante interessante, com os maiores êxitos do guitarrista e um som muito bom, tendo em conta que é um álbum ao vivo. Toda a mestria e técnica de Moore podem ser apreciadas, desde as músicas mais rock como “Cold Day in Hell” ou “Walking By Myself”, passando pelas inevitáveis baladas e grandes sucessos como “Still Got The Blues”, “Parisienne Walkways” ou “The Sky is Crying”. É mais um daqueles discos para devorar do princípio ao fim, com as habituais improvisações num álbum ao vivo, que nos dão algo mais do que os álbuns de estúdio.


Para alguns, os Anthrax foram tão importantes como os Metallica ou os Megadeth na definição e crescimento do heavy e trash metal. Mas se isso é discutível, uma coisa parece certa: os Anthrax criaram uma sonoridade diferente (misturando algum hardcore, punk ou mesmo hip-hop) dentro do estilo clássico do heavy metal. E souberam-no fazer com sabedoria e qualidade, não só na parte instrumental, mas também nas letras e mensagem. “Sound of White Noise” surge numa fase de transição para os norte-americanos, que substituem o vocalista Joey Belladona por John Bush. Felizmente a qualidade das músicas fez com que a mudança de vocalista passasse para segundo plano, e nem nos lembramos disso ao ouvir o disco. “Only”, com um ritmo contagiante, “Room For One More”, “Hy Pro Glo”, “Invisible” ou “This is Not an Exit” são alguns exemplos da sonoridade que encontramos neste disco. Riffs de guitarra bem conseguidos, secção rítmica ao melhor nível e a voz de John Bush a encaixar perfeitamente no estilo e espírito das músicas. Para quem gosta de bom heavy metal, este é um daqueles discos que se devem ter na colecção.


Até para a semana.
Refuse. Resist!

Sunday, April 02, 2006

Mais sugestões...

Bernardo Sassetti
Concerto baseado na banda sonora do filme “Alice”, de Marco Martins
Teatro Maria Matos

6 de Abril, 21h30


Rip Curl Pro (WQS Surf)
Peniche

7 a 9 de Abril





Festival Internacional de Cinema Independente - Indie Lisboa 2006
de 20 a 30 de Abril
Cinemas Londres, King e Fórum Lisboa
www.indielisboa.com


Fear Factory

Incrível Almadense
25 de Abril, 21h


Thursday, March 30, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 13

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 13: 1992

Os primeiros anos da década de 90 continuam a ser marcados pelo crescimento e solidificação do movimento grunge um pouco por todo o mundo, e pela abertura de novas fronteiras no mainstream pelos maiores grupos de heavy metal. Os Nirvana atingem o 1º lugar no Top em vários países com o lançamento do ano anterior, "Nevermind".
Relativamente a novas bandas, temos os Korn e os Oasis, que se formam precisamente neste ano e que irão espalhar a sua influência mais tarde, embora em áreas distintas.
A escolha dos álbuns mais influentes do ano recaiu totalmente no heavy metal, pois todos eles serão discos muito influentes para o futuro, tanto a nível de composição como a nível de alargamento das fronteiras deste estilo, principalmente com a entrada em cena dos Rage Against The Machine (RATM). E numa altura em que cada vez mais estilos alternativos de rock atingiam o sucesso comercial, foram as bandas de heavy metal a marcar o passo e a compôr discos que vão influenciar as novas gerações de músicos.


Tal como os Metallica tinham feito no ano anterior, os Megadeth seguem os passos e lançam “Countdown to Extinction”, que embora seja bastante diferente de “Metallica”, possui alguns pontos em comum em relação à difusão do heavy metal no circuito mainstream e à qualidade do álbum. De facto “Countdown to Extinction” não tem tantos singles, digamos assim, como “Metallica”, mas é um disco bem tocado da primeira à última música, de uma composição e maturidade bastante acima da média. “Symphony of Destruction” conquistou desde logo airplay nas rádios e MTV, tornando-se um grande sucesso e ofuscando o resto das músicas. Mas quem ouvir com atenção vai descobrir grandes músicas como “High Speed Dirt”, “Countdown to Extinction”, “This Was My Life”, “Foreclosure of a Dream”, enfim, quase podia citar os temas todos do álbum. Os Megadeth atingiam o pico da sua carreira, e este line-up, que vinha desde “Rust in Peace (o álbum mais complexo musicalmente dos Megadeth, lançado em 1990) mantém-se neste álbum e por mais dois, construindo a fase mais sólida da carreira do grupo, desde sempre liderado por Dave Mustaine.


Os Pantera foram uma banda que marcou a diferença, pela positiva, no mundo do rock. E se “Cowboys From Hell” já tinha prometido, então com “Vulgar Display of Power” a banda atinge definitivamente um nível e estatuto merecidos pela originalidade, potência e energia que as suas músicas possuíam. Um dos primeiros álbuns de sempre deste género a estrear no primeiro lugar da Billboard Chart, mais um sinal de que o heavy metal tinha mais fãs do que as pessoas da indústria musical pensavam. Mas isso são apenas dados estatísticos... e o que interessa aqui é a música. Pois bem, desde a abertura com “Mouth For The War”, o épico “Walk”, passando pela “balada” “This Love”, é difícil ficar indiferente à energia e brutalidade (no bom sentido) dos Pantera. Há ainda uma das maiores músicas do metal dos anos 90, o rapídissimo e arrebatador “Fucking Hostile”, que contém uma mensagem social deveras interessante. Quem acha que metal é só barulho e vocalistas a berrar mensagens nonsense é porque nunca se deu ao trabalho de ouvir com atenção. Vale a pena apreciar a voz de Phil Anselmo, o excelente trabalho de bateria (principalmente no pedal duplo) de Vinnie Paul, o baixo “consistente” a complementar a secção rítmica e os riffs inigualáveis de Dimebag Darrel.


Este é o álbum homónimo de estreia dos Rage Against The Machine. E caiu que nem uma pedrada no charco, pois os RATM foram a primeira banda a misturar metal, hip-hop, punk e hardcore com qualidade e originalidade. Além disso sempre foram uma banda corrosiva e com críticas e mensagens políticas bastante duras em relação ao imperialismo e ao poder político dos E.U.A. Este disco contém alguns dos maiores êxitos na carreira da banda, como o inevitável “Killing in The Name”, “Bombtrack”, “Wake Up” ou ainda “Bullet in The Head”. Ao todo são 10 temas de puro groove, onde se destacam a guitarra inimitável de Tom Morello e a voz poderosa e autoritária de Zack De La Rocha. Isto sem desprimor para a secção rítmica dos Rage, que se entende às mil maravilhas e lança as bases para o estilo inconfundível da banda.


Até para a semana
We Gotta Take The Power Back!

Tuesday, March 28, 2006

Terror Asiático


"3...Extremos". Uma amostra do cinema fantástico e "gore" que se vai fazendo pela Ásia. São 3 curtas, filmadas por 3 realizadores diferentes. Fruit Chan (Hong Kong), Park Chan-Wook (Coreia do Sul) e Takashi Miike (Japão) são dos mais conceituados realizadores asiáticos do momento, que se movimentam normalmente por áreas extremas, seja no terror, no suspanse ou no fantástico. "Dumplings", a primeira curta das três, é também a mais real e que nos retrata um submundo à parte, visto de uma forma simples e curiosa, mas extremamente hábil por Fruit Chan. Preciosas iguarias, preparadas e cozinhadas por um "chef" diferente, são o segredo para manter a juventude. A história, a fotografia e a música estão extremamente bem conseguidas e o ambiente recriado pelo realizador pouco ou nada deixa a desejar. Park Chan-Wook, o realizador de "Oldboy", apresenta-nos "Cut", num género um pouco diferente, mas que surpreende pela positiva. Uma comédia "selvagem", servida com requintes "gore". Quanto a Takashi Miike, para muitos um realizador de culto no Japão, assina aqui a curta metragem menos impressionante das três. Uma abordagem demasiado artística e conceitual, que não ajuda muito a história, mas onde mesmo assim encontramos elementos característicos do cinema fantástico de Miike. Em resumo, vale a pena assistir a "3...Extremos", se gosta de cinema asiático e não é uma pessoa facilmente impressionável. Para quem não gosta deste estilo de cinema, é melhor manter-se longe deste filme.

Thursday, March 23, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 12

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 12: 1991


Este foi um dos anos com mais acontecimentos “históricos” da última década. Freddie Mercury, o vocalista de Queen, morre a 24 Novembro, vítima de SIDA. Desaparecia assim um dos mais brilhantes vocalistas da história do rock. Neste ano falece também um dos músicos
mais influentes de sempre, o genial Miles Davis, que foi um dos primeiros a usar instrumentos eléctricos no jazz e a fundi-lo com rock e outros estilos, que mudariam para sempre a música que hoje conhecemos.

Em Seattle, este foi o ano da explosão do grunge para o mundo. Os Nirvana lançam “Nevermind”, até hoje o álbum mais popular da banda, os Pearl Jam editam “Ten” e os Soundgarden regressam com “Badmotorfinger”, isto só para mencionar os mais importantes. Os Rage Against The Machine, uma das mais melhores e mais originais bandas a fundir o heavy metal com o rap ou hip hop, formam-se nesta altura.
Quanto a álbuns lançados, são tantos e tão importantes que mencioná-los a todos daria uma longa lista. Como habitualmente, vou falar daqueles que mais importância histórica tiveram, na minha opinião, para o desenvolvime
nto do rock.


“Nevermind” foi uma das grandes surpresas desta década. O segundo álbum dos Nirvana quebrou todas as barreiras e popularizou um género musical como poucos o tinham feito até então. Kurt Cobain torna-se mais tarde um ícone para jovens e adultos de diferentes gerações e, goste-se ou não, a música dos Nirvana mudou o mundo do rock para sempre. Os ritmos simples, a estrutura de quatro acordes da maior parte das músicas ou a mistura com o punk e o metal caracterizavam o som dos Nirvana. Exemplos disso são “Smells Like Teen Spirit”, “Come as You Are”, “Lithium” ou “In Bloom”. “Nevermind” marcou uma era e uma geração, mas a carreira dos Nirvana viria a acabar prematuramente com o suicídio do seu líder, Kurt Cobain, em Abril de 1994.


Três anos de preparação e uma ambição enorme levaram a banda norte-americana a lançar dois discos de uma só vez, “Use Your Illusion I” e “Use Your Illusion II”. Dois álbuns que ficarão para sempre na história do rock, contendo músicas de uma qualidade fantástica e alguns épicos, embora também alguns (poucos) temas menos bem conseguidos. Desde “Live And Let Die” a “November Rain”, passando por “Civil War”, “Don’t Cry”, You Could Be Mine” e a famosa versão de “Knockin’ on Heaven’s Door”, mais uma mão cheia de boas músicas, chega para colocar a banda no topo das mais talentosas nos anos 90. Os ícones Axl Rose e Slash são os principais responsáveis, e embora os outros elementos da banda fossem também talentosos, o seu carisma não era o mesmo.


Os Metallica regressam com aquele que ficou conhecido por “black album” e que foi um dos mais vendidos de sempre na história do heavy metal. E se é verdade que a promoção ao disco foi enorme, algo até então nunca visto para uma banda de metal, isso não retira o mérito ao quarteto norte-americano pela qualidade das músicas, aliadas a uma produção extremamente exigente e cuidada de Bob Rock. Metade dos temas deste álbum tornaram-se hinos dos Metallica e alargaram a sua base de fãs ao mainstream de uma maneira nunca antes vista. “Enter Sandman”, “Sad But True”, “Wherever I May Roam”, “The Unforgiven” e “Nothing Else Matters” foram os grandes responsáveis. Mas desengane-se quem rotula este álbum de comercial, pois o peso e os riffs característicos de Metallica continuam lá, desde “Holier Than Thou”, passando por “Through The Never”, “Of Wolf And Man” ou “Struggle Within”. Um disco para ouvir do primeiro ao último segundo.


Até para a semana.
Get The Funk Out!

Monday, March 20, 2006

Ben Harper

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As duas faces de Ben


Ben Harper está de volta e em dose dupla. "Both Sides of The Gun" é o título do novo álbum, que contém dois discos. A decisão de lançar o álbum dividido teve a ver com razões musicais, e não porque as músicas não coubessem todas no mesmo cd. Ben Harper tinha canções de diferentes inspirações e achou que a divisão em dois discos fazia mais sentido: "I hate to call it the hard disc and the soft disc, because sometimes the soft stuff hits you harder than anything else." Harper compara a experiência com a audição de um disco em vinil: "It's like flipping a record, turning it over to the next side."

O compositor, guitarrista e vocalista leva-nos a diferentes emoções ao longo das 18 músicas que podemos apreciar em "Both Sides of The Gun". Estão lá as baladas, a melancolia, a slide guitar, as letras por vezes intimistas, a vontade de mudar o mundo, o rock, os blues, o funk, enfim, tanta coisa que não dá para enumerar tudo. Mas este é sem dúvida alguma um álbum a explorar, bastante interessante e diversificado. Carreguem no play em cima, apreciem e "acreditem" neste "Better Way"...

I'm a living sunset
lightning in my bones
push me to the edge
but my will is stone

fools will be fools
and wise will be wise
but i will look this world
straight in the eyes

what good is a man
who won't take a stand
what good is a cynic
with no better plan

reality is sharp
it cuts at me like a knife
everyone i know
is in the fight of their life

take your face out of your hands
and clear your eyes
you have a right to your dreams
and don't be denied

I believe in a better way

Thursday, March 16, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 11

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 11: 1990


Eis que chegamos ao início da década de 90. Muita e boa música se fez nos anos 80, mas a década de 90 não lhe fica atrás. Nota-se, ao longo dos anos, uma evolução nos estilos musicais dentro do próprio rock, além de que nos anos 90 a música electrónica começa a surgir em força e a influenciar cada vez mais bandas pop, rock ou metal.

Neste ano morre Stevie Ray Vaughan, o grande guitarrista de blues que deixou atrás de si um legado e uma influência musical bastante grandes.
E logo em 1990 temos muitos álbuns de qualidade que vão marcar definitivamente a sonoridade nos anos seguintes. De alguns deles vou falar mais aprofundadamente.


Aquela que viria a tornar-se na formação clássica de Megadeth gravou 4 álbuns, e “Rust in Peace” foi o primeiro deles. E os bons dotes composicionais de Dave Mustaine só ficaram a ganhar com a entrada de Marty Friedman e Nick Menza, produzindo um dos melhores álbuns do heavy metal clássico de sempre. À semelhança de “...And Justice For All” nos Metallica, este “Rust in Peace” é também o disco mais trabalhado, complexo e técnico da carreira dos Megadeth. “Holy Wars...The Punishment Due” abre o álbum, com uma rapidez trash, aliada a uma técnica acima da média, e torna-se para sempre num clássico da banda norte-americana. Há ainda “Hangar 18” com estonteantes solos de guitarra, “Lucretia” com grandes riffs, “Tornado of Souls” com um groove e trabalho de guitarras impressionante ou “Rust in Peace...Polaris”, a fechar o álbum com mais uma música rápida e técnica.


Os Extreme foram uma das grandes bandas da década de 90. Nuno Bettencourt, o extraordinário guitarrista, foi um dos grandes responsáveis pela sonoridade dos Extreme. Apesar da sua sonoridade percorrer terrenos tão distintos como o heavy metal, o pop ou o hard rock, o grande hit deste álbum foi uma balada apenas com guitarra acústica e voz: o inesquecível “More Than Words”. Mas “Pornograffitti” é muito mais que isso. Tem um pouco de todos os ingredientes que nos habituámos a ouvir em Extreme, desde os riffs pesados, passando pelo som funk e groovy, às calmas baladas. “Decadence Dance”, “Get The Funk Out”, “More Than Words” e “Pornograffitti” são dos temas mais bem conseguidos e todos eles são totalmente diferentes um do outro. É por isso que os Extreme atingiram logo sucesso com este segundo álbum, com uma qualidade e maturidade composicional bem altas.



Este é, talvez, “O Disco” de guitarra eléctrica. O génio Steve Vai compôs os 14 temas de “Passion & Warfare”, e depois de ouvirmos o álbum percebemos que estava muito à frente da sua era. Steve Vai não é um artista fácil de ouvir e gostar logo às primeiras audições, mas assim que começamos a compreender o seu trabalho, abre-se um mundo novo de possibilidades musicais. “Liberty”, “Erotic Nightmares”, “Sisters” ou “The Audience is Listening” são músicas excepcionais neste “Passion & Warfare”. Há ainda aquele que, na minha opinião, é um dos melhores temas compostos em guitarra eléctrica: o arrepiante “For The Love of God”. Está lá tudo; harmonia, música, sentimentos... e a grande beleza da música instrumental é esta, para quê palavras, quando os instrumentos conseguem-nos transmitir mais sentimentos do que as palavras alguma vez conseguiriam.


Até para a semana.
Clash With Reality!

Wednesday, March 15, 2006

SBSR 2006


Está quase completo o cartaz deste ano para o Festival Super Bock Super Rock. Bandas de qualidade e para (quase) todos os gostos. O festival está dividido em dois Actos, cada um com dois dias de concertos. As datas são 25 e 26 de Maio e 7 e 8 de Junho.




ACT I

25 Maio- Korn, Within Temptation, Moonspell, P.O.D.
26 Maio- Tool, Placebo, Deftones, Alice in Chains

ACT II

7 Junho- Franz Ferdinand, The Cult, Keane, dEUS, Editors
8 Junho- 50 Cent, Pharrell Williams, Patrice, Boss AC

Tuesday, March 14, 2006

September Notes


Óptimas notícias para os fãs de jazz portugueses: um dos grandes mestres do jazz contemporâneo vai actuar no nosso país. Falo mais concretamente de Chick Corea, um nome que dispensa apresentações no mundo do jazz. No entanto a espera ainda vai ser longa. As datas agendadas para o Coliseu de Lisboa e do Porto são, respectivamente, 22 e 23 de Setembro. Chick Corea conta já com uma longa carreira, uma discografia enorme e 11 Grammys ganhos. Trabalhou com os maiores nomes do jazz mundial (desde Miles Davis a Keith Jarrett, Pat Metheny ou Herbie Hancock, entre muitos outros), antes de ele próprio se tornar também num dos mais conceituados e respeitados músicos da actualidade. Desde a mítica banda Return To Forever, do início da década de 70, passando pelas suas Acoustic e Elektric Band ou as inúmeras colaborações com outros artistas, Chick Corea tem demonstrado a sua qualidade e mestria ao longo de três décadas e meia e dezenas de álbuns. Chick começou a tocar piano aos 4 anos, com principal formação na área da música clássica, sendo as suas maiores influências de então Mozart e Beethoven. O pianista começou mais tarde a descobrir outros estilos, mas foi no jazz que mais se destacou. Corea já percorreu diferentes áreas do jazz, desde o bebop ao avantgarde, passando pela fusão e improvisação, e deixou atrás de si um legado enorme de música (http://www.chickcorea.com/discography.html). É considerado por muitos um dos maiores compositores do século XX. Resumindo, um concerto a não perder em Setembro...

Monday, March 13, 2006

Ondas Sonoras


É já esta noite que o surfista hawaiano Jack Johnson actua no Pavilhão Atlântico. Os bilhetes já esgotaram há muito, nesta que é a 2ª passagem do norte-americano por Portugal. A guitarra acústica de Jack Johnson e a sua voz calma e "quente" têm feito sucesso no mundo inteiro. Portugal não é excepção, e depois da passagem pelos Coliseus no ano passado, desta vez espera-o um Pav. Atlântico cheio, à espera de ouvir os seus maiores êxitos e ser "transportado" para um sítio cool e relaxed. É esta a magia da música de Jack Johnson. Quase sentimos aquela tranquilidade de estarmos no "meio" do oceano, só nós e as ondas. Quem pratica surf ou outro desporto semelhante provavelmente compreenderá melhor este sentido na música de Jack Johnson, mas muitos que nunca fizeram surf na vida sentem-se atraídos pelas notas do músico californiano. Não gosto do rótulo de "surf music" que muitos gostam de lhe chamar, porque a música de J.J. é universal, livre, e carrega consigo uma enorme onda de "good vibrations". Seja-se ou não surfista...

Thursday, March 09, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 10

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 10: 1989


Pouco a realçar este ano, além da estreia discográfica de algumas bandas importantes e um ou outro álbum ou single que fizeram a diferença no meio de inúmeros lançamentos. Começamos pelas estreias: Extreme com “Extreme”, Lenny Kravitz com “Let Love Rule”, Mr. Big com “Mr. Big”, Nirvana com “Bleach” e Skid Row com “Skid Row”, tudo bandas que alcançaram fama e glória nos anos seguintes.

Neil Young, após alguns anos de experimentalismos e álbuns controversos, lança “Freedom”, que alcança algum sucesso e imortaliza uma das mais emblemáticas canções de rock de todos os tempos: “Rockin’ in The Free World”. Os Dream Theater estreiam-se com “When Dream And Day Unite”, apenas uma amostra daquilo que os vai tornar 10 anos mais tarde na banda mais importante e talentosa na área do rock progressivo.
Neste ano assistimos também à formação de duas bandas com importância na década seguinte, os Marilyn Manson e os Therapy?. Os álbuns de 1989 que escolhi analisar pertencem aos The Cult e aos Ministry.


O 4º álbum dos The Cult foi talvez o que mais sucesso e impacto teve na sua carreira. “Sonic Temple” é um misto de baladas, diferentes estilos de hard rock e heavy metal, ao mesmo tempo que tentava manter um groove e algumas parecenças com o rock comercial dos anos 80. O single “Fire Woman” catapultou a banda para o Billboard Top Ten e garantiu-lhes o sucesso e estatuto que não tinham logrado atingir com os discos anteriores. O conhecido baterista Matt Sorum chegou e gravou “Sonic Temple”, mantendo-se com a banda até à altura em que começaram a trabalhar no álbum sucessor deste, indo depois juntar-se aos Guns N’ Roses.
Este álbum consegue colocar os The Cult como banda de suporte na tournée “Damaged Justice” dos Metallica, embora a sonoridade seja consideravelmente diferente daquilo que os Metallica praticavam na altura. Curiosamente quem produziu este álbum foi Bob Rock, que se tornou famoso por produzir o “black album” dos Metallica e os álbuns posteriores.


Os Ministry foram uma das bandas que mais popularizou o estilo industrial, juntando pesados riffs de heavy metal, criando um som muito próprio. O industrial intenso e agressivo dos Ministry pode ser bem apreciado neste “The Mind is a Terrible Thing to Taste”, uma excelente mistura da parte electrónica (sintetizadores) com o som cru e trash das guitarras e da percussão. Este é sem dúvida um dos álbuns mais bem conseguidos da carreira dos Ministry e um clássico para quem gosta de sonoridades “industriais”. “Burning Inside”, "Breathe", "So What" ou "Test" são belos exemplos das descargas industriais e da intensidade na música e sonoridade dos Ministry.


Até para a semana.
Keep the Volume High!

Wednesday, March 08, 2006

Testament em Corroios!


É já este fim de semana que os históricos Testament actuam na Margem Sul, mais concretamente em Corroios.

Tuesday, March 07, 2006

Ali Farka Touré


Desapareceu esta semana mais um grande nome da música mundial. Ali Farka Touré, conhecido como o bluesman de África, faleceu de doença prolongada. Foi, além de grande músico, um dos grandes embaixadores do Mali, seu país de origem, e do continente africano. Os últimos anos da sua vida, passou-os em Niafunké, terra natal, onde era Presidente da Câmara e agricultor dedicado. Em recente passagem por Portugal, no ano passado, Ali Farka Touré concedeu uma rara entrevista a Ana Sousa Dias, onde ficámos a saber que, mais do que músico, Touré considera-se agricultor e criador de gado, que nunca quis viver no estrangeiro, e que nos últimos anos tinha conseguido construir 6 escolas no Mali, vários centros de saúde e um sistema de irrigação. Pena que muitos não sigam o seu exemplo: aproveitar aquilo que o mundo da música lhe deu e ajudar os seus irmãos e compatriotas no Mali e em África.

Monday, March 06, 2006

Breves Musicais

Quando pensamos que algumas bandas desapareceram de vez, eis que elas voltam. É o caso dos Pearl Jam: após tantos anos sem se ouvir falar neles, parece que os "jovens" americanos lançaram um novo single intitulado "World Wide Suicide" (disponível para download através do site http://bootlegs.pearljam.com). Não tenho nada contra eles, acho até que sempre foram das bandas que demonstraram ter mais respeito pelos seus fãs. Mas nunca lhes consegui reconhecer talento suficiente para o estatuto que alcançaram na década passada...

Os "ressuscitados" Pixies estão de regresso a Portugal, desta vez para um concerto no Pavilhão Atlântico a 20 Julho. Quem estiver interessado, os bilhetes estão à venda e custam entre 24 e 33 €.

Os Three 6 Mafia conquistaram o Óscar de melhor canção original com "It's Hard Out Here For a Pimp", para o filme "Hustle & Flow". Tornaram-se nos primeiros hip-hoppers a actuar numa Cerimónia de entrega dos Óscares. Depois de ter visto, não percebi o prémio. Não aprecio particularmente hip-hop, mas há coisas bem melhores que aquilo que os Three 6 Mafia demonstraram ontem em palco. Até o Eminem fazia melhor. A Academia deve estar louca.

Thursday, March 02, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 9

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo
9: 1988


Pela primeira vez na história da música, as vendas de Cd’s ultrapassaram as vendas de vinil. A experiência de ouvir música em casa nunca mais seria a mesma. O formato digital impõe-se de vez e só alguns puristas continuam a comprar discos de vinil.

A nível de lançamentos discográficos, os Soundgarden estreiam-se com “Ultramega OK”, que marca o início de uma das melhores bandas de rock de sempre. Os Suicidal Tendencies lançam “How Will I Laugh Tomorrow When I Can’t Even Smile Today?”, um dos maiores êxitos da banda que ficou conhecida pela sua enérgica mistura de hardcore com heavy metal. Uns Pink Floyd já enfraquecidos pelas saídas de Gilmour e Waters lançam um álbum ao vivo com os maiores êxitos da banda, “Delicate Sound of Thunder”. Mas os discos que mais marcaram este ano foram, na minha opinião, “Operation: Mindcrime” dos Queensrÿche e “...And Justice For All” dos Metallica.


Um álbum conceptual e uma das primeiras grandes obras do rock/metal progressivo. É um álbum muito rico, tanto musicalmente como liricamente. Temas como “Revolution Calling”, “Operation: Mindcrime”, “Suite Sister Mary” (inclui orquestrações de Michael Kamen, o mesmo que trabalhou com os Metallica em S&M) ou “I Don’t Believe in Love” conferem genialidade ao trabalho dos Queensrÿche. Muito focado na política americana, este é daqueles álbuns que têm de se ouvir do princípio ao fim, se queremos perceber a sequência lógica das músicas e a própria “estória” que está por detrás do conceito do disco. Para quem gosta de prog metal actual, "Operation: Mindcrime" é um disco obrigatório para conhecer as referências do passado.


Mais uma obra prima dos norte-americanos. Este foi o primeiro álbum da era pós Cliff Burton, e é, até à data, o álbum mais maturo e complexo dos Metallica em termos de composição musical. Sem perder minimamente o peso e a harmonia de Master of Puppets, este “...And Justice For All” vai ainda mais longe no sentido de estender a capacidade compositora dos Metallica enquanto um todo. “Blackened” abre o álbum a todo o gás, “...And Justice For All” segue-lhe o rasto, e temos logo dois temas longos e épicos, de uma qualidade impressionante. “One” e “Harvester of Sorrow” são outros dois clássicos que fazem parte deste disco, um grande momento instrumental com “To Live is To Die”, o rapídissmo “Dyers Eve”, enfim, “...And Justice For All” é um álbum extremamente rico, de uma complexidade nunca vista em Metallica e que mais uma vez ultrapassou barreiras e estendeu novos caminhos ao heavy metal. O único senão é a produção do álbum, pois a qualidade sonora deixa um pouco a desejar, a juntar ao facto de o baixo praticamente não se ouvir durante todo o álbum por decisão da banda (muito discutível, diga-se) devido a Jason Newsted ser o membro novato que substituiu Cliff Burton.


Até para a semana.
The Feeling's Back!

Wednesday, March 01, 2006

Back in the Village



Acabei de chegar. 4 dias a ouvir música brasileira e pimba, a ver personagens em todas as ruas, a aturar as bebedeiras de Carnaval...
Nunca consegui gostar do Carnaval. Mas há sítios que nos fazem esquecer todos os defeitos desta época. Sítios e pessoas. A banda sonora destes dias não foi certamente a ideal, mas os amigos e as praias do Baleal fazem-nos esquecer quase tudo. O frio, a péssima música da Voilà e do Bar d'Ilha, as tardes de Inverno sem nada para fazer... o que é certo é que ainda agora cheguei, e sem saber porquê, só penso em voltar. Ficam 4 dias de "estórias" surreais e memórias que vou guardar para sempre.
A todos os que lá estiveram e partilharam as longas noitadas e as tardes entediantes, um até breve!

Thursday, February 23, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 8

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 8: 1987


À semelhança de 1986, muitos e bons foram os lançamentos discográficos na área do rock em 1987. Este foi também o ano em que se formaram bandas como Nirvana, Mr. Big ou Public Enemy. Mas vamos já passar aos artistas que deram mais que falar nesta altura.
Talvez pela primeira vez na história uma banda tinha conseguido misturar géneros tão diferentes como o hip-hop, o funk, o heavy metal e o rock, sem que soasse forçado ou sem qualidade. Os autores da “proeza” eram os Faith No More (FNM), que em 1987 lançam o seguimento de “We Care a Lot” (1985), intitulado “Introduce Yourself”. Só faltava uma coisa para a música dos FNM se elevar a patamares ainda superiores: o fantástico vocalista Mike Patton, que se junta à banda em 1988. Muitas foram as bandas influenciadas pela sonoridade dos FNM, mas estes sempre foram a grande referência do estilo, até à sua separação definitiva em 1998.

Noutra área, a do rock instrumental, Joe Satriani abria definitivamente caminho à grande dificuldade que os músicos tinham em lançar álbuns instrumentais, pois são dirigidos a um mercado substancialmente mais pequeno e as editoras não apostavam neste estilo. Conseguiu-o com um álbum que é, até hoje, considerado um clássico do rock instrumental: “Surfing With The Alien”. O virtuoso guitarrista estruturou muito bem as músicas, e em vez das melodias e refrões normalmente cantados, temos as guitarras a assumir o papel principal. E a qualidade do álbum faz com que nos esqueçamos das vozes por completo, os instrumentos assumem o papel principal e conseguem transmitir-nos os mais variados sentimentos sem que seja necessário recorrer a quaisquer palavras.

Por esta altura haviam uns irlandeses que andavam nas bocas do mundo. Como já devem ter percebido, eram os U2. A banda liderada por Bono contava já com 4 discos e em 1987 lança um dos melhores e mais bem sucedidos álbuns da sua carreira: “The Joshua Tree”. Os U2 são hoje talvez a maior referência do rock n’roll mundial, não apenas pela música que fazem mas também pelo seu activismo político. A banda irlandesa conseguiu criar um som único, aliando à sonoridade tradicionalmente rock as guitarras carregadas de reverb e echo, alguns elementos electrónicos (principalmente na década de 90) e a voz poderosa e singular de Bono.

Outra banda que iria dar muito que falar era originária dos Estados Unidos e intitulava-se Guns N’Roses (GN’R). Os GN’R foram uma pedrada no charco no mundo do rock da altura. Por tudo o que trouxeram musicalmente, mas também pela atitude rebelde e de confrontação, pelas inúmeras polémicas que foram causando e ainda pelo seu frontman, Axl Rose. É neste ano que lançam o seu álbum de estreia, “Appetite for Destruction”, um misto de hard rock e grandes baladas. Até hoje, poucas bandas conseguiram alcançar o talento e estatuto que os GN’R tiveram durante muitos anos, até à saída de todos os elementos da banda, excepto o vocalista Axl Rose, no final da década de 90.

“The Joshua Tree” contém alguns dos maiores hinos da banda irlandesa. Menos político em termos líricos que “War”, este álbum move-se por terrenos mais escuros e tenta encontrar sentido e esperança num mundo melhor. Ao todo são 11 canções ao estilo dos U2, onde também conseguimos encontrar influências de country e blues. Para a história ficam músicas eternas como “Where The Streets Have No Name”, “With or Without You” e “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”. Goste-se ou não, é difícil ficar indiferente à força destas canções.


Se ouvirmos este álbum e tentarmos recuar no tempo, facilmente percebemos o enorme talento dos GN’R: quase 20 anos depois o som mantém-se de uma actualidade impressionante. Riffs pesados q.b., intercalados com grooves bluesy e grandes solos de guitarra (da dupla Slash e Izzy), juntos com uma secção rítmica bastante coesa e o poder vocal e icónico de Axl Rose foram a chave para o sucesso e reconhecimento. Desde o início com o rápido e cru “Welcome to the Jungle”, passamos por canções mais lentas e melancólicas como “Mr. Brownstone” e temos ainda os hinos “Paradise City” e “Sweet Child O’Mine”, entre muitos outras canções de intensidades e ambiências diferentes, este é sem dúvida um álbum para ouvir do princípio ao fim.


Até para a semana.
Take Me Down To The Paradise City!

Wednesday, February 22, 2006

Sugestões Culturais

Aproxima-se um fim de semana prolongado, para quem tem a sorte de não trabalhar na 2ª feira. Aqui ficam algumas sugestões de eventos interessantes a decorrer até ao final do mês e início de Março.


26º Fantasporto - Festival Internacional de Cinema do Porto - A decorrer entre os dias 20 de Fevereiro e 5 de Março. Programação e informações disponíveis no site www.weblight.pt/fantasporto







Portalegre Jazz Fest - 4º Festival Internacional de Jazz de Portalegre. Entre os dias 21 e 25 de Fevereiro. Através da página da C.M. Portalegre pode-se aceder ao programa do Festival: C.M. Portalegre - Jazzfest




Guitarmania 2006 - 2º Festival Internacional de Guitarra Clássica. Realiza-se de 26 de Fevereiro a 4 de Março e divide-se entre Almada e Belém. Além dos habituais concertos, o Festival vai contar com "masterclasses" e inclui o 1º Concurso Internacional de Guitarra Clássica. Mais informações no site oficial.





Seia Jazz & Blues - 2º Festival Internacional de Jazz & Blues de Seia. De 24 Fevereiro a 4 Março. Maria João e Mário Laginha e Henri Téxier são os grandes nomes do cartaz. O festival vai ainda contar com vários workshops instrumentais.

Monday, February 20, 2006

O Regresso do Rei


B.B. King
poderá estar de regresso a Portugal 4 anos depois. O Rei do Blues vai efectuar a sua última tournée europeia e Portugal é apontado como o possível último concerto de B.B. King em solo europeu. Uma oportunidade única para ver de perto uma lenda viva da música mundial, e provavelmente a última. B.B. é considerado por muitos o melhor músico de blues de todos os tempos. Agora o mítico guitarrista e a sua inseparável "Lucille" poderão brindar os fãs portugueses com uma das suas últimas actuações. O concerto está inserido numa iniciativa da Câmara Municipal de Santarém, a primeira edição do Festival de Alviela, a realizar em Julho deste ano. O Festival vai ter como objectivo a sensibilização da população para os problemas ambientais do Rio Alviela, e parece que a C.M. Santarém está empenhada em contratar nomes sonantes da música internacional para actuar no evento. Segundo o management de B.B. King, o artista revelou-se interessado em terminar a tournée europeia em território nacional, já que é uma pessoa sensibilizada para os problemas ambientais. Só resta esperar que tudo se concretize e que tenhamos oportunidade para um último passeio com o rei.

Let's Go "Riding With The King" in Santarém!

Thursday, February 16, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 7

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 7: 1986


1986 foi um ano fértil em lançamentos discográficos importantes para a história do rock. A maior revolução aconteceu porventura nas vertentes mais “pesadas”, onde bandas como Metallica, Slayer, Iron Maiden ou Megadeth vão definir o standard daquilo que vai ser o heavy metal daí para a frente. Os Megadeth lançam "Peace Sells... But Who's Buying?", um clássico trash da banda de Dave Mustaine, que mais tarde se vai mover noutros terrenos musicais. Os britânicos Iron Maiden regressam com um dos mais consistentes discos da sua longa carreira, "Somewhere in Time", enquanto que os Slayer arrasam tudo e todos com "Reign in Blood", um álbum que redefiniu o trash metal.
Mas a história deste ano não fica por aqui. Houve ainda álbuns que fizeram sucesso, uns mais i
novadores que outros, mas cuja importância não pode ser ignorada. Os Genesis com “Invisible Touch”, a estreia dos Beastie Boys com “Licensed to Ill”, Peter Gabriel e “So” ou David Lee Roth em “Eat’em And Smile”, só para dar alguns exemplos. Para análise mais pormenorizada escolhi "A Kind of Magic" dos Queen e "Master of Puppets" dos Metallica.


Quer se goste ou não, os Queen tiveram influência indiscutível na música contemporânea. A banda de Freddie Mercury e Brian May foi uma das mais criativas e inovadoras nos anos 80. Não é fácil descrever a sonoridade dos Queen, embora ecléctica e épica sejam adjectivos que se insiram nesta caracterização. Este álbum apresenta-nos alguns dos clássicos que marcaram a carreira da banda e que ainda hoje continuam a influenciar músicos um pouco por toda a parte. O épico tema título do álbum "A Kind of Magic", mais um clássico com "One Vision", a balada "Who Wants To Live Forever" e o pop/rock de "Friends Will Be Friends" são tudo canções que os Queen imortalizaram. O álbum tem 10 temas no total e foi dos que mais sucesso fez em Inglaterra, terra natal da banda, conseguindo manter-se no top durante 63 semanas. A banda fez depois uma tournée com bastante sucesso, enchendo estádios por toda a Europa, mas que infelizmente viría a ser a sua última com Freddie Mercury. O brilhante vocalista tinha sido diagnosticado com SIDA, e até à data da sua morte concentrou-se em gravar mais dois álbuns em estúdio ("The Miracle" e "Innuendo") com os Queen, vindo a falecer no final de 1991.


“Master of Puppets” é considerado, quase unanimemente, uma das maiores obras primas de sempre do heavy metal. Não há nenhum tema fraco neste álbum, e a banda confirma todo o seu potencial, naquele que será o último lançamento com Cliff Burton no baixo. Cliff morre num trágico acidente de viação na Suécia, quando a banda estava em tournée a promover este “Master of Puppets”. Com apenas 24 anos, o mundo da música perdia um dos mais promissores baixistas de sempre. Fica apenas o consolo do grande álbum que ajudou a compôr.
Desde "Battery", um tema rapídissimo, a fazer lembrar os tempos de "Kill’em All", a acabar em "Damage, Inc.", este disco tem um pouco de tudo. No épico que dá título ao álbum, uma reflexão sobre os efeitos da droga no ser humano, temos 8 minutos de riffs rápidos, intercalados com o refrão e bridge mid-tempo, guitarra clean e harmonias a duas guitarras, e o final novamente rapídissimo. Metallica no seu melhor nível de inspiração... podemos ainda apreciar a lenta mas pesada “The Thing That Should Not Be”, o clássico “Welcome Home (Sanitarium)”, mais um grande momento com a crítica à política de guerra no veloz “Disposable Heroes”, o pesadelo em “Leper Messiah”, o instrumental “Orion” (que grande desempenho de Cliff Burton) e a insanidade de "Damage, Inc.". A realçar ainda as letras de James Hetfield, aqui a atingir também um nível de composição bastante interessante.


Até para a semana.
Don't waste your time always searching for those wasted years!