Monday, October 31, 2005

AUDIO SHOW 2005


Realizou-se no passado fim-de-semana mais uma edição do Audio Show (desta vez no ISCTE), certame dedicado aos audiófilos em particular, mas também aos apreciadores de bom som e imagem, em geral. E a imagem tem vindo a ganhar cada vez mais espaço, num evento que tem o som como atracção principal. A massificação dos LCD’s, plasmas e projectores de vídeo para o mercado consumidor é a principal razão porque na maior parte dos stands as tecnologias áudio eram acompanhadas também de imagem e sistemas surround 5.1 ou 7.1. Fica cada vez menos espaço para a audição apenas de música em stereo e com amplificadores dedicados apenas para este efeito. E para mim continuam a soar melhor que os novos combos áudio/cinema em casa, que para se adaptarem a um tipo de som específico para filmes, acabam por perder algumas qualidades no que à audição de música diz respeito.
De qualquer forma, vale sempre a pena seguir algumas das novidades nesta área e estes eventos permitem-nos ouvir e ver uma grande quantidade e qualidade de equipamento num dia apenas. Como pontos negativos do Audio Show ficam, para mim, as condições em que muitas audições são efectuadas (algumas salas sem condições acústicas para o efeito, e com pessoas a entrar e saír constantemente, o que provoca sempre algum barulho de fundo) e o facto de muitas empresas ou representantes da especialidade continuarem a não aparecer, não sei se por falta de interesse se por outras razões.
Outra coisa que reparei foi que, na maior parte das audições, os responsáveis insistiam em brindar-nos com música erudita, que na maior parte dos casos, além de ser bastante chata (nem foi o que me incomodou mais) era música com uma amplitude de frequências bastante baixa. Como é que se pode observar o potencial total de um sistema de colunas e amplificação se metade das frequências não estão representadas? Como posso saber, por exemplo, se as colunas se portam bem nas baixas frequências (graves) se a música não as possui? Uma alternativa seria talvez fazerem audições temáticas por estilos de música (jazz, rock, clássica, erudita, soul, etc.) para que as pessoas melhor pudessem apreciar os sistemas apresentados em sons mais versáteis que permitissem tirar melhores conclusões.

No meio de tudo quanto vi e ouvi, o que mais me surpreendeu foi o projector de vídeo apresentado pela Digisom (não me recordo da marca) com uma nitidez surpreendente neste tipo de aparelhos, e um sistema de colunas Audiovector com amplificação Gamut que apresentavam um palco sonoro e uma clareza impressionantes.

Pena que estes aparelhos não estejam ao alcance de qualquer um, só estas colunas custavam 17000€ o par, e não eram das coisas mais caras que estavam no Audio Show. O equipamento áudio high end é um luxo a que poucos se podem dar, mas pelo menos existem estes eventos que nos fazem sonhar (nem que seja por um dia) com uma qualidade de som que nunca teremos nos nossos lares...

Friday, October 28, 2005

3 Anos Depois...


… de “A Residência Espanhola” (L’Auberge Espagnole), Cédric Klapisch regressa com um filme extraordinário. O realizador francês volta a pegar nas personagens do anterior filme, estudantes Erasmus que se tinham conhecido e vivido 1 ano em Barcelona, e daí nasce a inspiração para “As Bonecas Russas” (Les Poupées Ruses). O novo filme não é propriamente uma sequela (no verdadeiro sentido do termo) do anterior, embora também seja abordada a vida desses jovens, 5 anos após terem deixado a capital da Catalunha. O formato narrativo é o mesmo: Xavier (Romain Duris) é a personagem central e vai narrando a sua estória ao longo do filme. E que maturidade atingiu este actor: o seu desempenho é simplesmente magnífico, daí resultando grande parte do sucesso deste filme. Mas não é “só” isto. Cédric Klapisch montou uma estrutura narrativa bastante complexa, mas fê-lo de maneira a que quase não assistimos a momentos fracos no filme (o sonho de qualquer guionista). Para mim é, sem qualquer dúvida, um dos melhores filmes de 2005. Isto só está ao alcance de quem já atingiu um nível de experiência considerável como argumentista e realizador.
Regressando ao filme, Xavier voltou a Paris e trabalha como escritor, e a sua relação amorosa com Martine (Audrey Tatou) já terminou. Seguimos as suas peripécias amorosas com várias mulheres e a sua luta constante para escrever algo de qualidade. A estória passa depois por São Petersburgo, onde William (Kevin Bishop), o irmão mais novo de Wendy, se vai casar com uma russa. E pronto, não adianto mais pormenores sobre o filme para não estragar eventuais surpresas de quem ainda não viu. Para quem gostou de “A Residência Espanhola” este é um filme obrigatório. Principalmente para quem gosta de ver algo diferente das super-produções de Hollywood. Cédric Klapisch começa a formar um estilo muito próprio, que vai certamente deixar marca e influenciar o cinema europeu e mundial...

Wednesday, October 26, 2005

Top Down


Aqui fica, como habitual, o top dos discos mais vendidos em Portugal - Semana 43:

1º Depeche Mode - Playing The Angel
2º DZR'T - DZR'T
3º Rita Lee - O Melhor de Rita Lee
4º Crazy Frog - Crazy Hits
5º Clã - Vivo


Apenas uma alteração esta semana. Mas finalmente alguém destronou os D'ZRT, que lideravam a tabela há 17 semanas consecutivas. A proeza foi de uns senhores chamados Depeche Mode, que entraram na tabela directamente para o primeiro lugar. Uff!!! Já começo mesmo a ficar farto de ouvir os putos a cantar "para mim tanto me faz que digas coisas boas ou coisas más". Pois a mim chateia-me que se venda e se ouça tanta merda neste país, desculpem a expressão. Sei que somos um país que até apoia pouco a música nacional, e não é normal ter uma banda portuguesa tanto tempo no primeiro lugar do top. Mas com tantas bandas nacionais de qualidade (Os Clã, que estão em quinto lugar, por exemplo) é uma pena que as pessoas valorizem mais produtos de qualidade duvidosa. É pena que haja muita qualidade por aí em bandas de garagem e as editoras só olhem para aquilo que lhes pode dar dinheiro no imediato.
Para mim uma banda não se avalia pelos discos que vende, aliás pouca música que eu aprecio costuma estar nos tops. Mas ainda ontem fui "forçado" a ouvir por mais de uma vez aquela porcaria (para não usar uma palavra mais forte) a que chamam "Crazy Frog", e já que não tinha alternativa tentei analisar o que estava a ouvir. Dei comigo a pensar em quem é que compra aquilo... há gostos para tudo, e há muitas coisas de que não gosto mas reconheço alguma qualidade, mas "Crazy Frog" é daquelas coisas que não consigo classificar. Só acho estranho estar num top musical. Alguém consegue encontrar música no meio daquilo?

Sunday, October 23, 2005

Virtuosismo(s)...



Faltam pouco mais de duas semanas para o público português ter o prazer de poder assistir a dois concertos de Steve Vai. Primeiro na Casa da Música, dia 3 de Novembro, e depois na Aula Magna no dia seguinte. Para quem nunca ouviu falar, Steve Vai é “apenas” um dos maiores compositores e originais guitarristas de sempre. Cedo começou a dar nas vistas, tendo sido aluno do também virtuoso Joe Satriani, e tocou em bandas como Alcatrazz, Van Halen ou Whitesnake. Mas foi a solo que Vai revolucionou o mundo da guitarra, lançando álbuns que inspiraram guitarristas um pouco por todo o mundoe ajudando a Ibanez a criar um novo modelo de guitarra eléctrica com 7 cordas (com uma corda mais grave, que muitos guitarristas reclamavam, para expandir a sua sonoridade). Steve começou a tocar com o mítico Frank Zappa no início dos anos 80 e lançou o seu primeiro álbum a solo, Flex-Able em 1984. Passion & Warfare, o seu maior êxito de vendas, é lançado em 1990 e é um álbum indispensável a qualquer pessoa que goste de música instrumental e de guitarra eléctrica em particular. Aconselho vivamente a ouvirem este álbum, uma obra-prima com músicas rock, baladas e algum experimentalismo à mistura, mas com uma qualidade impressionante. Grandes temas como “For The Love Of God”, “Erotic Nightmares” e “The Audience Is Listening” ficam para sempre na história da música.
Em Março de 2000, aquando da sua única passagem por território português, fui um dos privilegiados que teve oportunidade de assistir ao concerto deste músico americano. Vai ficar para sempre na minha memória como um dos melhores concertos que vi, e já foram algumas centenas. Steve Vai volta a acompanhar-se de virtuosos como Mike Mangini, Tony MacAlpine ou Billy Sheehan para certamente oferecer um espectáculo único ao público português. Quem ainda não conhece estes músicos, basta assistir ao DVD “Steve Vai - Live At The Astoria London” para ter um cheirinho daquilo que vai acontecer em solo nacional em Novembro, com algumas diferenças. Ah, e atenção ao bluesman que está encarregue da primeira parte do show: Eric Sardinas. Da última vez ninguém o conhecia e pôs toda a Aula Magna de pé a gritar o seu nome. Aguardemos ansiosamente pelo início do próximo mês...

Thursday, October 20, 2005

Alice


'LIBÉRATION' - Um filme português fora das normas, de uma singularidade absoluta... que nos conta uma história terrível, da perda de uma criança.
'VARIETY' - Um poderoso estudo sobre a dor profunda e que nos transmite a segura e consistente primeira obra do estreante Marco Martins.
'LE MONDE' - Uma crítica à sociedade urbana contemporânea. Brutal e violento, esporadicamente iluminado por momentos de humanidade

Confesso que não sou espectador assíduo de cinema português. Mas quando vi o trailer de Alice fiquei curioso. Uma história aparentemente simples e comovente, uma banda sonora que me pareceu muito boa e um prémio em Cannes (Jeunes Regards) foram argumentos suficientes para me convencer a assistir a este filme. E felizmente as minhas expectativas confirmaram-se. Alice, escrito e realizado por Marco Martins, tem interpretações sólidas, um argumento bom (aqui e ali a precisar de alguns ajustes) e uma banda sonora que serve o filme na perfeição (parabéns Bernardo Sassetti). A história emocional e comovente de um casal cuja filha desaparece dá corpo a um filme negro, com uma fotografia maioritariamente escura que se conjuga com os sentimentos das personagens. O dia-a-dia caótico de uma grande cidade, a deslocação de milhares de pessoas de casa para o emprego, a solidão e o sofrimento são retratados com mestria pelo escritor/realizador.
Nuno Lopes (pai de Alice) tem uma interpretação muito acima da média e mais uma vez saliento a música minimalista, que nos transporta para aquele mundo e nos aproxima das personagens. Aliás, arrisco mesmo a dizer que sem o som (também muito bem conseguido) e sem esta banda sonora, o filme perdia metade da sua intensidade. Aconselho a quem gosta de cinema assistir a este “Alice”, nós que tantas vezes menosprezamos o cinema português. Com filmes destes o cinema nacional vai por bons caminhos, e daqui para a frente só podemos esperar que os novos talentos coloquem a fasquia mais elevada.

Wednesday, October 19, 2005

Vícios...


Pois é, faltam menos de 24 horas para o momento ansiosamente aguardado por milhões de pessoas em todo o mundo... o lançamento oficial do melhor jogo de futebol de todos os tempos.
Farei a minha crítica quando tiver experimentado. Tenho a certeza que não vou ficar desiludido.

Top Down



Top Nacional - Semana 42:

1º DZR'T - DZR'T
2º Rita Lee - O Melhor de Rita Lee
3º Crazy Frog - Crazy Hits
4º Clã - Vivo
5º Maria Rita - Segundo


Poucas alterações nos discos mais vendidos em Portugal. Os DZR'T continuam a liderar a tabela pela 17ª semana consecutiva. De saudar a entrada dos Clã nos primeiros lugares...


Top Compilações:

1º Vários Artistas - MorangIce
2º Banda Sonora Original - Mundo Meu
3º Vários Artistas - Reggaeton Total
4º Vários Artistas - Ninguém Como Tu
5º Vários Artistas - Brasileirão


Abstenho-me de fazer qualquer comentário. É ver para crer.

Tuesday, October 18, 2005

No País das Maravilhas


Terry Gilliam. Este é o nome do senhor que realizou The Brothers Grimm. Para muitos dispensa apresentações... são dele filmes que marcaram o mundo, como “12 Monkeys”, “Brazil” ou o louco “Fear And Loathing In Las Vegas”. A sua visão da realidade e a maneira como transporta a ficção das “estórias” para o grande ecrã é singular. Gostemos ou não...
Vi “The Brothers Grimm” recentemente, e mais uma vez, contrariamente a algumas críticas que li, gostei bastante do filme. Admito que ía com as expectativas algo elevadas, pois mesmo sabendo de que contos se tratavam, uma coisa tinha a certeza: aquele não sería mais um filme vulgar, com todas as técnicas hollywoodescas (apesar de estar muito bom a nível técnico e de efeitos especiais) ou não fosse o realizador quem nós sabemos. Gilliam mistura vários contos “imortais”, daqueles que todos conhecemos desde a nossa infância, e consegue prender-nos ao ecrã do início ao fim, não obstante o facto de qualquer espectador saber o final da história antecipadamente. E isto não é fácil de fazer em cinema, manter as pessoas agarradas ao desenrolar de um filme cuja história já conhecem, torná-lo interessante e brindar os espectadores com bons pormenores de humor e uma realização eficaz e competente. Não é um filme brilhante, mas é bastante bom e vale a pena ver, principalmente para quem gosta da obra de Terry Gilliam enquanto realizador. Continuo a perguntar-me quais serão os critérios que muitos críticos da nossa praça utilizam quando fazem as suas rídiculas classifações de 0 a 5 estrelas...
Continuo sem saber porque classificam boas obras cinematográficas com um simples “a evitar” e filmes sem qualidade (apenas porque são realizados por nomes consagrados) com 5 estrelas, ou seja, uma “obra-prima”.

Monday, October 17, 2005

Sugestões Culturais




Seixal Jazz – de 14 a 29 Outubro. Na Fábrica Mundet - Espaço Cultural e Fórum Cultural do Seixal.
http://www.cm-seixal.pt/seixaljazz

DocLisboa 2005 (Festival Internacional de Cinema Documental) – de 15 a 23 Outubro na Culturgest.
http://www.doclisboa.org/festival.htm

World Press Photo – até 23 Outubro no Centro Cultural de Belém. De Terça a Domingo, das 10 às19h.
www.ccb.pt

Thursday, October 13, 2005

Top Down




Top Nacional desta semana:

1º DZR'T - DZR'T
2º Rita Lee - O Melhor de Rita Lee
3º Crazy Frog - Crazy Hits
4º Nat King Cole - Nat King Cole En Español
5º 50 Cent - The Massacre


Acho que me vou abster de fazer comentários em relação à música que continua a ser mais vendida neste país. Os DZR'T lideram a tabela dos discos mais vendidos em Portugal pela 16ª semana consecutiva.


E já agora, deixo aqui também o top das compilações:

1º Vários Artistas - MorangIce
2º Banda Sonora Original - Mundo Meu
3º Vários Artistas - Reggaeton Total
4º Vários Artistas - Brasileirão
5º Vários Artistas - Nha África- Paixão e Ritmo


Alguém me consegue dizer, no meio disto tudo, o que é música? Ou será o fenómeno MTV/Playlists a vender cada vez mais discos? Eu ainda tenho algumas dúvidas...

Friday, October 07, 2005

De Olhos Inchados...


Estou certo de que muitos ainda se lembram de “Pesadelo em Elm Street”, apesar de este ter sido lançado no longínquo ano de 1984. Pois bem, Wes Craven, que realizou também a trilogia de “Scream” (teve bastante sucesso no mundo inteiro) volta este ano com um filme para esquecer. De facto Red Eye deixa muito a desejar em quase todos os aspectos, e não está à altura de Wes Craven, de quem devemos esperar e exigir mais do que aquilo que podemos ver neste filme. Os primeiros minutos são maus, e não deixam grande esperança para o que vem depois. Sabendo que o resto da estória se passa dentro de um avião, a maior parte do tempo apenas com 2 personagens, tinha que ser muito bem executado para o filme não perder o interesse. Para mim isso não acontece, seja porque o guião não é brilhante como também a maneira como é apresentado ao espectador o torna chato e nos deixa a pensar quando é que aquilo acaba para podermos deixar a sala de cinema. Em suma, confusão a mais no início do filme, onde somos apresentados a tantas personagens que às tantas já não sabemos para que é que aquela introdução serve, uma banda sonora que não ajuda em nada e um desenvolvimento da estória que não assusta nem aguça o interesse de quem está a ver. Se Wes Craven queria voltar a fazer um clássico de thriller/terror ficou bem longe.
Faz-me alguma confusão que grande parte dos nossos tão “exigentes” críticos o tenham classificado com 3 em 5 estrelas. Há pouco tempo vi “Os Edukadores”, uma obra europeia, bastante ambiciosa, talvez com algumas falhas, mas cinematograficamente bastante interessante, e quando vi o que a maior parte da crítica dizia, não queria acreditar: a maior parte clasificou-o como “a evitar”. Alguém me consegue explicar o que é que faz um bom filme? Será que toda a treta que vem de Hollywood merece pelo menos classificação positiva e quem tenta inovar ou fazer algo diferente normalmente é castigado com a pontuação mínima (a não ser que o realizador já seja um nome consagrado, e aí os iluminados críticos não têm a coragem para lhes dar pontuação negativa) ?

Thursday, October 06, 2005

Mais Chamas...



Só uma Nota: para quando uma lei como foi aprovada em Espanha, que proíbe a construção em área ardida nos 30 anos seguintes???
Íam ver que mais de metade dos nossos fogos de Verão desapareceriam misteriosamente...

Tuesday, October 04, 2005

Outras MÚSICAS


Estamos num país com fraca cultura musical, infelizmente. Basta olhar para “aquilo” que tem estado nos lugares cimeiros dos tops ultimamente. E sei que Portugal não é o único país onde isto se passa, pois certa “música” mais comercial e sem qualidade há-de sempre vender e fazer parte dos tops. Mas o que angustia é que em muitos outros sítios as pessoas compram “porcaria” mas também ouvem boa música, têm um mínimo de cultura musical que lhes permite distinguir entre aquilo que ouvem para entretenimento ou distracção e aquilo que de facto é música de qualidade. Não que a boa música não tenha também propósitos de entretenimento, antes pelo contrário, mas é mais densa e dá mais que pensar, algo que hoje em dia as pessoas já não se querem dar ao trabalho de fazer.
Mas pelos vistos a música em Portugal não é considerada cultura, pelo menos aos olhos dos responsáveis políticos, que continuam a taxá-la com o valor máximo e “suave” do nosso IVA: 21%

Cada um ouve o que quer, cada um faz da música aquilo que bem entender. Sei que muitos estilos de música nunca chegarão aos tops nem é com esse objectivo que muitos bons músicos por aí trabalham. Mas ao menos que as bandas de qualidade (que estão fora do circuito mainstream) não deixassem Portugal de fora das suas tournées europeias, simplesmente porque temos pouco público ou porque as promotoras têm medo de arriscar e preferem ter 3 datas cheias no Coliseu de D’ZRT e continuar a fingir que isto é que é bom para a nossa cultura musical. Não tenho nada contra esta banda portuguesa, é apenas um exemplo como muitos outros de que a qualidade já não interessa muito e cada vez mais se quisermos assitir a espectáculos de músicos conceituados mas fora do circuito mainstream temos que nos deslocar ao país vizinho. Sim, porque os grandes nomes que vendem muito ainda continuam a vir a Portugal, como por exemplo U2, Coldplay ou 50 Cent . Mas se quiser ver algo mais elaborado musicalmente, uns Dream Theater, um Joe Satriani ou alguns dos grandes nomes do jazz, bem posso pensar em viajar.
É triste, mas estamos em Portugal. Basta olharem para a programação das nossas televisões generalistas e os programas que têm mais audiência, ou reparar na recente campanha para as eleições autárquicas, e depois venham-me dizer que ainda vamos evoluir... Para onde???