Thursday, December 29, 2005

A Long Time Ago in a Galaxy Far, Far Away


Quando há poucos dias fiz um balanço daqueles que seríam os melhores filmes do ano de 2005, esqueci-me de referir um muito especial. Mas veio mesmo a calhar, porque acho que merece um post individual. 28 anos depois, a mítica saga Star Wars foi concluída com o Episódio 3 – A Vingança dos Sith. George Lucas alcançou o sonho pessoal e o de milhões de fãs com o melhor filme dos primeiros três episódios. Muitos tinham ficado algo desiludidos com os dois primeiros capítulos, e penso que com razão. A trilogia (episódios 4 ao 6) iniciada em 1977 com Star Wars IV tinha menos efeitos especiais mas as personagens e as “estórias” depressa conquistaram o coração do público e colocaram George Lucas no topo. O realizador norte-americano esperou que houvesse condições para fazer os restantes filmes da maneira que ele sonhara, e falo em câmaras digitais juntamente com novos e potentes meios para incorporar efeitos especiais na acção dos filmes. A era digital veio nos anos 90 e George Lucas recomeçou a sua obra em 1999. Mas algo faltava aos novos dois episódios da era digital. Os efeitos especiais eram, sem dúvida, impressionantes, mas as “estórias” não conseguíam tocar o público da maneira que os antigos episódios o tinham feito. George Lucas nunca conseguiu ser um mestre na direcção de actores, mas sempre conseguiu compensar isso com argumentos muito bons. Mas eis que chega finalmente o muito aguardado último capítulo da saga, e com ele alguns dos momentos mais aguardados do cinema. O filme é dos mais negros, se não mesmo o mais negro de todos, e todos os fãs vibraram ao assistir ao nascimento de um dos maiores vilões da história do cinema: Darth Vader. Esta foi uma cena bastante bem conseguida no filme, que chega a arrepiar, visto ser um momento muito emocionante para todos aqueles que durante anos vibraram com as aventuras dos cavaleiros Jedi e com o lado negro da Força. O Episódio 3 faz a ligação para os restantes episódios da saga e revela as partes da “estória” que ainda faltavam para o puzzle encaixar na perfeição. Este filme junta tudo: emoção, efeitos especiais, argumento muito forte e a lendária música de Star Wars. Todo ele foi rodado em câmaras digitais e transferido nesse formato para suites de pós-produção, evitando assim as habituais e dispendiosas transferências de película para digital e de digital para película. Quem teve oportunidade de ver o filme em projecção digital (em Portugal só o foi possível numa sala do cinema Alvaláxia) pôde apreciar todo o esplendor da obra de Lucas na qualidade máxima, pois assim assistiu a uma versão sem conversões de digital para película.
Foram assim precisos esperar 28 anos para poder assistir aos 6 filmes do universo Star Wars. Mas valeu a pena! George Lucas construiu um imaginário fantástico e é um nome incontornável do cinema de ficção científica. Os fãs incondicionais podem agora comprar os 6 dvd’s e assistir a tudo de seguida!!!
May the Force be With You!

Friday, December 23, 2005

A Beleza venceu a Besta


E aqui temos o tão aguardado regresso de Peter Jackson com o remake de “King Kong”. Muita expectativa se tinha gerado em torno daquele que é um dos filmes mais caros da história do cinema: 207 milhões de dólares foi o orçamento para produzir esta obra de 3 horas para o grande ecrã. E o realizador que tinha amealhado 17 óscares pela Trilogia de “Lord Of The Rings” não deixa os seus créditos por mãos alheias. Ao ver o filme percebe-se porquê. Peter Jackson domina totalmente as ferramentas (cinematográficas, entenda-se) ao seu alcance para contar a “estória” de uma equipa de filmagens que desembarca numa ilha e corre inúmeros perigos para conseguir o ojectivo de fazer um filme. A protagonista do filme acaba por ser levada por King Kong e o resto da “estória” já todos conhecem... o que não se conhecia era a versão idealizada pelo realizador neo-zelandês, um portento de efeitos especiais, emoção e adrenalina. Algumas secções do filme são tão rápidas, com tanta acção, que quase nos deixam sem respiração e algumas cenas fazem mesmo lembrar as grandiosas batalhas de “Lord Of The Rings”, embora aqui as circunstâncias e as personagens sejam totalmente diferentes. Mas a mesma mestria em filmar e capturar as partes mais importantes da “estória” continua lá. O desempenho dos actores é bastante bom, com óbvio destaque para Naomi Watts. É de realçar a qualidade do seu desempenho, ainda para mais sabendo que grande parte das cenas foram gravadas com a actora contra um fundo azul (blue screen, que depois é acrescentado o resto das personagens e paisagem em pós-produção) em que não interage com ninguém, e a sua expressividade, particularmente nas cenas com King Kong, é impressionante. Se para alguns Naomi Watts era uma jovem promessa de Hollywood, após “King Kong” passa definitavamente a ser uma certeza.
Quanto à fotografia, música, guarda-roupa, etc., tudo apresenta um nível elevado. Aliás são poucos os pontos fracos deste filme, embora os haja.
Também lá está a crítica a uma sociedade consumista, que não se importa com os direitos dos animais e que no fim acaba por sofrer as consequências disso mesmo. “King Kong” é de facto o blockbuster do ano. Mas este vale a pena, ou não tivesse sido idealizado por Peter Jackson...

Sunday, December 18, 2005

No País Das Maravilhas




Gonçalo Pereira. Para muitos, um ilustre desconhecido. Quem o conhece sabe que é um dos maiores valores da música portuguesa. É impossível vê-lo tocar guitarra e ficar indiferente. Depois de muitos anos a tocar covers em bares e a tocar na banda de Paulo Gonzo, Gonçalo decidiu arriscar e lançou em 1998 o seu primeiro álbum a solo, “Tricot No País das Maravilhas”. Desde aí construiu uma sólida base de fãs que o têm seguido em “Upgrade” (1999) e “gonçalopereira@g_spot” (2003). Não vou aqui falar dos álbuns um a um. Gonçalo é um autêntico virtuoso das seis cordas e quem tiver curiosidade experimente ouvir aquilo de que é capaz. A reacção normal das pessoas a quem eu levei a ver concertos é ficarem de boca aberta ao vê-o tocar e perguntarem-se como é possível nunca terem ouvido falar dele. Pois bem, estamos em Portugal. Se Gonçalo Pereira fosse norte-americano provavelmente andaria nas bocas do mundo. A nível técnico não fica muito a dever aos grandes mestres da guitarra eléctrica contemporâneos, de Satriani a Steve Vai ou Eric Johnson. Quem já o viu tocar o imortal “Movimento Perpétuo” de Carlos Paredes em guitarra eléctrica(!!!) percebe porquê. Mas neste país tem que pagar do seu bolso para gravar os álbuns, e promoção é coisa que quase não se vê: a comunicação social está cheia de coisas como D’ZRT, artistas pimba ou hip-hop norte-americano. Música de qualidade não interessa muito falar, dá pouca audiência e ainda caímos no risco de poder educar um pouco as massas, no que a música diz respeito.
Mas o motivo deste post foi um DVD que Gonçalo lançou no mercado em Setembro deste ano. Intitulado “Another Day In Another World”, o disco inclui o concerto gravado no Hard Club em Gaia, e uma série de extras para melhor ficarmos a conhecer o artista, o seu estúdio e a sua música. Além disso temos ainda uma secção com aulas de guitarra do próprio mestre, e podemos aprender a tocar algumas secções das suas músicas (as partes mais fáceis, outras nem tanto...). A edição especial de dois discos traz ainda o último álbum de originais de Gonçalo, para quem não tem: “gonçalopereira@g_spot”.
Lançamentos destes são de louvar, num panorama musical tantas vezes marcado pela apatia ou pelo lançamento desmesurado de colectâneas e best of's apenas para fazer dinheiro (especialmente nesta época natalícia). Apesar de já haver dvd’s intrucionais de guitarra no mercado, este lançado por Gonçalo Pereira não deixa de ser inovador nalguns aspectos. Aconselhado a quem toca ou simplesmente gosta de guitarra eléctrica.
Mas o meu conselho é mesmo verem Gonçalo Pereira ao vivo. Tenho a certeza que vão ter a mesma reacção que falei há pouco: “Como é que nunca tinha ouvido falar dele?”. Penso que não há ainda datas de concertos confirmadas para os próximos tempos. Quando houver confirmações farei um post aqui no blog a avisar os possíveis interessados.

A outro nível, Gonçalo formou uma banda de rock chamada Blister que lançou o seu primeiro álbum em 2004, “Without Truth You Are The Loser”. Aqui não há espaço para muitos virtuosismos, apenas puro rock n’roll. Talvez por isso já tenham ouvido, sei que tem passado nas maiores rádios e um dos temas entra até na banda sonora de uma novela da TVI .

Mais informações: www.goncalopereira.pt

Tuesday, December 13, 2005

Balanço 2005


Sei que é cliché, no último mês do ano, escolher os melhores artistas/obras dentro das mais diversas áreas. Mas não resisti a fazê-lo. Aqui vão algumas das minhas escolhas/sugestões cinematográficas do ano. Para mim estes filmes foram o melhor que se fez durante 2005, obviamente de entre aqueles que tive oportunidade de ver. Certamente muita coisa ficou por ver e criticar, mas é apenas uma escolha muito subjectiva... espero que vos aguce a curiosidade, se é que ainda não tiveram oportunidade de ver estes filmes.

(Ordem aleatória)

Crash (Colisão): uma soberba estreia de Paul Haggis na realização. Além disso o canadiano escreveu também o argumento daquele que foi um dos melhores filmes do ano. Um pouco ao jeito de "Magnólia", várias personagens e destinos acabam por se cruzar e interligar na mesma estória, numa trama complicada mas extremamente bem desenvolvida por um argumento maduro e organizado. Haggis explora as tensões raciais na cidade de Los Angeles, mas de uma forma inteligente e dinâmica que nos deixa “presos” ao ecrã durante duas horas. Paul Haggis era já um argumentista de créditos firmados, nomeado para o Óscar com “Million Dollar Baby” e autor de inúmeras séries de sucesso na TV, agora é também uma promessa (ou certeza?) na realização.


Sin City (A Cidade do Pecado): Frank Miller (autor da banda desenhada) e Robert Rodriguez juntaram-se num projecto aliciante, adaptar a “escura” e violenta Sin City para o grande ecrã. Um filme fantástico (não aconselhado a pessoas mais sensíveis ou impressionáveis) e uma fiel adaptação dos comics de Frank Miller, que junta violência, sexo, corrupção e humor negro. A parte visual é arrebatadora: a mistura de preto e branco com alguns laivos de cor, um look de film noir e a gravação totalmente em formato digital compõem uma cinematografia nunca antes vista. Para ajudar à festa temos ainda Quentin Tarantino como realizador convidado (realiza uma das cenas do filme) e um elenco fenomenal.


Les Poupées Russes (As Bonecas Russas): Já aqui falei anteriormente sobre este filme realizado por Cédric Klapisch, na sequência de “A Residência Espanhola”. Um grande argumento (Cédric Klapisch escreveu uma “estória” quase sem momentos fracos), Romain Duris (Xavier, a personagem principal) com um desempenho fantástico e uma realização extremamente competente fazem deste filme uma das surpresas do ano. Em suma, cinema europeu ao melhor nível.


Friday, December 09, 2005

The Greatest Surf Show On Earth


Encontra-se em período de espera, desde ontem, um dos maiores espectáculos desportivos do planeta. O Rip Curl Pro Pipeline Masters (8-20 Dezembro) é a última etapa do circuito Mundial de Surf (WCT), e conta com os 45 maiores surfistas do mundo. Este ano, apesar da questão do título já estar resolvida, a expectativa mantém-se elevada devido ao prestígio desta etapa e à possibilidade de vermos actuar os melhores nas melhores ondas do mundo. Além disso todos querem arrecadar o título de Pipeline Master, esteja ou não em discussão o título mundial. Pipeline é um dos berços desta modalidade e a meca do surf mundial, os seus lendários tubos e ondas potentes encantam milhões de surfistas por esse mundo fora. E é um privilégio podermos assistir em directo, no conforto de casa, ao desenrolar do campeonato. (http://www.triplecrownofsurfing.com/pipeline/index.php). Os meus parabéns à ASP (Association of Surfing Professionals) pela qualidade das transmissões e comentários via Internet. Das Fiji ao Japão, passando pelo Brasil e Hawai, todas as etapas podem ser acompanhadas em directo. Para quem ainda não viu, e aos que gostam de surf, acreditem que vale mesmo a pena.
As contas desta época estão feitas: Kelly Slater venceu o título mundial pela 7ª vez (novo recorde) com uma prestação surpreendente que arrasou a concorrência. E Slater continua a bater recordes: o norte americano conquista o mundial com 33 anos de idade, e obteve a melhor classificação de sempre numa final (Billabong Pro Tahiti 2005) ao terminar com duas notas 10 (em pontuações de 0 a 10)!!!
Sintonizem-se e Boas Ondas!

Tuesday, December 06, 2005

Raiva e Mais Raiva


Há dias e semanas em que tudo corre mal. O que vale é que temos sempre algo para nos animar. A minha música da semana é esta: Saint Anger!!! James Hetfield de volta aos seus bons momentos de composição: podemos sentir toda a raiva que esta música liberta, não só pela sonoridade mas também pela letra, que é bastante significativa. Há pessoas que preferem descarregar nas outras quando algo não lhes corre bem, pois para mim o melhor remédio é mesmo ouvir música e descarregar as energias de outra forma... e os "velhos" Metallica têm sempre algo para nos surpreender. Hetfield partilha connosco uma fase complicada da sua vida, após ultrapassar uma reabilitação para o ajudar a livrar-se de alcóol e drogas.
Quanto a Saint Anger, o álbum fica um pouco aquém daquilo que seria de esperar de uma banda como Metallica, de qualquer forma algumas músicas estão bastante enérgicas e rápidas, de certa forma um regresso aos tempos de Kill' Em All. Só faltam os solos de guitarra... e uma produção menos monótona, ouvir este som de tarola durante 70 minutos não é saudável.
Esta é para ser ouvida com o volume bem alto. Enjoy!!!


Saint anger round my neck
Saint anger round my neck
He never gets respect
Saint anger round my neck

(You flush it out, you flush it out)
Saint anger round my neck

Fuck it all and no regrets
I hit the lights on these dark sets
I need a voice to let myself, let myself go free
Fuck it all and no regrets
I hit the lights on these dark sets
I tie a noose, i hang my self, saint anger round my neck

I feel my world shake
Like an earthquake
It's hard to see clear
Is it me, is it fear

And i want, my anger to be healthy
And i want, my anger just for me
And i need, my anger not to control
Yeah and i want, my anger to be me
And i need, to set my anger free
And i need, to set my anger free
Set it free