Friday, December 23, 2005

A Beleza venceu a Besta


E aqui temos o tão aguardado regresso de Peter Jackson com o remake de “King Kong”. Muita expectativa se tinha gerado em torno daquele que é um dos filmes mais caros da história do cinema: 207 milhões de dólares foi o orçamento para produzir esta obra de 3 horas para o grande ecrã. E o realizador que tinha amealhado 17 óscares pela Trilogia de “Lord Of The Rings” não deixa os seus créditos por mãos alheias. Ao ver o filme percebe-se porquê. Peter Jackson domina totalmente as ferramentas (cinematográficas, entenda-se) ao seu alcance para contar a “estória” de uma equipa de filmagens que desembarca numa ilha e corre inúmeros perigos para conseguir o ojectivo de fazer um filme. A protagonista do filme acaba por ser levada por King Kong e o resto da “estória” já todos conhecem... o que não se conhecia era a versão idealizada pelo realizador neo-zelandês, um portento de efeitos especiais, emoção e adrenalina. Algumas secções do filme são tão rápidas, com tanta acção, que quase nos deixam sem respiração e algumas cenas fazem mesmo lembrar as grandiosas batalhas de “Lord Of The Rings”, embora aqui as circunstâncias e as personagens sejam totalmente diferentes. Mas a mesma mestria em filmar e capturar as partes mais importantes da “estória” continua lá. O desempenho dos actores é bastante bom, com óbvio destaque para Naomi Watts. É de realçar a qualidade do seu desempenho, ainda para mais sabendo que grande parte das cenas foram gravadas com a actora contra um fundo azul (blue screen, que depois é acrescentado o resto das personagens e paisagem em pós-produção) em que não interage com ninguém, e a sua expressividade, particularmente nas cenas com King Kong, é impressionante. Se para alguns Naomi Watts era uma jovem promessa de Hollywood, após “King Kong” passa definitavamente a ser uma certeza.
Quanto à fotografia, música, guarda-roupa, etc., tudo apresenta um nível elevado. Aliás são poucos os pontos fracos deste filme, embora os haja.
Também lá está a crítica a uma sociedade consumista, que não se importa com os direitos dos animais e que no fim acaba por sofrer as consequências disso mesmo. “King Kong” é de facto o blockbuster do ano. Mas este vale a pena, ou não tivesse sido idealizado por Peter Jackson...

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