Thursday, March 30, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 13

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 13: 1992

Os primeiros anos da década de 90 continuam a ser marcados pelo crescimento e solidificação do movimento grunge um pouco por todo o mundo, e pela abertura de novas fronteiras no mainstream pelos maiores grupos de heavy metal. Os Nirvana atingem o 1º lugar no Top em vários países com o lançamento do ano anterior, "Nevermind".
Relativamente a novas bandas, temos os Korn e os Oasis, que se formam precisamente neste ano e que irão espalhar a sua influência mais tarde, embora em áreas distintas.
A escolha dos álbuns mais influentes do ano recaiu totalmente no heavy metal, pois todos eles serão discos muito influentes para o futuro, tanto a nível de composição como a nível de alargamento das fronteiras deste estilo, principalmente com a entrada em cena dos Rage Against The Machine (RATM). E numa altura em que cada vez mais estilos alternativos de rock atingiam o sucesso comercial, foram as bandas de heavy metal a marcar o passo e a compôr discos que vão influenciar as novas gerações de músicos.


Tal como os Metallica tinham feito no ano anterior, os Megadeth seguem os passos e lançam “Countdown to Extinction”, que embora seja bastante diferente de “Metallica”, possui alguns pontos em comum em relação à difusão do heavy metal no circuito mainstream e à qualidade do álbum. De facto “Countdown to Extinction” não tem tantos singles, digamos assim, como “Metallica”, mas é um disco bem tocado da primeira à última música, de uma composição e maturidade bastante acima da média. “Symphony of Destruction” conquistou desde logo airplay nas rádios e MTV, tornando-se um grande sucesso e ofuscando o resto das músicas. Mas quem ouvir com atenção vai descobrir grandes músicas como “High Speed Dirt”, “Countdown to Extinction”, “This Was My Life”, “Foreclosure of a Dream”, enfim, quase podia citar os temas todos do álbum. Os Megadeth atingiam o pico da sua carreira, e este line-up, que vinha desde “Rust in Peace (o álbum mais complexo musicalmente dos Megadeth, lançado em 1990) mantém-se neste álbum e por mais dois, construindo a fase mais sólida da carreira do grupo, desde sempre liderado por Dave Mustaine.


Os Pantera foram uma banda que marcou a diferença, pela positiva, no mundo do rock. E se “Cowboys From Hell” já tinha prometido, então com “Vulgar Display of Power” a banda atinge definitivamente um nível e estatuto merecidos pela originalidade, potência e energia que as suas músicas possuíam. Um dos primeiros álbuns de sempre deste género a estrear no primeiro lugar da Billboard Chart, mais um sinal de que o heavy metal tinha mais fãs do que as pessoas da indústria musical pensavam. Mas isso são apenas dados estatísticos... e o que interessa aqui é a música. Pois bem, desde a abertura com “Mouth For The War”, o épico “Walk”, passando pela “balada” “This Love”, é difícil ficar indiferente à energia e brutalidade (no bom sentido) dos Pantera. Há ainda uma das maiores músicas do metal dos anos 90, o rapídissimo e arrebatador “Fucking Hostile”, que contém uma mensagem social deveras interessante. Quem acha que metal é só barulho e vocalistas a berrar mensagens nonsense é porque nunca se deu ao trabalho de ouvir com atenção. Vale a pena apreciar a voz de Phil Anselmo, o excelente trabalho de bateria (principalmente no pedal duplo) de Vinnie Paul, o baixo “consistente” a complementar a secção rítmica e os riffs inigualáveis de Dimebag Darrel.


Este é o álbum homónimo de estreia dos Rage Against The Machine. E caiu que nem uma pedrada no charco, pois os RATM foram a primeira banda a misturar metal, hip-hop, punk e hardcore com qualidade e originalidade. Além disso sempre foram uma banda corrosiva e com críticas e mensagens políticas bastante duras em relação ao imperialismo e ao poder político dos E.U.A. Este disco contém alguns dos maiores êxitos na carreira da banda, como o inevitável “Killing in The Name”, “Bombtrack”, “Wake Up” ou ainda “Bullet in The Head”. Ao todo são 10 temas de puro groove, onde se destacam a guitarra inimitável de Tom Morello e a voz poderosa e autoritária de Zack De La Rocha. Isto sem desprimor para a secção rítmica dos Rage, que se entende às mil maravilhas e lança as bases para o estilo inconfundível da banda.


Até para a semana
We Gotta Take The Power Back!

1 comment:

kyo said...

Pois é. Infelizmente acabamos sempre por deixar para trás coisas que gostamos de fazer. Mas nunca há tempo para tudo... pelo menos continua a ouvir, já que não podes tocar! Abraço