Thursday, March 16, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 11

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 11: 1990


Eis que chegamos ao início da década de 90. Muita e boa música se fez nos anos 80, mas a década de 90 não lhe fica atrás. Nota-se, ao longo dos anos, uma evolução nos estilos musicais dentro do próprio rock, além de que nos anos 90 a música electrónica começa a surgir em força e a influenciar cada vez mais bandas pop, rock ou metal.

Neste ano morre Stevie Ray Vaughan, o grande guitarrista de blues que deixou atrás de si um legado e uma influência musical bastante grandes.
E logo em 1990 temos muitos álbuns de qualidade que vão marcar definitivamente a sonoridade nos anos seguintes. De alguns deles vou falar mais aprofundadamente.


Aquela que viria a tornar-se na formação clássica de Megadeth gravou 4 álbuns, e “Rust in Peace” foi o primeiro deles. E os bons dotes composicionais de Dave Mustaine só ficaram a ganhar com a entrada de Marty Friedman e Nick Menza, produzindo um dos melhores álbuns do heavy metal clássico de sempre. À semelhança de “...And Justice For All” nos Metallica, este “Rust in Peace” é também o disco mais trabalhado, complexo e técnico da carreira dos Megadeth. “Holy Wars...The Punishment Due” abre o álbum, com uma rapidez trash, aliada a uma técnica acima da média, e torna-se para sempre num clássico da banda norte-americana. Há ainda “Hangar 18” com estonteantes solos de guitarra, “Lucretia” com grandes riffs, “Tornado of Souls” com um groove e trabalho de guitarras impressionante ou “Rust in Peace...Polaris”, a fechar o álbum com mais uma música rápida e técnica.


Os Extreme foram uma das grandes bandas da década de 90. Nuno Bettencourt, o extraordinário guitarrista, foi um dos grandes responsáveis pela sonoridade dos Extreme. Apesar da sua sonoridade percorrer terrenos tão distintos como o heavy metal, o pop ou o hard rock, o grande hit deste álbum foi uma balada apenas com guitarra acústica e voz: o inesquecível “More Than Words”. Mas “Pornograffitti” é muito mais que isso. Tem um pouco de todos os ingredientes que nos habituámos a ouvir em Extreme, desde os riffs pesados, passando pelo som funk e groovy, às calmas baladas. “Decadence Dance”, “Get The Funk Out”, “More Than Words” e “Pornograffitti” são dos temas mais bem conseguidos e todos eles são totalmente diferentes um do outro. É por isso que os Extreme atingiram logo sucesso com este segundo álbum, com uma qualidade e maturidade composicional bem altas.



Este é, talvez, “O Disco” de guitarra eléctrica. O génio Steve Vai compôs os 14 temas de “Passion & Warfare”, e depois de ouvirmos o álbum percebemos que estava muito à frente da sua era. Steve Vai não é um artista fácil de ouvir e gostar logo às primeiras audições, mas assim que começamos a compreender o seu trabalho, abre-se um mundo novo de possibilidades musicais. “Liberty”, “Erotic Nightmares”, “Sisters” ou “The Audience is Listening” são músicas excepcionais neste “Passion & Warfare”. Há ainda aquele que, na minha opinião, é um dos melhores temas compostos em guitarra eléctrica: o arrepiante “For The Love of God”. Está lá tudo; harmonia, música, sentimentos... e a grande beleza da música instrumental é esta, para quê palavras, quando os instrumentos conseguem-nos transmitir mais sentimentos do que as palavras alguma vez conseguiriam.


Até para a semana.
Clash With Reality!

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