Thursday, February 16, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 7

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 7: 1986


1986 foi um ano fértil em lançamentos discográficos importantes para a história do rock. A maior revolução aconteceu porventura nas vertentes mais “pesadas”, onde bandas como Metallica, Slayer, Iron Maiden ou Megadeth vão definir o standard daquilo que vai ser o heavy metal daí para a frente. Os Megadeth lançam "Peace Sells... But Who's Buying?", um clássico trash da banda de Dave Mustaine, que mais tarde se vai mover noutros terrenos musicais. Os britânicos Iron Maiden regressam com um dos mais consistentes discos da sua longa carreira, "Somewhere in Time", enquanto que os Slayer arrasam tudo e todos com "Reign in Blood", um álbum que redefiniu o trash metal.
Mas a história deste ano não fica por aqui. Houve ainda álbuns que fizeram sucesso, uns mais i
novadores que outros, mas cuja importância não pode ser ignorada. Os Genesis com “Invisible Touch”, a estreia dos Beastie Boys com “Licensed to Ill”, Peter Gabriel e “So” ou David Lee Roth em “Eat’em And Smile”, só para dar alguns exemplos. Para análise mais pormenorizada escolhi "A Kind of Magic" dos Queen e "Master of Puppets" dos Metallica.


Quer se goste ou não, os Queen tiveram influência indiscutível na música contemporânea. A banda de Freddie Mercury e Brian May foi uma das mais criativas e inovadoras nos anos 80. Não é fácil descrever a sonoridade dos Queen, embora ecléctica e épica sejam adjectivos que se insiram nesta caracterização. Este álbum apresenta-nos alguns dos clássicos que marcaram a carreira da banda e que ainda hoje continuam a influenciar músicos um pouco por toda a parte. O épico tema título do álbum "A Kind of Magic", mais um clássico com "One Vision", a balada "Who Wants To Live Forever" e o pop/rock de "Friends Will Be Friends" são tudo canções que os Queen imortalizaram. O álbum tem 10 temas no total e foi dos que mais sucesso fez em Inglaterra, terra natal da banda, conseguindo manter-se no top durante 63 semanas. A banda fez depois uma tournée com bastante sucesso, enchendo estádios por toda a Europa, mas que infelizmente viría a ser a sua última com Freddie Mercury. O brilhante vocalista tinha sido diagnosticado com SIDA, e até à data da sua morte concentrou-se em gravar mais dois álbuns em estúdio ("The Miracle" e "Innuendo") com os Queen, vindo a falecer no final de 1991.


“Master of Puppets” é considerado, quase unanimemente, uma das maiores obras primas de sempre do heavy metal. Não há nenhum tema fraco neste álbum, e a banda confirma todo o seu potencial, naquele que será o último lançamento com Cliff Burton no baixo. Cliff morre num trágico acidente de viação na Suécia, quando a banda estava em tournée a promover este “Master of Puppets”. Com apenas 24 anos, o mundo da música perdia um dos mais promissores baixistas de sempre. Fica apenas o consolo do grande álbum que ajudou a compôr.
Desde "Battery", um tema rapídissimo, a fazer lembrar os tempos de "Kill’em All", a acabar em "Damage, Inc.", este disco tem um pouco de tudo. No épico que dá título ao álbum, uma reflexão sobre os efeitos da droga no ser humano, temos 8 minutos de riffs rápidos, intercalados com o refrão e bridge mid-tempo, guitarra clean e harmonias a duas guitarras, e o final novamente rapídissimo. Metallica no seu melhor nível de inspiração... podemos ainda apreciar a lenta mas pesada “The Thing That Should Not Be”, o clássico “Welcome Home (Sanitarium)”, mais um grande momento com a crítica à política de guerra no veloz “Disposable Heroes”, o pesadelo em “Leper Messiah”, o instrumental “Orion” (que grande desempenho de Cliff Burton) e a insanidade de "Damage, Inc.". A realçar ainda as letras de James Hetfield, aqui a atingir também um nível de composição bastante interessante.


Até para a semana.
Don't waste your time always searching for those wasted years!

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