Thursday, April 06, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 14

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 14: 1993


Em 1993 é lançado o último álbum de estúdio dos Nirvana, “In Utero”. Kurt Cobain viria a morrer no ano seguinte e a carreira dos Nirvana termina. Este ano vê partir Frank Zappa, um dos maiores génios musicais do século XX ligados ao rock. Zappa torna-se uma das maiores influências para músicos da sua geração e das seguintes.
O mítico vocalista dos Iron Maiden resolve sair da banda, após muitos anos e os britânicos dão o seu último concerto com Dickinson em Agosto, espectáculo que é transmitido pela televisão britânica (Bruce acaba por mais tarde regressar aos Maiden, levando consigo Adrian Smith, mais concretamente em 1999, depois de ter lançado vários discos a solo). Quanto aos álbuns mais influentes do ano, a escolha vai para os Sepultura, Gary Moore e Anthrax.


Um dos álbuns mais proeminentes desta década. Os brasileiros Sepultura conseguem um dos discos mais aclamados da sua carreira, juntando percussões fortes, letras que denunciavam a situação caótica no Brasil, ritmos bastante pesados e a brutal voz de Max Cavalera. Impressionante para quem conhece os primeiros passos da banda, onde gravam o primeiro disco pouco tempo depois de estarem juntos e ainda a aprender a tocar os instrumentos. Mas a evolução da banda foi rápida e notória de álbum para álbum, conseguindo alcançar alguns anos depois o estatuto de banda de culto no meio heavy metal mundial. Este “Chaos A.D.” tem grandes músicas como “Refuse/Resist”, “Territory”, a instrumental “Kaiowas”, “Propaganda” ou ainda “Nomad”, entre outras. Os Sepultura mostraram ao mundo outra forma de abordar e de fazer heavy metal, e apesar da saída de Max Cavalera (que veio a formar os Soulfly) após o sucessor de “Chaos A.D.” (“Roots”), esse mérito já ninguém lhes tira.


Gary Moore é um dos mais conceituados e talentosos guitarristas de blues rock das últimas décadas. O irlandês conseguiu o seu espaço ao criar um estilo e sonoridade muito próprias, nunca fugindo às raízes tradicionais do blues, mas acrescentando-lhe tonalidades rock e uma capacidade de composição acima da média. “Blues Alive” é um disco bastante interessante, com os maiores êxitos do guitarrista e um som muito bom, tendo em conta que é um álbum ao vivo. Toda a mestria e técnica de Moore podem ser apreciadas, desde as músicas mais rock como “Cold Day in Hell” ou “Walking By Myself”, passando pelas inevitáveis baladas e grandes sucessos como “Still Got The Blues”, “Parisienne Walkways” ou “The Sky is Crying”. É mais um daqueles discos para devorar do princípio ao fim, com as habituais improvisações num álbum ao vivo, que nos dão algo mais do que os álbuns de estúdio.


Para alguns, os Anthrax foram tão importantes como os Metallica ou os Megadeth na definição e crescimento do heavy e trash metal. Mas se isso é discutível, uma coisa parece certa: os Anthrax criaram uma sonoridade diferente (misturando algum hardcore, punk ou mesmo hip-hop) dentro do estilo clássico do heavy metal. E souberam-no fazer com sabedoria e qualidade, não só na parte instrumental, mas também nas letras e mensagem. “Sound of White Noise” surge numa fase de transição para os norte-americanos, que substituem o vocalista Joey Belladona por John Bush. Felizmente a qualidade das músicas fez com que a mudança de vocalista passasse para segundo plano, e nem nos lembramos disso ao ouvir o disco. “Only”, com um ritmo contagiante, “Room For One More”, “Hy Pro Glo”, “Invisible” ou “This is Not an Exit” são alguns exemplos da sonoridade que encontramos neste disco. Riffs de guitarra bem conseguidos, secção rítmica ao melhor nível e a voz de John Bush a encaixar perfeitamente no estilo e espírito das músicas. Para quem gosta de bom heavy metal, este é um daqueles discos que se devem ter na colecção.


Até para a semana.
Refuse. Resist!

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