Thursday, March 02, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 9

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo
9: 1988


Pela primeira vez na história da música, as vendas de Cd’s ultrapassaram as vendas de vinil. A experiência de ouvir música em casa nunca mais seria a mesma. O formato digital impõe-se de vez e só alguns puristas continuam a comprar discos de vinil.

A nível de lançamentos discográficos, os Soundgarden estreiam-se com “Ultramega OK”, que marca o início de uma das melhores bandas de rock de sempre. Os Suicidal Tendencies lançam “How Will I Laugh Tomorrow When I Can’t Even Smile Today?”, um dos maiores êxitos da banda que ficou conhecida pela sua enérgica mistura de hardcore com heavy metal. Uns Pink Floyd já enfraquecidos pelas saídas de Gilmour e Waters lançam um álbum ao vivo com os maiores êxitos da banda, “Delicate Sound of Thunder”. Mas os discos que mais marcaram este ano foram, na minha opinião, “Operation: Mindcrime” dos Queensrÿche e “...And Justice For All” dos Metallica.


Um álbum conceptual e uma das primeiras grandes obras do rock/metal progressivo. É um álbum muito rico, tanto musicalmente como liricamente. Temas como “Revolution Calling”, “Operation: Mindcrime”, “Suite Sister Mary” (inclui orquestrações de Michael Kamen, o mesmo que trabalhou com os Metallica em S&M) ou “I Don’t Believe in Love” conferem genialidade ao trabalho dos Queensrÿche. Muito focado na política americana, este é daqueles álbuns que têm de se ouvir do princípio ao fim, se queremos perceber a sequência lógica das músicas e a própria “estória” que está por detrás do conceito do disco. Para quem gosta de prog metal actual, "Operation: Mindcrime" é um disco obrigatório para conhecer as referências do passado.


Mais uma obra prima dos norte-americanos. Este foi o primeiro álbum da era pós Cliff Burton, e é, até à data, o álbum mais maturo e complexo dos Metallica em termos de composição musical. Sem perder minimamente o peso e a harmonia de Master of Puppets, este “...And Justice For All” vai ainda mais longe no sentido de estender a capacidade compositora dos Metallica enquanto um todo. “Blackened” abre o álbum a todo o gás, “...And Justice For All” segue-lhe o rasto, e temos logo dois temas longos e épicos, de uma qualidade impressionante. “One” e “Harvester of Sorrow” são outros dois clássicos que fazem parte deste disco, um grande momento instrumental com “To Live is To Die”, o rapídissmo “Dyers Eve”, enfim, “...And Justice For All” é um álbum extremamente rico, de uma complexidade nunca vista em Metallica e que mais uma vez ultrapassou barreiras e estendeu novos caminhos ao heavy metal. O único senão é a produção do álbum, pois a qualidade sonora deixa um pouco a desejar, a juntar ao facto de o baixo praticamente não se ouvir durante todo o álbum por decisão da banda (muito discutível, diga-se) devido a Jason Newsted ser o membro novato que substituiu Cliff Burton.


Até para a semana.
The Feeling's Back!

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