Thursday, October 18, 2007

No boundaries


Acabei de assistir a um dos melhores concertos do ano, ou talvez de toda a minha vida. Virgil Donati, Tony Macalpine e Billy Sheehan estiveram no Music Box. Os Devil's Slingshot, como se intitulam neste projecto de rock fusão, estiveram à altura do que se espera de músicos deste calibre. Sheehan é, para muitos e para mim também, o maior baixista de rock ainda vivo. O que é que ele faz aos dedos??? :) Macalpine é um guru da guitarra e, como se não bastasse, ainda toca (e bem!) teclados. Virgil Donati é um baterista dotado de uma técnica invulgar e de uma capacidade motora ainda mais impressionante. Tudo junto, só podia dar espectáculo.

Presentes estiveram pouco mais de 50 pessoas - o concerto praticamente não foi divulgado -, mas o empenho dos músicos em palco foi grande. Não é normal estes senhores passarem por Portugal com projectos mais pequenos (todos já tinham cá estado, mas integrados na banda de Steve Vai), mas para quem esteve no Music Box foi uma oportunidade única de ver 3 dos melhores músicos do mundo neste estilo a 2 passos de si.

Foi uma das melhores noites do ano a nível musical. Muitas mais estarão para vir!

Tuesday, October 16, 2007

"Villa Lobos"

Mais um pequeno tesouro que só agora descobri. Maria João, numa fabulosa colaboração com a banda de Joe Zawinul (mentor dos Weather Report), no ano de 2002 . A beleza da música dispensa quaisquer comentários.

Sunday, October 14, 2007

The microphone explodes...

Cada vez tenho uma esperança maior de que os Rage Against the Machine se juntem de vez e façam uma tournée mundial. E, claro, que passem em Portugal! A fase Audioslave parece terminada de vez, e a reunião com Zack de la Rocha para alguns concertos este Verão faz prever que os RATM voltem a ser uma banda. Para já, têm seis datas marcadas para a Austrália e três no Japão, entre Janeiro e Fevereiro de 2008. Será que a seguir virá a Europa? Ou um álbum de originais???

Depois da enorme quantidade de pó levantado (pelos milhares de fãs aos saltos) em Algés :) na única passagem por Portugal, não me importava de repetir a experiência. Fiquem com um cheirinho da reunião dos RATM, este ano, no Festival Coachella.


Tuesday, October 09, 2007

Arch Enemy at Download Festival

Só hoje descobri esta pérola, que pelos vistos já está online há quase um ano. Uma das melhores bandas de metal, aqui numa excelente actuação no Download Festival em 2006. Não recomendado a ouvidos mais sensíveis :)

http://www.downloadfestival.tv/mofo/watch/451/

Monday, October 01, 2007

Música no futuro ou o futuro da música


Os Radiohead preparam-se para revolucionar a forma como a música é distribuída e vendida ao público. O sétimo álbum vai ser lançado no dia 10 de Outubro, com venda exclusiva num site criado para o efeito. Até aqui, nada de mais. A grande novidade é que o disco, intitulado "In Rainbows", não vai ter um preço definido; cada um escolhe quanto quer pagar no momento da compra. O campo do "preço" está em branco, cabendo-nos a nós preencher com o valor que achamos justo pelo download do disco.

Em Julho, Prince distribuiu o seu último álbum gratuitamente com o jornal Mail on Sunday, no Reino Unido (3 milhões de cópias). A atitude do artista enfureceu as editoras discográficas e as lojas de discos.

Os The Charlatans também decidiram disponibilizar gratuitamente o seu novo álbum, a partir de 22 de Outubro, através do site xfm.co.uk

Onde tudo isto vai levar a indústria musical e os artistas, ninguém sabe ao certo. Num mercado que estava habituado a mudanças muito lentas - em várias décadas só a introdução do Compact Disc revolucionou os hábitos -, os últimos 2, 3 anos têm sido férteis em mudanças. As inovações sucedem-se mês após mês e os artistas tentam acompanhar as tendências. Hoje em dia, qualquer pessoa encontra com maior ou menor facilidade um disco na internet, e faz o download sem pagar um tostão. Até os Metallica, que há uns anos se revoltaram com o Napster e a partilha de ficheiros de música, já deram o braço a torcer e disponibilizam agora alguns conteúdos grátis para os seus fãs.

Não acho que seja bom princípio convencermos-nos que podemos ter os discos que queremos sem pagar. Afinal, os músicos, como os outros artistas, precisam de ganhar a vida, e é justo que paguemos pelos seus trabalhos. Acredito que as novas "leis" do mercado vão ser positivas no sentido de devolver a criação aos músicos, pois as editoras começam a ter cada vez menos poder para os "estrangular" com regras e obrigações contratuais. Isto vai fazer com que algumas pessoas que gravitam em torno da indústria, e se tornam milionárias à custa dos músicos, desapareçam. Muitas bandas já tomaram as rédeas da produção e distribuição, e começam também a perceber que o negócio está cada vez mais no merchandising e nas tournées, pois as vendas de discos caíram e vão continuar a cair. Para nós, o MP3 serviu para levarmos a nossa música para todo o lado e partilharmos com os amigos. Mas espero que as pessoas não se esqueçam de apoiar as bandas, comprando os discos que realmente gostam (apesar de, na música, os 21% de IVA serem completamente ridículos). Nós cá estaremos para ver em que direcção as coisas vão evoluir... ou regredir.

Wednesday, September 26, 2007

The Police

Estiveram cá hoje e demonstraram estar vivos e em boa forma. Um grande concerto de Sting, Summers e Copeland no Estádio do Jamor, que durou cerca de duas horas. O alinhamento foi muito semelhante aos restantes desta tournée, e albergou os grandes êxitos da banda, compostos nas décadas de 70 e 80.

Foi bom ver uma das bandas históricas no panorama musical mundial, principalmente quando já não se esperava. Afinal, a reunião dos três músicos valeu a pena, mais de 20 anos depois da separação.

Pena que não tenhamos oportunidade de ver em Portugal os Genesis (reunidos para a última tournée) ou os míticos Led Zeppelin, que se vão reunir para um concerto em Londres, e já estão a deixar tudo e todos em polvorosa.

Fiquem com a inimitável "Roxanne".

Tuesday, September 11, 2007

Joe Zawinul

VIENNA (Reuters) - Keyboardist Joe Zawinul, who played with Miles Davis and helped shape jazz fusion with his band Weather Report, died in his native city of Vienna on Tuesday, aged 75.

Zawinul, voted best keyboarder 30 times by music magazine Down Beat's critics' poll, including this year, had sought medical attention last month after a tour. He died of a rare form of skin cancer, local news agency APA reported.

"Joe Zawinul was born on July 7, 1932 in earth time, and on September 11, 2007 in eternal time. He lives on," APA quoted his son Erich as saying.

Growing up in Vienna's poor Erdberg district during Nazi rule, Zawinul first showed his talent by playing the accordion with his family. He later won a free place in the Vienna Conservatory. As a young man his friends were the late former Austrian President Thomas Klestil and pianist Friedrich Gulda.

In 1959, Zawinul won a piano scholarship at Boston's Berklee College of Music, where many careers in contemporary music began, before joining the bands of U.S. jazz stars Dinah Washington and later Cannonball Adderly.

Miles Davis first approached the budding pianist in New York's Birdland jazz club, wanting to hire him, Zawinul once told an interviewer. Zawinul turned him down but said that when the time was right, they would make history together.

And when the time was right, they did. Ten years later, Zawinul wrote "In a Silent Way," the title cut for Davis' 1969 album regarded as one of the trumpeter's first forays into jazz fusion, a genre drawing on rock, R&B and other styles.

He played on and composed for Davis' "Bitches Brew" album in 1970, a chart-topping record considered revolutionary for the day and marking his crossover to a rock and pop audience.

Zawinul started Weather Report in 1970 with saxophonist Wayne Shorter. The band did much to bring electric piano, synthesizers, and African and Middle Eastern rhythms to mainstream audiences in a jazz setting.

Before its breakup in 1985, Weather Report released 17 albums. Its most famous song, "Birdland," published on the "Heavy Weather" album in 1977, won separate Grammy awards in three decades -- for the original version as well as for covers by Quincy Jones and Manhattan Transfer.
Following the break-up of Weather Report, Zawinul had fronted the Zawinul Syndicate for the past 20 years. After the group's tour this summer, he sought medical attention and was admitted to the Wilhelmina Clinic in his native city last month.

In 1963, Zawinul married Maxine, the first African-American Playboy bunny, whom he met in the Birdland club too. They mainly lived in Malibu, California. The couple had three children.

He also spent a lot of time in Vienna and started his own club there, also called Birdland. He had planned to give a concert in Vienna's concert hall on September 29.

Vienna Mayor Michael Haeupl said the musician would be buried in a grave of honor in Vienna.



Monday, July 30, 2007

Notas paralelas


O LA Times publicou ontem um excelente artigo sobre as semelhanças e as diferenças entre o jazz e o heavy metal. O primeiro estilo musical é considerado de elitista e complexo; o segundo é visto como brincadeira de crianças ou apenas como "barulho". Este texto, embora com as limitações de espaço que um jornal implica, traz algumas comparações interessantes entre os "dois mundos". Ao contrário do que muitos pensam, as semelhanças entre o jazz e o metal são muitas, e por isso muitos músicos tentam fundir os dois estilos.

"(...) heavy metal and jazz have been sipping quite a bit of lemonade on the veranda together lately. Bopsters used to disdain metal as kid stuff; metal dudes thought jazz was for geeks. But both forms — and forms ain't as pure as they used to be — tend to make huge technical demands, challenging the outer limits of fingers and mind".
A minha opinião sempre se aproximou a isto, pois o heavy metal pode ser tão ou mais complicado que o jazz, musicalmente falando, transmitindo as inúmeras emoções que a música pode transmitir. Nos dois estilos existem boas e más bandas, músicos exibicionistas (com os seus rapídissimos solos), e também grande parte dos melhores músicos de sempre.

"Some jazz players think that by putting a distortion box on their tone, all of a sudden it's rock," says Sherinian, lounging in his Valley home/studio. "But unless you grew up listening to Led Zeppelin, Van Halen, Black Sabbath, and you have that music in your heart, it's not gonna rock. Jeff Beck was the model for me, because he was a rock player who crossed over to the jazz side", diz Derek Sherinian, virtuoso teclista, que já passou pelos Dream Theater

Eu acho que qualquer dos dois estilos teve um papel considerável no desenvolvimento da música em geral, e discordo totalmente dos críticos de jazz que falam de um pedestal e olham para baixo para as bandas de rock. Gosto de ouvir ambos, e não acho que um estilo seja superior ao outro. Até porque a estrutura musical muitas vezes é semelhante, só que os instrumentos utilizados e a produção dos discos fazem-nos parecer muitas vezes como se estivessem em campos totalmente opostos. Por exemplo, Miles Davis aproximou-se muito do rock, enquanto bandas como Dream Theater ou King Crimson utilizam elementos jazzísticos, com outra "roupagem".

"In the '70s though, it was mainly African American jazz players who were crossing over to rock — selling out, many observers whined. But when Miles Davis heard Jimi Hendrix detonating sound bombs in the late '60s, he knew jazz needed to twist the volume knob. And electrified Miles begat a generation of fusioneers that included Tony Williams, John McLaughlin, Herbie Hancock, Chick Corea and Joe Zawinul, and Williams begat the nonpareil six-string speedster Allan Holdsworth".

Percebo que muitos sejam incapazes de gostar de dois estilos que soam, por vezes, totalmente opostos. Mas a ignorância e os comentários que muitos supostos entendidos fazem, levam-me a chegar à conclusão que de música percebem pouco. Apenas gravitam em torno desse mundo artístico e acham-se no direito de falar de coisas das quais deviam ter o mínimo de conhecimento.

Link para artigo completo

Sunday, July 29, 2007

RATM

Sete anos depois, os Rage Against The Machine voltaram a actuar em Nova Iorque. A recente onda de concertos que a banda deu desde o início do Verão fazem renascer a esperança de que se voltem a juntar e, principalmente, que façam uma tournée europeia.

Wednesday, July 25, 2007

The Jimi Hendrix Concerts


James Marshall Hendrix teve a sua primeira guitarra eléctrica aos 12 anos. A partir daí, pouco mais há a dizer e muito para ouvir. Hendrix morreu em 1970, com 28 anos, e hoje em dia só resta imaginar o que seria se ainda estivesse vivo. Nunca ninguém tinha ouvido um guitarrista tocar assim. Imagino o choque das pessoas na década de 60, quando ouviram o que Hendrix fazia com a guitarra. A partir de então o mundo nunca mais foi o mesmo.

O que me faz confusão é que muitas pessoas que adoram rock, blues, metal, etc., não conheçam sequer o trabalho daquele que foi, talvez, o melhor de sempre com uma guitarra na mão. Para quem já conhece, este é um grande disco. Quem não conhece, é uma boa oportunidade de se cultivar.

The Jimi Hendrix Concerts é um duplo álbum ao vivo, com algumas das suas melhores actuações e os seus grandes clássicos. Are you experienced?

Jimi Hendrix - Guitar
Noel Redding - Bass
Mitch Mitchell - Drums
Billy Cox - Bass on
"Red House" and "Hey Joe"

Part 1
Part 2

Tuesday, July 24, 2007

Who's the Master?

Há bandas que costumam tocar uma ou outra cover de vez em quando, para descontrair ou para homenagear algum grupo que os tenha marcado. Os Dream Theater têm esse hábito, com uma 'ligeira' diferença: é que quando o fazem, tocam um álbum inteiro. Entre Iron Maiden, Pink Floyd ou Metallica, os DT já mostraram ao vivo que não esquecem as suas influências.

Deixo aqui um álbum clássico, o Master of Puppets, dos Metallica, mas interpretado na íntegra pelos Dream Theater. A voz está diferente, mas pelo menos não há 'pregos'. É que em Lisboa deu para ver que os criadores do álbum já não conseguem tocar as músicas antigas mais complexas sem uns "aldrabanços". Esta versão do Master é "limpinha", do princípio ao fim...



James LaBrie - vocals
John Myung - bass
John Petrucci - guitar
Mike Portnoy - drums, vocals
Jordan Rudess - keyboards

1. Battery
2. Master Of Puppets
3. The Thing That Should Not Be
4. Welcome Home (Sanitarium)
5. Disposable Heroes
6. Leper Messiah
7. Orion
8. Damage Inc.


Link para download

Sunday, July 22, 2007

Constant Motion


Pela primeira vez, desde há muitos anos, os Dream Theater voltaram a gravar um videoclip. Praticamente ignorados pelos canais de ??música?? como a MTV, os mestres do progressivo deixaram de apostar no formato vídeo. Agora que assinaram contrato com uma major, a Roadrunner Records, os DT tiveram uma promoção como nunca visto até aqui.

O single do álbum Systematic Chaos, Constant Motion, uma das melhores músicas deste ano, foi agora apresentado em videoclip. A versão é mais curta, tem algumas passagens cortadas, infelizmente, mas vale a pena ver...



Para ouvir a versão completa (Audio) da música vão a http://www.myspace.com/dreamtheater

Friday, July 13, 2007

Música grátis

Um excelente motor de pesquisa para encontrar MP3's e álbuns em RAR. Não estou a dizer para sacarem, é mesmo só para pesquisar... lol

http://www.jimmyr.com/mp3.php

Wednesday, July 11, 2007

Beyond


Foi a terceira vez, mas parecia ser a primeira. Sempre que há um concerto de Steve Vai, o nervoso miudinho não me larga até ao início do espectáculo. Não é que nos outros concertos não o sinta, mas com o Vai é diferente. A genialidade, a personalidade, a presença em palco, o talento deste guitarrista não é algo a que se assista todos os dias, mesmo para quem está habituado a ver concertos desde pequeno.

Esta noite, mais uma vez na Aula Magna, tive a sorte de assistir a um grande espectáculo musical. Com uma banda diferente, que incluia dois virtuosos violinistas, Steve Vai fez uma retrospectiva dos álbuns mais importantes da carreira, mas com alguns arranjos diferentes. Desde logo, os dois violinos em palco adicionaram uma tonalidade "exótica" à música indescritível de Vai. Depois é aquilo que já se esperava, uma banda de grandes músicos a acompanhar o genial Vai, que mesmo assim consegue ser um "one man show". Toca, canta (e não tão mal como dizem os 'entendidos'), interage com a banda e o público, tudo dentro de um ambiente de extrema boa disposição.

O som na Aula Magna estava excelente, como é hábito, o que ajudou a complementar as notas "debitadas" pelos músicos presentes. A duração do concerto, 2 horas e meia, soube a pouco.

Em suma, uma noite a recordar. Mais uma vez, obrigado Steve Vai pela música inspiradora.

Monday, July 09, 2007

Para a próxima já sabem...


A Inglaterra não está definitivamente com os Metallica. Depois de James Hetfield ter sido detido no aeroporto de Luton devido à sua barba (confundido com um taliban!!!), desta vez foi a BBC a interromper o concerto dos Metallica no Live Earth. A atitude da cadeia britânica levou mais de quatro centenas de fãs da banda a queixarem-se...

Sunday, July 08, 2007

Ministry

O último álbum de Ministry, intitulado "The Last Sucker", vai ser lançado em Setembro deste ano. Este disco marca a despedida de uma das bandas mais aclamadas do heavy metal industrial, após 11 álbuns e 27 anos de carreira. O álbum é o último de uma trilogia que desmascara as falhas e conspirações da Administração Bush, depois de "Houses of the Mole" e "Rio Grande Blood". O novo álbum vai ter também uma cover de "Roadhouse Blues" dos Doors.

'Taliban' à solta

James Hetfield foi detido num aeroporto britânico, quando a banda se deslocava para tocar no Live Earth. Parece que a barba do frontman dos Metallica gerou alguma desconfiança, dado o clima "paranóico" que se vive em Londres.

Saturday, July 07, 2007

I'm creeping death

Os Metallica colocaram online um vídeo oficial da abertura do concerto em Atenas (3 Julho 2007), incluindo a primeira música, "Creeping Death". Um início semelhante ao de Lisboa, 5 dias antes.

http://youtube.com/watch?v=OI0RGh_0_eQ

Friday, July 06, 2007

Três mestres



O que acontece quando se juntam três mestres da guitarra clássica? "Friday Night in San Francisco" é um dos álbuns ao vivo mais influentes na história da guitarra. John McLaughlin, Paco de Lucia e Al Di Meola proporcionaram um espectáculo inesquecível, que ficou para sempre imortalizado nesse álbum. O concerto remonta ao ano de 1981, mas a sua qualidade atravessou décadas e, ainda hoje, é uma referência neste género musical. As melodias, os acordes, as grandes cavalgadas, estão lá todas, sem guitarras eléctricas e sem distorção.

A qualidade de imagem não é a melhor, mas vale a pena recordar o clássico "Mediterranean Sundance" em vídeo. Aqui.

Thursday, July 05, 2007

Carry On


Chris Cornell dispensa apresentações. Depois do excelente trabalho, nomeadamente nos Soundgarden, o vocalista formou mais recentemente os Audioslave, com elementos dos Rage Against The Machine. O som rock da banda perdeu o tom revoltado e agressivo de Zack de La Rocha, mas ganhou a melodia e o timbre inconfundível de Cornell, um dos melhores, se não o melhor vocalista de rock.

Pois bem, acabado que está esse projecto - os álbuns começavam a tornar-se muito iguais, parece que as ideias tinham-se esgotado - Cornell regressa em grande com um álbum a solo. Ao contrário de Euphoria Morning, este registo a solo está bastante interessante. Cornell é, além de grande vocalista, também um excelente compositor. E vale bem a pena ouvir este "Carry On" do princípio ao fim. Pelo meio, uma cover fantástica de "Billie Jean", de Michael Jackson... e mais não digo!

Se quiserem ter um cheirinho, vão a www.myspace.com/chriscornell

Wednesday, July 04, 2007

Dois regressos


A falta de tempo levou-me a deixar de escrever para o blog. Seis meses depois, uma época de concertos levou-me a escrever novamente umas linhas. Não que a vontade tivesse passado, mas nem sempre conseguimos ter tempo para fazer tudo aquilo que gostamos.


Depois do concerto dos Dream Theater me ter relembrado que já não pego numa guitarra há bastante tempo, o show dos Metallica no SBSR relembrou-me que não escrevia sobre música ainda há mais tempo. Se os mestres do progressivo não foram uma surpresa (a única coisa má foi mesmo o som no Coliseu), já os Metallica deixaram-me algo surpreendido com o setlist. Sim, sei que no Rock in Rio tinham tocado músicas antigas, mas desta vez foram ainda mais longe.

Tocaram o ...And Justice For All, uma das melhores composições da banda, 18 anos depois!!! ( aúltima vez tinha sido em São Paulo, em 1989). Depois, além de clássicos como Ride The Lightning, The Four Horsemen, Disposable Heroes ou Orion (!!!! RIP Cliff Burton), ainda nos deram o Am I Evil, que também não era tocado ao vivo na versão completa há 9 anos. Quem deve mesmo ter ficado a apanhar do ar foi todos os putos e os wannabe Metallica fans, que não devem ter conhecido metade do alinhamento. Temos pena! Há vida antes do black album. Quando se gosta de uma banda, não custa nada ver o que foi feito no passado (sim, porque quando saiu o "Metallica", em 1991, também era um puto).

De resto, a mesma merda de sempre. Cada vez tenho menos paciência para festivais - parece que agora estão na moda e temos que apanhar com otários que nem conhecem o que está no cartaz, mas como é bom comentar com os amigos que estiveram presentes no evento, lá vão eles...

Para quem quiser recordar, eis a pérola, 18 anos depois:
http://youtube.com/watch?v=LO8pQaWEGgk

Thursday, November 23, 2006

Loueke! Quem?


Depois do concerto dos "extraterrestres" Keith Jarrett, Jack DeJohnette e Gary Peacock, eis que chega o Herbie Hancock na mesma semana!! Uff!! Não é fácil digerir tanta coisa. E num concerto de mais um "extraterrestre", a surpresa veio de uma guitarra. Lionel Loueke, músico do Benin, é uma verdadeira caixinha de surpresas. E alia ao seu enorme talento uma dose interessante de originalidade. Nascido em África, estudou música em Paris e depois na Berklee School of Music, nos EUA. E consegue juntar todas estas influências de uma forma bastante interessante. Um valor a não perder de vista.

http://www.youtube.com/watch?v=HRKz5oN_1Eo

www.lionelloueke.com

Watch for yourself!

Thursday, November 09, 2006

Já só faltam três dias...


...para o regresso a Portugal de um dos melhores músicos de jazz de sempre. 25 anos depois Keith Jarrett vai actuar no nosso país. Keith vai actuar no formato de trio, trazendo com ele os companheiros habituais: Jack Dejohnette e Gary Peacock. Dia 12 de Novembro no CCB. A não perder!

Wednesday, October 11, 2006

Introducing... Mr. Mike Mangini

No comments...



Se me conseguirem explicar onde é que os braços dele estão no fim do solo, agradecia :)

Friday, September 29, 2006

Com Cheerleaders assim... vale a pena

O tempo para escrever tem sido tão curto, portanto cá vai mais uma sugestão em formato vídeo. Vejam aqui as meninas bonitas da Luz...





Se quiserem ler toda a reportagem cliquem aqui.

Thursday, August 10, 2006

Even the score

Já falta pouco para o lançamento daquele que espero seja um dos melhores álbuns do ano. "Score" é o mais recente trabalho dos Dream Theater, um álbum ao vivo em que a mestria dos músicos da banda se mistura com uma orquestra. Depois de S&M dos Metallica, "Score" tem tudo para ser um marco na história da fusão rock/metal com a música sinfónica. Mas a boa notícia é que o álbum está disponível em mp3.com para ser ouvido em streaming. Claro que não é o mesmo que ter o CD ou o DVD, mas até à data de lançamento (prevista para 29 de Agosto) já dá para saciar a curiosidade. A não perder!

Tuesday, August 08, 2006

Stanley Jordan

Por dica de um amigo, aqui fica mais um grande clip de um grande músico. Mais uma vez as palavras são totalmente dispensáveis... Just hear it!

Monday, July 31, 2006

Miles Away


Há músicos que marcam uma geração. Mas há outros que vão ainda mais longe. Mudam toda a forma de pensar, tocar e estruturar uma peça musical. Revolucionam as nossas mentes, chocam com métodos instituídos e irritam os críticos que não os conseguem compreender. E estes músicos não marcam apenas uma geração – deixam a sua marca de tal forma impressa que a partir daí a música nunca mais é a mesma. Atravessam décadas e o legado perdura para sempre. Veja-se o caso de Mozart, Beethoven, Rachmaninoff ou Jimi Hendrix. Quantos anos passaram desde as últimas composições destes génios? Mesmo que não se perceba, aquilo que fizeram pela música continua a perdurar e as composições da actualidade serão sempre influenciadas por o que se conseguiu evoluir no passado.

Miles Davis é uma destas excepções. O trompetista norte-americano revolucionou a música no século XX e a sua influência vai perdurar por muitos séculos. O menino que nasceu em Saint Louis cedo ganhou interesse pela música e mudou-se para New York assim que completou o ensino secundário. Foi aqui que conheceu o mundo do jazz, no famoso circuito de bares da Big Apple. Ainda jovem, Miles conheceu alguns nomes grandes do jazz como Charlie Parker, Jack DeJohnette ou Art Blakey. Aprendeu com eles, mas tão importante como isso foi a preocupação em encontrar a sua “voz” no trompete, a sua sonoridade, aquilo que o iria distinguir de todos os outros. Esse foi um percurso de toda uma vida, que pode ser apreciado na longa discografia do artista. Desde os primeiros anos a tocar standards até à fase “eléctrica” e progressiva, Miles Davis é inconfundível. Trabalhou com John Coltrane, Sonny Rollins, Chick Corea, Keith Jarrett, Art Tatum, Charles Mingus, Philly Joe Jones, Dizzy Gillespie, entre muitos outros. Mas sempre se conseguiu destacar pela originalidade, criatividade e inovação. Como li nalgum lado, Miles Davis é o Picasso do jazz. Não sei se a comparação é ideal ou não, mas o trompetista negro de mau feitio é talvez o músico mais influente do jazz do século passado.

Pouco tempo antes de Jimi Hendrix falecer, os dois músicos tinham-se juntado e preparavam-se para gravar um álbum juntos.
Infelizmente, esse disco nunca chegou a acontecer. Miles soube da notícia da morte do guitarrista, e pela primeira vez na sua vida achou que devia ir a um funeral. O sonho tornava-se impossível de realizar: conhecendo-se o génio dos dois músicos, a música seria provavelmente algo impossível de descrever. Afinal o que aconteceria se se juntassem os dois maiores músicos do século XX??? Nunca se saberá...

Miles morreu em 1991, mas a sua música é eterna.



Wednesday, June 28, 2006

A vingança serve-se fria...

Capa de ontem do maior diário desportivo espanhol, antes do jogo dos oitavos-de-final entre França e Espanha. (Reparar nas provocações em letra pequena, acima da manchete, a Zidane).



Quem é que está em pânico agora? Zidane mostrou que ainda não esqueceu... e os espanhóis choram a eliminação. Nada a que já não estejam habituados.

Thursday, June 01, 2006

Plágio ou coincidência???


Pois é. Há coisas que continuam a surpreender-nos... desta vez a história envolve os Red Hot Chili Peppers, banda que vai actuar depois de amanhã no Rock In Rio. Quem é que ainda não ouviu o single "Dani California" retirado do novo álbum "Stadium Arcadium"? Poucos, certamente. Mas ainda menos serão os que reconheceram evidentes semelhanças entre esta música e uma de Tom Petty lançada em 1990 e que se intitula "Mary Jane's Last Dance". Um produtor de rádio norte-americano descobriu um possível caso de plágio praticado pelos RHCP, e afirma mesmo que "a progressão de acordes, a melodia, o tempo, a escala, o tema da letra... são idênticos". Num programa emitido esta semana foi desvendado o alegado plágio e as duas músicas foram comparadas, primeiro com excertos de cada uma e depois tocadas simultaneamente. Qual não é a surpresa quando se percebe que o início dos dois temas é igual, e até a secção rítmica está no mesmo tempo musical!!
Para quem é fã da banda ou quem se interessa por música aqui fica o link com o excerto do programa de rádio onde se pode ouvir a investigação sobre este caso:
WGMD Radio News

Thursday, May 25, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 16

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 16: 1995


Estamos praticamente a meio da década de 90. A indústria musical começa a sofrer algumas alterações, principalmente pela “explosão” de ficheiros MP3 através da Internet, fenómeno que começa a crescer neste ano, e desde aí não mais parou até aos dias de hoje.
Os Dire Straits separam-se, pondo fim a uma brilhante carreira. Por outro lado formam-se os System Of a Down, uma das bandas mais inovadoras na cena metal a aparecer nesta década.

Quanto a discos influentes lançados em 1995, temos “King For a Day...Fool For a Lifetime” dos Faith No More, “Wolfheart” dos Moonspell (maioritariamente a uma escala nacional) e dois que vou falar mais detalhadamente.

Os Garbage formam-se em 1993, pela mão dos 3 produtores Butch Vig, Duke Erikson e Steve Marker. Estes juntam-se para uma jam session mas acabam por recrutar Shirley Manson para a voz e assim nasce uma das mais inovadoras bandas pop rock da década de 90. Como não podia deixar de ser, o álbum de estreia “Garbage” é extremamente bem produzido, com particular destaque para os arranjos das músicas, que fazem a banda apresentar uma sonoridade diferente do habitual em bandas pop. O álbum começa a ter sucesso nos E.U.A. mais para finais do ano, quando “Queer” passa a ter forte destaque nas rádios. Mais tarde também “Stupid Girl” e “Only Happy When It Rains” recebem forte airplay, ajudando o álbum a atingir “ouro” em meados de 1996. “Garbage” acaba por ser um dos melhores discos pop do ano e uma lufada de ar fresco neste estilo musical.

Este é um dos maiores discos de industrial, feito por um nome que dispensa apresentações neste estilo. Os Fear Factory lançam “Demanufacture”, o segundo álbum da carreira, onde aperfeiçoam a reconhecida sonoridade da banda, misturando a electrónica industrial e samples com o pesado death metal. O resultado acaba por ser excelente, e o disco é aclamado um pouco por todo o mundo. A partir daí o industrial nunca mais foi o mesmo. A bateria de Herrera, misturada com os riffs pesadões de Cazares e os refrões melódicos de Burton C. Bell deixaram a sua marca para sempre. Basta ouvir “Replica”, “Dog Day Sunrise”, “Self Bias Resistor” ou “Demanufacture” para se perceber porquê…

Até para a semana.
Rock On!


Tuesday, May 23, 2006

Defeso Musical




Já há algum tempo que não escrevia. Falta de tempo ou falta de assunto, não sei. Pois hoje decidi voltar à caneta e papel (vulgo Word) e deixar aqui umas linhas. Para variar vou falar de música, mais concretamente de períodos de espera. A música às vezes é como o futebol em tempo de defeso, onde não há jogos e os jornais esperam e desesperam por tempos mais movimentados. Aquelas alturas em que esperamos por álbuns novos ou concertos, parecem este longo período de espera até começar o Mundial e o ecrã se voltar a encher de futebol várias horas por dia. Pois neste momento encontro-me numa dessas fases, e a única coisa a fazer é ouvir coisas antigas que vão ficando para o lado por falta de tempo. E já não é mau, pois às vezes é a única maneira de ouvir com atenção e pormenorizadamente alguns discos que já comprei ou arranjei, e por este ou aquele motivo fui adiando audições mais atentas. E aproveito sempre para descobrir coisas novas, especialmente em áreas musicais onde o meu conhecimento é menor.
Bom, mas isto tudo para falar de duas coisas que já espero com alguma ansiedade. Os Iron Maiden já efectuaram as gravações do seu novo álbum de estúdio, e ainda não ouvi falar da data prevista de lançamento. Apenas sei que já está a ser misturado pelo "mestre" Kevin Shirley... e conhecendo bem a banda britânica não posso esperar para ouvir a sonoridade do novo material.
Por falar em Kevin Shirley, o homem que costuma misturar os álbuns de Dream Theater, os norte americanos fizeram um concerto no passado mês de Janeiro com uma orquestra!!!, após 20 anos de carreira. Se já os Metallica tinham tido uma experiência bastante interessante com a San Francisco Symphony Orchestra (lançada em "S&M), então a espera para ouvir os génios do rock progressivo a tocar com uma orquestra vai ser longa... mas certamente vai valer bem a pena. Datas previstas é óbvio que também não há, mas não me parece que o lançamento deste concerto em CD e DVD seja feito durante este ano.
Entretanto temos um mês de Mundial (9 Junho a 9 Julho), antecedido pelo Europeu de Sub-21, para nos ajudar a esperar pelas novidades musicais.

Up the irons!

Wednesday, April 26, 2006

FF@Almada


O grande nome do metal industrial passou ontem à noite por Almada. Os Fear Factory (FF) não deram descanso a ninguém durante 1 hora e 45 minutos. Deve ser por isso que os meus ouvidos continuam a emitir feedback, e o corpo dói como se tivesse estado a fazer desporto durante duas horas. Mazelas que ficam de um concerto, mas que não chegam para relegar as boas memórias para segundo plano. Os norte-americanos estiveram iguais a si próprios e destilaram riffs industriais, acompanhados pela "metralhadora" que é a bateria de Raymond Herrera, um espectáculo dentro do próprio espectáculo. Felizmente os dois últimos álbuns foram os menos tocados, com a banda a concentrar a maior fatia do concerto em "Demanufacture" e "Obsolete", os discos mais conseguidos na carreira dos FF. Não faltou nenhuma das grandes músicas, acompanhadas por abundante mosh e crowd surfing. Os seguranças não tiveram mãos a medir...

Desde "Self Bias Resistor", "Shock", "Edgecrusher", "Linchpin", passando por "Martyr", entre muitas outras, e o encore com "Replica" e "Ressurrection", era difícil pedir mais. O Incrível Almadense voltou a viver uma grande noite de metal, e os fãs de FF também. Parte de "Walk" (dos Pantera) foi também revivido pelos FF, numa homenagem ao falecido guitarrista Dimebag Darrel, que chegou para pôr todos a saltar e a gritar o nome de um dos mais carismáticos guitarristas do heavy metal (morto por um fã durante um concerto, em 2004).
Pena que ultimamente os concertos de metal andem tão escassos por cá. As melhores bandas (não significa as mais conhecidas) continuam sem incluir o nosso país nas suas tournées. Será que os nossos promotores de concertos andam a dormir, ou só lhes interessa trazer grandes nomes ao Pavilhão Atlântico?

Thursday, April 20, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 15

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 15: 1994


De 12 a 14 de Agosto realizou-se a segunda edição do Festival Woodstock, em comemoração dos 25 anos sobre o evento original de 1969. Com o lema “Three more days of peace, love and music”, o festival teve um ambiente completamente diferente do Woodstock original e acaba mesmo por ficar conhecido como “Mudstock” devido às enormes batalhas de lama entre o público presente e algumas bandas. Os maiores nomes presentes foram Santana, Aerosmith, Peter Gabriel, Metallica, Green Day, Nine Inch Nails, Red Hot Chilli Peppers, Cypress Hill, Joe Cocker, entre outros.
Kurt Cobain suicida-se na sua própria casa, em A
bril deste ano, e a sua morte acaba por torná-lo num ícone da música rock em todo o mundo. Neste ano é editado “MTV Unplugged in New York”, até hoje um clássico dos álbuns ao vivo, e uma das maiores performances da banda antes da morte do seu frontman.


O quarto álbum dos Soundgarden acaba por ser o que mais sucesso teve na carreira do grupo originário de Seattle. “Superunknown” é um disco que revela uma banda no auge da originalidade e maturidade na composição, enquanto mantém as características da sonoridade do quarteto. O som grunge, com influências “Zeppelianas” e de heavy metal, marca o som dos Soundgarden, além das dissonâncias e compassos invulgares. Neste disco há também algumas incursões pela pop, no que é exemplo o hit single “Black Hole Sun”. Ao todo são 15 músicas, que ajudaram a elevar os Soundgarden a banda de culto. Sem dúvida um dos grandes discos desta década.


“Burn My Eyes” foi uma das grandes surpresas do ano. O disco de estreia dos Machine Head apresenta ao mundo uma sonoridade que rivaliza com os melhores álbuns de Pantera, e que consegue soar original ao mesmo tempo. Tarefa nada fácil para um primeiro disco, mas o que é certo é que os MH demonstram aqui toda a sua capacidade para compor, além de uma enorme coesão no resultado final. Os riffs de guitarra não podiam ter mais groove, a voz assenta que nem uma luva e a secção rítmica é bastante boa. É deste disco que saem temas como “Old”, “Davidian”, “A Thousand Lies” ou “Block”, que até à data continuam a ser dos melhores alguma vez editados pela banda.


Até para a semana.
How Does it Feel to Be Alive?!

Tuesday, April 18, 2006

Terror, onde?


"Hostel", de Eli Roth, é para já uma das grande desilusões do ano. A hábil campanha de marketing americana funcionou em pleno, o nome de Quentin Tarantino (como produtor executivo) ajudou a chamar pessoas às salas, mas no final de contas "Hostel" não passa de um filme medíocre, com alguns salpicos de gore à mistura. Três adolescentes (dois americanos e um islandês) conhecem-se durante uma viagem pela Europa e, depois de ouvirem uma história mirabolante sobre Bratislava e a facilidade de arranjar mulheres, decidem ir até à capital eslovaca. Em Bratislava as coisas não serão tão fáceis como parecem, e os jovens vêem-se envolvidos num complexo esquema de tráfico de carne humana.

A primeira metade do filme chega a ser muito má, e parece que estamos a ver um qualquer teenager road movie de má qualidade, com um argumento que roça a banalidade. Ao fim de quase uma hora lá vem um pouco de gore, quase forçado, aparecendo como acessório de uma estória muito fraca, e não de uma forma natural. Isto, para um filme que se apresentava no cartaz como "the scariest movie in a decade", é manifestamente insuficiente.
O filme aborda o tráfico de seres humanos, que são depois mortos de várias formas por psicopatas que pagam para assassinar as vítimas das mais diversas formas. Mesmo assim o realizador cai muito no facilitismo, e nunca chega a explorar o lado da estória que poderia ser desenvolvido de uma forma muito mais interessante. Excepção feita a duas ou três cenas e alguns pormenores, o resto do filme acaba por ser demasiado superficial e caír facilmente no tédio. O filme até poderia servir para uma séria reflexão sobre a crueldade humana para com os seus semelhantes e os limites do sofrimento e tortura impostos, mas é certamente coisa que não se vê neste "Hostel". Os efeitos sonoros e a música são demasiado excessivos, "empurrando" sempre o espectador para onde o realizador deseja, não deixando que os sentimentos passem de uma forma natural através da imagem e do próprio argumento.

Ao contrário do que estava à espera, este é um filme de estúdio à boa maneira hollywoodesca, e como geralmente sucede neste género, a boa produção não disfarça o mau conteúdo, e a lógica comercial sobrepõe-se ao interesse de criar um filme com qualidade que leve as audiências a reflectirem.
Vejam. Mas depois não digam que não avisei!