Thursday, March 30, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 13

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 13: 1992

Os primeiros anos da década de 90 continuam a ser marcados pelo crescimento e solidificação do movimento grunge um pouco por todo o mundo, e pela abertura de novas fronteiras no mainstream pelos maiores grupos de heavy metal. Os Nirvana atingem o 1º lugar no Top em vários países com o lançamento do ano anterior, "Nevermind".
Relativamente a novas bandas, temos os Korn e os Oasis, que se formam precisamente neste ano e que irão espalhar a sua influência mais tarde, embora em áreas distintas.
A escolha dos álbuns mais influentes do ano recaiu totalmente no heavy metal, pois todos eles serão discos muito influentes para o futuro, tanto a nível de composição como a nível de alargamento das fronteiras deste estilo, principalmente com a entrada em cena dos Rage Against The Machine (RATM). E numa altura em que cada vez mais estilos alternativos de rock atingiam o sucesso comercial, foram as bandas de heavy metal a marcar o passo e a compôr discos que vão influenciar as novas gerações de músicos.


Tal como os Metallica tinham feito no ano anterior, os Megadeth seguem os passos e lançam “Countdown to Extinction”, que embora seja bastante diferente de “Metallica”, possui alguns pontos em comum em relação à difusão do heavy metal no circuito mainstream e à qualidade do álbum. De facto “Countdown to Extinction” não tem tantos singles, digamos assim, como “Metallica”, mas é um disco bem tocado da primeira à última música, de uma composição e maturidade bastante acima da média. “Symphony of Destruction” conquistou desde logo airplay nas rádios e MTV, tornando-se um grande sucesso e ofuscando o resto das músicas. Mas quem ouvir com atenção vai descobrir grandes músicas como “High Speed Dirt”, “Countdown to Extinction”, “This Was My Life”, “Foreclosure of a Dream”, enfim, quase podia citar os temas todos do álbum. Os Megadeth atingiam o pico da sua carreira, e este line-up, que vinha desde “Rust in Peace (o álbum mais complexo musicalmente dos Megadeth, lançado em 1990) mantém-se neste álbum e por mais dois, construindo a fase mais sólida da carreira do grupo, desde sempre liderado por Dave Mustaine.


Os Pantera foram uma banda que marcou a diferença, pela positiva, no mundo do rock. E se “Cowboys From Hell” já tinha prometido, então com “Vulgar Display of Power” a banda atinge definitivamente um nível e estatuto merecidos pela originalidade, potência e energia que as suas músicas possuíam. Um dos primeiros álbuns de sempre deste género a estrear no primeiro lugar da Billboard Chart, mais um sinal de que o heavy metal tinha mais fãs do que as pessoas da indústria musical pensavam. Mas isso são apenas dados estatísticos... e o que interessa aqui é a música. Pois bem, desde a abertura com “Mouth For The War”, o épico “Walk”, passando pela “balada” “This Love”, é difícil ficar indiferente à energia e brutalidade (no bom sentido) dos Pantera. Há ainda uma das maiores músicas do metal dos anos 90, o rapídissimo e arrebatador “Fucking Hostile”, que contém uma mensagem social deveras interessante. Quem acha que metal é só barulho e vocalistas a berrar mensagens nonsense é porque nunca se deu ao trabalho de ouvir com atenção. Vale a pena apreciar a voz de Phil Anselmo, o excelente trabalho de bateria (principalmente no pedal duplo) de Vinnie Paul, o baixo “consistente” a complementar a secção rítmica e os riffs inigualáveis de Dimebag Darrel.


Este é o álbum homónimo de estreia dos Rage Against The Machine. E caiu que nem uma pedrada no charco, pois os RATM foram a primeira banda a misturar metal, hip-hop, punk e hardcore com qualidade e originalidade. Além disso sempre foram uma banda corrosiva e com críticas e mensagens políticas bastante duras em relação ao imperialismo e ao poder político dos E.U.A. Este disco contém alguns dos maiores êxitos na carreira da banda, como o inevitável “Killing in The Name”, “Bombtrack”, “Wake Up” ou ainda “Bullet in The Head”. Ao todo são 10 temas de puro groove, onde se destacam a guitarra inimitável de Tom Morello e a voz poderosa e autoritária de Zack De La Rocha. Isto sem desprimor para a secção rítmica dos Rage, que se entende às mil maravilhas e lança as bases para o estilo inconfundível da banda.


Até para a semana
We Gotta Take The Power Back!

Tuesday, March 28, 2006

Terror Asiático


"3...Extremos". Uma amostra do cinema fantástico e "gore" que se vai fazendo pela Ásia. São 3 curtas, filmadas por 3 realizadores diferentes. Fruit Chan (Hong Kong), Park Chan-Wook (Coreia do Sul) e Takashi Miike (Japão) são dos mais conceituados realizadores asiáticos do momento, que se movimentam normalmente por áreas extremas, seja no terror, no suspanse ou no fantástico. "Dumplings", a primeira curta das três, é também a mais real e que nos retrata um submundo à parte, visto de uma forma simples e curiosa, mas extremamente hábil por Fruit Chan. Preciosas iguarias, preparadas e cozinhadas por um "chef" diferente, são o segredo para manter a juventude. A história, a fotografia e a música estão extremamente bem conseguidas e o ambiente recriado pelo realizador pouco ou nada deixa a desejar. Park Chan-Wook, o realizador de "Oldboy", apresenta-nos "Cut", num género um pouco diferente, mas que surpreende pela positiva. Uma comédia "selvagem", servida com requintes "gore". Quanto a Takashi Miike, para muitos um realizador de culto no Japão, assina aqui a curta metragem menos impressionante das três. Uma abordagem demasiado artística e conceitual, que não ajuda muito a história, mas onde mesmo assim encontramos elementos característicos do cinema fantástico de Miike. Em resumo, vale a pena assistir a "3...Extremos", se gosta de cinema asiático e não é uma pessoa facilmente impressionável. Para quem não gosta deste estilo de cinema, é melhor manter-se longe deste filme.

Thursday, March 23, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 12

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 12: 1991


Este foi um dos anos com mais acontecimentos “históricos” da última década. Freddie Mercury, o vocalista de Queen, morre a 24 Novembro, vítima de SIDA. Desaparecia assim um dos mais brilhantes vocalistas da história do rock. Neste ano falece também um dos músicos
mais influentes de sempre, o genial Miles Davis, que foi um dos primeiros a usar instrumentos eléctricos no jazz e a fundi-lo com rock e outros estilos, que mudariam para sempre a música que hoje conhecemos.

Em Seattle, este foi o ano da explosão do grunge para o mundo. Os Nirvana lançam “Nevermind”, até hoje o álbum mais popular da banda, os Pearl Jam editam “Ten” e os Soundgarden regressam com “Badmotorfinger”, isto só para mencionar os mais importantes. Os Rage Against The Machine, uma das mais melhores e mais originais bandas a fundir o heavy metal com o rap ou hip hop, formam-se nesta altura.
Quanto a álbuns lançados, são tantos e tão importantes que mencioná-los a todos daria uma longa lista. Como habitualmente, vou falar daqueles que mais importância histórica tiveram, na minha opinião, para o desenvolvime
nto do rock.


“Nevermind” foi uma das grandes surpresas desta década. O segundo álbum dos Nirvana quebrou todas as barreiras e popularizou um género musical como poucos o tinham feito até então. Kurt Cobain torna-se mais tarde um ícone para jovens e adultos de diferentes gerações e, goste-se ou não, a música dos Nirvana mudou o mundo do rock para sempre. Os ritmos simples, a estrutura de quatro acordes da maior parte das músicas ou a mistura com o punk e o metal caracterizavam o som dos Nirvana. Exemplos disso são “Smells Like Teen Spirit”, “Come as You Are”, “Lithium” ou “In Bloom”. “Nevermind” marcou uma era e uma geração, mas a carreira dos Nirvana viria a acabar prematuramente com o suicídio do seu líder, Kurt Cobain, em Abril de 1994.


Três anos de preparação e uma ambição enorme levaram a banda norte-americana a lançar dois discos de uma só vez, “Use Your Illusion I” e “Use Your Illusion II”. Dois álbuns que ficarão para sempre na história do rock, contendo músicas de uma qualidade fantástica e alguns épicos, embora também alguns (poucos) temas menos bem conseguidos. Desde “Live And Let Die” a “November Rain”, passando por “Civil War”, “Don’t Cry”, You Could Be Mine” e a famosa versão de “Knockin’ on Heaven’s Door”, mais uma mão cheia de boas músicas, chega para colocar a banda no topo das mais talentosas nos anos 90. Os ícones Axl Rose e Slash são os principais responsáveis, e embora os outros elementos da banda fossem também talentosos, o seu carisma não era o mesmo.


Os Metallica regressam com aquele que ficou conhecido por “black album” e que foi um dos mais vendidos de sempre na história do heavy metal. E se é verdade que a promoção ao disco foi enorme, algo até então nunca visto para uma banda de metal, isso não retira o mérito ao quarteto norte-americano pela qualidade das músicas, aliadas a uma produção extremamente exigente e cuidada de Bob Rock. Metade dos temas deste álbum tornaram-se hinos dos Metallica e alargaram a sua base de fãs ao mainstream de uma maneira nunca antes vista. “Enter Sandman”, “Sad But True”, “Wherever I May Roam”, “The Unforgiven” e “Nothing Else Matters” foram os grandes responsáveis. Mas desengane-se quem rotula este álbum de comercial, pois o peso e os riffs característicos de Metallica continuam lá, desde “Holier Than Thou”, passando por “Through The Never”, “Of Wolf And Man” ou “Struggle Within”. Um disco para ouvir do primeiro ao último segundo.


Até para a semana.
Get The Funk Out!

Monday, March 20, 2006

Ben Harper

Powered by Castpost

As duas faces de Ben


Ben Harper está de volta e em dose dupla. "Both Sides of The Gun" é o título do novo álbum, que contém dois discos. A decisão de lançar o álbum dividido teve a ver com razões musicais, e não porque as músicas não coubessem todas no mesmo cd. Ben Harper tinha canções de diferentes inspirações e achou que a divisão em dois discos fazia mais sentido: "I hate to call it the hard disc and the soft disc, because sometimes the soft stuff hits you harder than anything else." Harper compara a experiência com a audição de um disco em vinil: "It's like flipping a record, turning it over to the next side."

O compositor, guitarrista e vocalista leva-nos a diferentes emoções ao longo das 18 músicas que podemos apreciar em "Both Sides of The Gun". Estão lá as baladas, a melancolia, a slide guitar, as letras por vezes intimistas, a vontade de mudar o mundo, o rock, os blues, o funk, enfim, tanta coisa que não dá para enumerar tudo. Mas este é sem dúvida alguma um álbum a explorar, bastante interessante e diversificado. Carreguem no play em cima, apreciem e "acreditem" neste "Better Way"...

I'm a living sunset
lightning in my bones
push me to the edge
but my will is stone

fools will be fools
and wise will be wise
but i will look this world
straight in the eyes

what good is a man
who won't take a stand
what good is a cynic
with no better plan

reality is sharp
it cuts at me like a knife
everyone i know
is in the fight of their life

take your face out of your hands
and clear your eyes
you have a right to your dreams
and don't be denied

I believe in a better way

Thursday, March 16, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 11

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 11: 1990


Eis que chegamos ao início da década de 90. Muita e boa música se fez nos anos 80, mas a década de 90 não lhe fica atrás. Nota-se, ao longo dos anos, uma evolução nos estilos musicais dentro do próprio rock, além de que nos anos 90 a música electrónica começa a surgir em força e a influenciar cada vez mais bandas pop, rock ou metal.

Neste ano morre Stevie Ray Vaughan, o grande guitarrista de blues que deixou atrás de si um legado e uma influência musical bastante grandes.
E logo em 1990 temos muitos álbuns de qualidade que vão marcar definitivamente a sonoridade nos anos seguintes. De alguns deles vou falar mais aprofundadamente.


Aquela que viria a tornar-se na formação clássica de Megadeth gravou 4 álbuns, e “Rust in Peace” foi o primeiro deles. E os bons dotes composicionais de Dave Mustaine só ficaram a ganhar com a entrada de Marty Friedman e Nick Menza, produzindo um dos melhores álbuns do heavy metal clássico de sempre. À semelhança de “...And Justice For All” nos Metallica, este “Rust in Peace” é também o disco mais trabalhado, complexo e técnico da carreira dos Megadeth. “Holy Wars...The Punishment Due” abre o álbum, com uma rapidez trash, aliada a uma técnica acima da média, e torna-se para sempre num clássico da banda norte-americana. Há ainda “Hangar 18” com estonteantes solos de guitarra, “Lucretia” com grandes riffs, “Tornado of Souls” com um groove e trabalho de guitarras impressionante ou “Rust in Peace...Polaris”, a fechar o álbum com mais uma música rápida e técnica.


Os Extreme foram uma das grandes bandas da década de 90. Nuno Bettencourt, o extraordinário guitarrista, foi um dos grandes responsáveis pela sonoridade dos Extreme. Apesar da sua sonoridade percorrer terrenos tão distintos como o heavy metal, o pop ou o hard rock, o grande hit deste álbum foi uma balada apenas com guitarra acústica e voz: o inesquecível “More Than Words”. Mas “Pornograffitti” é muito mais que isso. Tem um pouco de todos os ingredientes que nos habituámos a ouvir em Extreme, desde os riffs pesados, passando pelo som funk e groovy, às calmas baladas. “Decadence Dance”, “Get The Funk Out”, “More Than Words” e “Pornograffitti” são dos temas mais bem conseguidos e todos eles são totalmente diferentes um do outro. É por isso que os Extreme atingiram logo sucesso com este segundo álbum, com uma qualidade e maturidade composicional bem altas.



Este é, talvez, “O Disco” de guitarra eléctrica. O génio Steve Vai compôs os 14 temas de “Passion & Warfare”, e depois de ouvirmos o álbum percebemos que estava muito à frente da sua era. Steve Vai não é um artista fácil de ouvir e gostar logo às primeiras audições, mas assim que começamos a compreender o seu trabalho, abre-se um mundo novo de possibilidades musicais. “Liberty”, “Erotic Nightmares”, “Sisters” ou “The Audience is Listening” são músicas excepcionais neste “Passion & Warfare”. Há ainda aquele que, na minha opinião, é um dos melhores temas compostos em guitarra eléctrica: o arrepiante “For The Love of God”. Está lá tudo; harmonia, música, sentimentos... e a grande beleza da música instrumental é esta, para quê palavras, quando os instrumentos conseguem-nos transmitir mais sentimentos do que as palavras alguma vez conseguiriam.


Até para a semana.
Clash With Reality!

Wednesday, March 15, 2006

SBSR 2006


Está quase completo o cartaz deste ano para o Festival Super Bock Super Rock. Bandas de qualidade e para (quase) todos os gostos. O festival está dividido em dois Actos, cada um com dois dias de concertos. As datas são 25 e 26 de Maio e 7 e 8 de Junho.




ACT I

25 Maio- Korn, Within Temptation, Moonspell, P.O.D.
26 Maio- Tool, Placebo, Deftones, Alice in Chains

ACT II

7 Junho- Franz Ferdinand, The Cult, Keane, dEUS, Editors
8 Junho- 50 Cent, Pharrell Williams, Patrice, Boss AC

Tuesday, March 14, 2006

September Notes


Óptimas notícias para os fãs de jazz portugueses: um dos grandes mestres do jazz contemporâneo vai actuar no nosso país. Falo mais concretamente de Chick Corea, um nome que dispensa apresentações no mundo do jazz. No entanto a espera ainda vai ser longa. As datas agendadas para o Coliseu de Lisboa e do Porto são, respectivamente, 22 e 23 de Setembro. Chick Corea conta já com uma longa carreira, uma discografia enorme e 11 Grammys ganhos. Trabalhou com os maiores nomes do jazz mundial (desde Miles Davis a Keith Jarrett, Pat Metheny ou Herbie Hancock, entre muitos outros), antes de ele próprio se tornar também num dos mais conceituados e respeitados músicos da actualidade. Desde a mítica banda Return To Forever, do início da década de 70, passando pelas suas Acoustic e Elektric Band ou as inúmeras colaborações com outros artistas, Chick Corea tem demonstrado a sua qualidade e mestria ao longo de três décadas e meia e dezenas de álbuns. Chick começou a tocar piano aos 4 anos, com principal formação na área da música clássica, sendo as suas maiores influências de então Mozart e Beethoven. O pianista começou mais tarde a descobrir outros estilos, mas foi no jazz que mais se destacou. Corea já percorreu diferentes áreas do jazz, desde o bebop ao avantgarde, passando pela fusão e improvisação, e deixou atrás de si um legado enorme de música (http://www.chickcorea.com/discography.html). É considerado por muitos um dos maiores compositores do século XX. Resumindo, um concerto a não perder em Setembro...

Monday, March 13, 2006

Ondas Sonoras


É já esta noite que o surfista hawaiano Jack Johnson actua no Pavilhão Atlântico. Os bilhetes já esgotaram há muito, nesta que é a 2ª passagem do norte-americano por Portugal. A guitarra acústica de Jack Johnson e a sua voz calma e "quente" têm feito sucesso no mundo inteiro. Portugal não é excepção, e depois da passagem pelos Coliseus no ano passado, desta vez espera-o um Pav. Atlântico cheio, à espera de ouvir os seus maiores êxitos e ser "transportado" para um sítio cool e relaxed. É esta a magia da música de Jack Johnson. Quase sentimos aquela tranquilidade de estarmos no "meio" do oceano, só nós e as ondas. Quem pratica surf ou outro desporto semelhante provavelmente compreenderá melhor este sentido na música de Jack Johnson, mas muitos que nunca fizeram surf na vida sentem-se atraídos pelas notas do músico californiano. Não gosto do rótulo de "surf music" que muitos gostam de lhe chamar, porque a música de J.J. é universal, livre, e carrega consigo uma enorme onda de "good vibrations". Seja-se ou não surfista...

Thursday, March 09, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 10

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 10: 1989


Pouco a realçar este ano, além da estreia discográfica de algumas bandas importantes e um ou outro álbum ou single que fizeram a diferença no meio de inúmeros lançamentos. Começamos pelas estreias: Extreme com “Extreme”, Lenny Kravitz com “Let Love Rule”, Mr. Big com “Mr. Big”, Nirvana com “Bleach” e Skid Row com “Skid Row”, tudo bandas que alcançaram fama e glória nos anos seguintes.

Neil Young, após alguns anos de experimentalismos e álbuns controversos, lança “Freedom”, que alcança algum sucesso e imortaliza uma das mais emblemáticas canções de rock de todos os tempos: “Rockin’ in The Free World”. Os Dream Theater estreiam-se com “When Dream And Day Unite”, apenas uma amostra daquilo que os vai tornar 10 anos mais tarde na banda mais importante e talentosa na área do rock progressivo.
Neste ano assistimos também à formação de duas bandas com importância na década seguinte, os Marilyn Manson e os Therapy?. Os álbuns de 1989 que escolhi analisar pertencem aos The Cult e aos Ministry.


O 4º álbum dos The Cult foi talvez o que mais sucesso e impacto teve na sua carreira. “Sonic Temple” é um misto de baladas, diferentes estilos de hard rock e heavy metal, ao mesmo tempo que tentava manter um groove e algumas parecenças com o rock comercial dos anos 80. O single “Fire Woman” catapultou a banda para o Billboard Top Ten e garantiu-lhes o sucesso e estatuto que não tinham logrado atingir com os discos anteriores. O conhecido baterista Matt Sorum chegou e gravou “Sonic Temple”, mantendo-se com a banda até à altura em que começaram a trabalhar no álbum sucessor deste, indo depois juntar-se aos Guns N’ Roses.
Este álbum consegue colocar os The Cult como banda de suporte na tournée “Damaged Justice” dos Metallica, embora a sonoridade seja consideravelmente diferente daquilo que os Metallica praticavam na altura. Curiosamente quem produziu este álbum foi Bob Rock, que se tornou famoso por produzir o “black album” dos Metallica e os álbuns posteriores.


Os Ministry foram uma das bandas que mais popularizou o estilo industrial, juntando pesados riffs de heavy metal, criando um som muito próprio. O industrial intenso e agressivo dos Ministry pode ser bem apreciado neste “The Mind is a Terrible Thing to Taste”, uma excelente mistura da parte electrónica (sintetizadores) com o som cru e trash das guitarras e da percussão. Este é sem dúvida um dos álbuns mais bem conseguidos da carreira dos Ministry e um clássico para quem gosta de sonoridades “industriais”. “Burning Inside”, "Breathe", "So What" ou "Test" são belos exemplos das descargas industriais e da intensidade na música e sonoridade dos Ministry.


Até para a semana.
Keep the Volume High!

Wednesday, March 08, 2006

Testament em Corroios!


É já este fim de semana que os históricos Testament actuam na Margem Sul, mais concretamente em Corroios.

Tuesday, March 07, 2006

Ali Farka Touré


Desapareceu esta semana mais um grande nome da música mundial. Ali Farka Touré, conhecido como o bluesman de África, faleceu de doença prolongada. Foi, além de grande músico, um dos grandes embaixadores do Mali, seu país de origem, e do continente africano. Os últimos anos da sua vida, passou-os em Niafunké, terra natal, onde era Presidente da Câmara e agricultor dedicado. Em recente passagem por Portugal, no ano passado, Ali Farka Touré concedeu uma rara entrevista a Ana Sousa Dias, onde ficámos a saber que, mais do que músico, Touré considera-se agricultor e criador de gado, que nunca quis viver no estrangeiro, e que nos últimos anos tinha conseguido construir 6 escolas no Mali, vários centros de saúde e um sistema de irrigação. Pena que muitos não sigam o seu exemplo: aproveitar aquilo que o mundo da música lhe deu e ajudar os seus irmãos e compatriotas no Mali e em África.

Monday, March 06, 2006

Breves Musicais

Quando pensamos que algumas bandas desapareceram de vez, eis que elas voltam. É o caso dos Pearl Jam: após tantos anos sem se ouvir falar neles, parece que os "jovens" americanos lançaram um novo single intitulado "World Wide Suicide" (disponível para download através do site http://bootlegs.pearljam.com). Não tenho nada contra eles, acho até que sempre foram das bandas que demonstraram ter mais respeito pelos seus fãs. Mas nunca lhes consegui reconhecer talento suficiente para o estatuto que alcançaram na década passada...

Os "ressuscitados" Pixies estão de regresso a Portugal, desta vez para um concerto no Pavilhão Atlântico a 20 Julho. Quem estiver interessado, os bilhetes estão à venda e custam entre 24 e 33 €.

Os Three 6 Mafia conquistaram o Óscar de melhor canção original com "It's Hard Out Here For a Pimp", para o filme "Hustle & Flow". Tornaram-se nos primeiros hip-hoppers a actuar numa Cerimónia de entrega dos Óscares. Depois de ter visto, não percebi o prémio. Não aprecio particularmente hip-hop, mas há coisas bem melhores que aquilo que os Three 6 Mafia demonstraram ontem em palco. Até o Eminem fazia melhor. A Academia deve estar louca.

Thursday, March 02, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 9

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo
9: 1988


Pela primeira vez na história da música, as vendas de Cd’s ultrapassaram as vendas de vinil. A experiência de ouvir música em casa nunca mais seria a mesma. O formato digital impõe-se de vez e só alguns puristas continuam a comprar discos de vinil.

A nível de lançamentos discográficos, os Soundgarden estreiam-se com “Ultramega OK”, que marca o início de uma das melhores bandas de rock de sempre. Os Suicidal Tendencies lançam “How Will I Laugh Tomorrow When I Can’t Even Smile Today?”, um dos maiores êxitos da banda que ficou conhecida pela sua enérgica mistura de hardcore com heavy metal. Uns Pink Floyd já enfraquecidos pelas saídas de Gilmour e Waters lançam um álbum ao vivo com os maiores êxitos da banda, “Delicate Sound of Thunder”. Mas os discos que mais marcaram este ano foram, na minha opinião, “Operation: Mindcrime” dos Queensrÿche e “...And Justice For All” dos Metallica.


Um álbum conceptual e uma das primeiras grandes obras do rock/metal progressivo. É um álbum muito rico, tanto musicalmente como liricamente. Temas como “Revolution Calling”, “Operation: Mindcrime”, “Suite Sister Mary” (inclui orquestrações de Michael Kamen, o mesmo que trabalhou com os Metallica em S&M) ou “I Don’t Believe in Love” conferem genialidade ao trabalho dos Queensrÿche. Muito focado na política americana, este é daqueles álbuns que têm de se ouvir do princípio ao fim, se queremos perceber a sequência lógica das músicas e a própria “estória” que está por detrás do conceito do disco. Para quem gosta de prog metal actual, "Operation: Mindcrime" é um disco obrigatório para conhecer as referências do passado.


Mais uma obra prima dos norte-americanos. Este foi o primeiro álbum da era pós Cliff Burton, e é, até à data, o álbum mais maturo e complexo dos Metallica em termos de composição musical. Sem perder minimamente o peso e a harmonia de Master of Puppets, este “...And Justice For All” vai ainda mais longe no sentido de estender a capacidade compositora dos Metallica enquanto um todo. “Blackened” abre o álbum a todo o gás, “...And Justice For All” segue-lhe o rasto, e temos logo dois temas longos e épicos, de uma qualidade impressionante. “One” e “Harvester of Sorrow” são outros dois clássicos que fazem parte deste disco, um grande momento instrumental com “To Live is To Die”, o rapídissmo “Dyers Eve”, enfim, “...And Justice For All” é um álbum extremamente rico, de uma complexidade nunca vista em Metallica e que mais uma vez ultrapassou barreiras e estendeu novos caminhos ao heavy metal. O único senão é a produção do álbum, pois a qualidade sonora deixa um pouco a desejar, a juntar ao facto de o baixo praticamente não se ouvir durante todo o álbum por decisão da banda (muito discutível, diga-se) devido a Jason Newsted ser o membro novato que substituiu Cliff Burton.


Até para a semana.
The Feeling's Back!

Wednesday, March 01, 2006

Back in the Village



Acabei de chegar. 4 dias a ouvir música brasileira e pimba, a ver personagens em todas as ruas, a aturar as bebedeiras de Carnaval...
Nunca consegui gostar do Carnaval. Mas há sítios que nos fazem esquecer todos os defeitos desta época. Sítios e pessoas. A banda sonora destes dias não foi certamente a ideal, mas os amigos e as praias do Baleal fazem-nos esquecer quase tudo. O frio, a péssima música da Voilà e do Bar d'Ilha, as tardes de Inverno sem nada para fazer... o que é certo é que ainda agora cheguei, e sem saber porquê, só penso em voltar. Ficam 4 dias de "estórias" surreais e memórias que vou guardar para sempre.
A todos os que lá estiveram e partilharam as longas noitadas e as tardes entediantes, um até breve!