Tuesday, January 31, 2006

Um 25 de Abril diferente!


Uma boa notícia para os fãs portugueses: os Fear Factory (FF) regressam a Portugal para um concerto no dia 25 de Abril, no Incrível Almadense. A banda formou-se em 1990 em Los Angeles, e foi alcançando um ligar de destaque devido à originalidade do som que praticava, uma mistura de metal com industrial. O estilo intenso da bateria (muito pedal duplo e ritmos que fazem lembrar maquinaria), aliando essa pujança aos riffs pesados e groovy da guitarra, e a refrões muito fortes, são os elementos mais importantes da sonoridade da banda. Os melhores momentos surgem em 1995 com "Demanufacture" e em 1998 com o conceptual "Obsolete". A banda lança ainda "Digimortal" em 2001, antes de se separar por divergências entre Dino Cazares (guitarrista) e Burton C. Bell (vocalista). Muitos temeram que fosse o fim de uma das maiores bandas de industrial de sempre, mas a banda nunca chegou a terminar. Os FF lançam para o mercado uma demo de gravações, com o nome de "Concrete", em 2002, e no ano seguinte um álbum de raridades e remisturas, apelidado de "Hatefiles". Mas apesar do esforço, os FF parecíam condenados ao fim. É então que Cazares decide saír e Burton C. Bell regressa, permitindo à banda um esforço para voltar aos "bons velhos tempos", com o lançamento, finalmente, de um álbum de originais. "Archetype" foi a tentativa de colocar os FF outra vez no bom caminho, mas a saída de Cazares tinha deixado marcas. Só em 2005, com um novo lançamento, a banda consegue alcançar um patamar mais próximo daquilo que tinha feito no passado. "Transgression" já possui aquela sonoridade que nos faz perceber em poucos segundos a banda que estamos a ouvir, e tem alguns temas bastante fortes, a fazer lembrar "Demanufacture" ou mesmo "Obsolete". É com este novo álbum na bagagem que os Fear Factory se vão apresentar em Almada, em Abril, para gáudio de todos os fãs da banda. Quem já os viu ao vivo sabe do que falo. A energia destilada pela banda e absorvida pelo público gera espectáculos puros de adrenalina e boa música. Resta então esperar pelo 25 de Abril...

Wednesday, January 25, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 4

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 4: 1983

Este ano ficou marcado pelo lançamento do álbum de estreia dos Metallica, não tanto pelo sucesso que alcançou (ainda algo limitado por esta altura), mas principalmente pela enorme influência que teve nos anos seguintes em inúmeras bandas e no rumo musical que muitos seguiram a partir desta data. Por outro lado, Dave Mustaine, o guitarrista que tinha sido expulso de Metallica em 1982 forma os Megadeth, outra banda determinante para a história nas décadas de 80 e 90.

Noutra área, de salientar também a formação dos Red Hot Chilli Peppers e o grande êxito, finalmente (algumas décadas depois), de um álbum de blues rock. Foi “Texas Flood”, de Stevie Ray Vaughan, um guitarrista extremamente talentoso que misturava a energia do rock com as partes mais calmas e “tristes” do blues, e que vai também influenciar muitos músicos daqui para a frente.

Relativamente a álbuns influentes, resolvi escolher “Kill’Em All” dos Metallica, pelas razões já salientadas, e “Eliminator” dos ZZ Top.


Os ZZ Top são um trio formado na década de 70, que se dedicou a uma fusão do blues com o rock, criando um estilo muito particular. Conhecidos também pelas suas longas barbas, os músicos norte-americanos tinham as suas raízes no blues, mas ao longo do tempo foram criando um blues “groovy”, com muito rock à mistura, e vocalizações mais semelhantes ao que se fazía no rock. “Eliminator” é o nono álbum da banda, e um dos melhores. A banda conseguía finalmente ganhar um maior estatuto, atingindo a fórmula do sucesso. “Gimme All Your Lovin’ ”, “Legs” ou “Sharp Dressed Man” foram singles que fizeram sucesso. Não que os ZZ Top não fossem conhecidos por esta altura, mas “Eliminator” acaba por ser um dos álbuns mais marcantes da carreira talvez porque tinha a sonoridade apropriada para a época. É um álbum bem conseguido, que se ouve bastante bem do princípio ao fim.


Aquela que é hoje a maior banda de metal do mundo estreou-se neste ano com o impressionante “Kill’Em All”. E digo impressionante porque ouvir este álbum hoje não é o mesmo que há 22 anos atrás. Em 1983 o trash metal dos Metallica surpreendeu o mundo do rock, misturando riffs e solos rápidos, músicas energéticas, letras acutilantes, um baixista virtuoso e as boas, embora ainda inexperientes vocalizações de Hetfield. Analisando o álbum mais pormenorizadamente, a abertura com “Hit The Lights” não podía ser melhor, 4 minutos e 17 segundos de riffs alucinantes e longos e rápidos solos de guitarra deixam água na boca para o que vem a seguir. “The Four Horsemen”, 7 minutos, com um interlúdio mais calmo e um grande solo para terminar. Depois é “sempre a abrir” com “Motorbreath” e “Jump In The Fire”, uma pausa para descansar com um grande tema/solo de baixo do saudoso Cliff Burton em “Anesthesia – Pulling Teeth”, o alucinante 300 à hora “Whiplash”, “Phantom Lord”, “No Remorse”, o clássico “Seek & Destroy” e para terminar “Metal Militia”. Não há temas fracos neste álbum, é ouvir de uma ponta à outra. Inovadores e agressivos q.b., os Metallica estavam apenas a começar aquilo que os vai transformar anos depois na maior banda de heavy metal do mundo.


Até para a semana!
Kick it Loud!

Tuesday, January 24, 2006

A Arte de Improvisar


Faz hoje (24 Janeiro) precisamente 31 anos que foi gravado "The Köln Concert". Keith Jarrett, um dos mais conceituados pianistas de jazz, actua a solo em Köln, num concerto magnífico que fica para sempre imortalizado em CD. O músico norte americano nasceu em 1945 e começou a ter aulas de piano logo aos 3 anos, depois da sua família ter reparado que a criança tinha um dom particular para a música. Aos 6 anos deu o seu primeiro concerto a sério, terminando com 2 composições suas! A sua educação musical em piano foi estritamente clássica, mas Keith começa a interessar-se por jazz ainda na sua juventude. Passa um ano na Berklee School Of Music (uma das mais conceituadas escolas de música do mundo) mas o seu início no mundo do jazz não foi fácil. Keith Jarrett passava muito tempo no Village Vanguard, local onde haviam "jam sessions" nocturnas, à espera de uma oportunidade para tocar. E quando ela apareceu, não a desperdiçou. O seu talento foi reconhecido imediatamente por Art Blakey (uma lenda na bateria jazz) que o convidou para tocar com os New Jazz Messengers. Uns anos após foi Miles Davis que reconheceu o enorme potencial de Jarrett e o aliciou a tocar com ele, mas aquele recusou por algumas vezes o convite de uma das maiores figuras do jazz de sempre. Mas Jarrett deve-se ter apercebido da oportunidade que estava a perder e acabou por juntar-se a Davis, sendo o outro pianista Chick Corea. Ter melhores músicos de jazz por perto era difícil, e Keith certamente aprendeu bastante, pois acaba por se tornar num dos melhores pianistas improvisadores do mundo do jazz. E foi em 1973 que Keith decidiu fazer aquilo que o tornou mais famoso: dar concertos de improvisação a solo. Estes concertos eram pura improvisação, Jarrett não levava para o palco nenhuma composição anterior, apenas se "limitava" a sentar-se ao piano e a tocar!! Todos ficaram estupefactos com o facto de o músico conseguir tocar a solo tanto tempo seguido, a improvisar, e sem erros. Este "The Köln Concert" tem perto de uma hora e foi, da série de concertos a solo publicados, aquele que mais vendeu. Vale a pena ouvir o mestre da improvisação numa hora de puro jazz, sem fronteiras, sem preconceitos, sem limites...

THE KÖLN CONCERT:

Part I - 26:02
Part II a - 14:54
Part II b - 18:13
Part II c - 6:59

Thursday, January 19, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 3

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 3: 1982

1982 não foi um ano particularmente generoso no que respeita a álbuns muito influentes na hitória do rock. Mas alguns acontecimentos viríam a marcar em definitivo os próximos anos e décadas. Randy Rhoads, o promissor guitarrista de Ozzy Osbourne, morre num acidente de aviação. Rhoads tinha criado um estilo muito próprio, numa altura em que muitos guitarristas se limitavam a copiar Eddie Van Halen, e foi um dos primeiros a incorporar a técnica e sonoridade da música clássica nas suas composições (mais tarde Yngwie Malmsteen vai desenvolver esse aspecto bastante mais).
Nos bastidores havia muitas movimentações. É neste ano que em San Francisco, mais concretamente na Bay Area, James Hetfield e Lars Ulrich formam os Metallica. Logo no ano a seguir vão dar que falar. Outras bandas importantes para o curso da história também se estavam a formar, embora demorassem mais a ser notadas. Falo por exemplo dos Pantera ou dos Faith No More.
Mais uma vez a escolha dos álbuns mais influentes do ano foi bastante complicada. A decisão recaíu sobre a estreia de Billy Idol a solo e sobre o clássico “The Number Of The Beast” dos Iron Maiden.


Depois de uma passagem pelos Generation X, que acabam por se separar, o músico britânico decide estrear-se a solo com “Billy Idol”. Uma imagem rebelde e um som pop/rock são a imagem de marca de Idol, que aproveita muito bem a nova conjuntura da indústria musical, com o aparecimento da MTV. Isto porque é muito por “culpa” de dois videoclips, “White Wedding” e “Dancing With Myself” (este tema era uma remistura do original de Generation X), que obtêm considerável tempo de antena na MTV que o álbum acaba por ter mais sucesso junto do público. Mais tarde, em Julho de 1983, o single “White Wedding” acaba por entrar para o top 40, muito devido ao tempo de antena que obteve na televisão. Ainda antes, o primeiro single de Billy Idol, “Eyes Without a Face”, lançado no EP “Don’t Stop” (em 1981) obtém considerável sucesso e chega ao top 40 em Junho de 1982. Estes são os temas mais fortes do álbum, e é o começo de um artista que vai fazer história e marcar o seu nome nos mais famosos do rock n’roll mundial.


Se os Maiden já andavam nas bocas do mundo após “Iron Maiden” e “Killers”, com “Number Of The Beast” a banda conquistou finalmente um estatuto superior entre os fãs e a crítica. O primeiro álbum com Bruce Dickinson na voz torna-se num tremendo sucesso. E menos não sería de esperar se olharmos para os temas que compõem este álbum. “Run To The Hills” é hoje um dos temas mais conhecidos de heavy metal e ponto alto de qualquer actuação da banda inglesa – um verdadeiro hino. Quase o mesmo se pode dizer do tema que dá nome ao álbum, “The Number Of The Beast”, que valeu aos britânicos o rótulo de satânicos e a proibição da venda do álbum em alguns países. Hoje continua a ser também uma música de referência para os fãs do heavy metal em geral. Podemos ainda apreciar “The Prisoner”, “22 Acacia Avenue” ou uma das grandes baladas dos Maiden, “Hallowed Be Thy Name”. Uma música fantástica, onde desde logo Bruce Dickinson deixa antever todo o seu potencial. E confirma-se: mais de 20 anos depois Bruce é uma das maiores, senão a maior referência, quando se fala em vocalistas de metal.


Até para a semana.
Up The Irons!!!

Thursday, January 12, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 2

Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 2: 1981


“Ladies And Gentlemen, Rock N’ Roll!” – iniciava-se assim, em 1981, a primeira emissão da MTV, primeiro canal dedicado à música. O canal norte-americano emitia 24 horas por dia e mais tarde vai ganhar muita influência e alterar a indústria musical.

Devido à sua morte no ano anterior, “Imagine”, de John Lennon, alcança o nº1 do top singles em muitos países e fica para sempre no imaginário de milhões de pessoas, transformando-se numa das canções mais populares de sempre.
Em Maio mo
rre outra lenda, e embora não do rock, penso que merece ser mencionado: Bob Marley. Nem é preciso dizer que o seu contributo para a música foi imenso.

Este é o ano de estreia de Phil Collins a solo, com o álbum “Face Value”. O virtuoso músico começa a ser conhecido nos Genesis, principalmente a partir da saída de Peter Gabriel, pois deixa a bateria e assume o papel de vocalista. A partir deste momento Phil Collins revela-se ao mundo como um grande músico e compositor, além de exímio baterista. Dois temas do seu álbum a solo atingem os tops, “In The Air Tonight” e “I Missed Again”. “Face Value” entra directamente para o 1º lugar do top no Reino Unido e mantém-se na tabela dos mais vendidos durante 274 semanas.

Quanto a álbuns, a escolha não foi fácil. Este foi um ano marcadamente de singles importantes, e foi por isso muito difícil de escolher álbuns que marcaram definitivamente o rumo do rock (num sentido abrangente). “Start Me Up” (Rolling Stones), “Under Pressure” (Queen e David Bowie) ou “Every little Thing She Does Is Magic” (The Police) foram músicas que perduraram, mas sem que os seus álbuns tenham sido extremamente decisivos no desenvolvimento do rock. Quanto a álbuns, a escolha não foi pacífica, mas lá me decidi por “Fair Warning” dos Van Halen e “No Sleep ‘Til Hammersmith” dos Motörhead.


A banda norte americana liderada pelo talentoso guitarrista Eddie Van Halen tinha-se formado em 1978 e contava já com três álbuns. O primeiro, de 1978, intitulado “Van Halen” tinha mostrado ao mundo um novo tipo de hard rock. A soberba técnica de Eddie Van Halen aliada à voz de David Lee Roth iría redefinir o standard do género nas décadas de 80 e 90.
Mas nem tudo estava bem no seio da banda à partida para as gravações de “Fair Warning”. Eddie queria expandir a musicalidade dos Van Halen noutras direcções, e isso repercutiu-se na sonoridade do novo álbum. Em vez de hits rock, este é um álbum mais escuro, com um som mais intenso e "pesado". Uma grande introdução com “Mean Street”, no estilo inconfundível de Eddie e a sua técnica de tapping, puro hard rock, um dos temas mais rápidos do álbum. Mas "Fair Warning" é um álbum diverso, e temos “Push Comes To Shove”, um tema mais lento e com outro feeling ou "Sinner's Swing", rock n' roll com riffs bem groovy. Pena o álbum ser curto (não porque os grandes álbuns se meçam pelo número de minutos, mas porque apetece ouvir mais), mas Eddie V. H. e David Lee Roth estão a um nível bastante elevado.


Os Motörhead formaram-se em 1975, pela mão do seu carismático líder Lemmy. Metal, punk, rock, um pouco de cada um destes estilos ajuda a caracterizar o som dos Motörhead, além obviamente da inimitável voz rouca e agressiva de Lemmy. Após 4 álbuns de originais, os Motörhead lançam o seu primeiro álbum ao vivo. E este “No Sleep ‘Til Hammersmith” foi uma aposta ganha. Toda a energia e agressividade da banda foi capturada neste concerto, com os grandes temas dos Motörhead até então. Os eternos clássicos “Ace Of Spades” e “Overkill”, em conjunto com outros êxitos da banda como “Bomber”, “(We Are) The Road Crew” e “Motörhead” fazem com que este álbum tenha sido, para alguns, um dos primeiros de trash metal. Os momentos capturados ao vivo durante esse ano um pouco por toda a Grã-Bretanha e imortalizados neste CD demonstram aquilo que era assistir a um concerto dos Motörhead na altura. Muito suor, muita energia e muito mosh, metal no seu formato mais cru e duro.


Até para a semana.
Bring The Noise!

Tuesday, January 10, 2006

Bangguru


Hoje vou falar de algo diferente. Um projecto relativamente recente na área da pop/electrónica, de origem nacional. Os Bangguru formaram-se no final de 2003 e lançaram o seu primeiro trabalho no mercado recentemente. A banda já tem airplay em rádios como a Antena 3, e é formada por 2 membros (JP e PH) que tinham trabalhado em conjunto nos já extintos Ghost In The Machine, um projecto que se movia em áreas semelhantes. João Pico (guitarra, programação) formou os Bangguru, e fez-se acompanhar de Marisa Fortes (voz e letras), Pedro Henriques (voz e letras), José Dias (guitarra) e João Hora (programação). Pelas amostras que se conseguem ouvir através do site oficial da banda, a música tem uma forte componente electrónica e de programação, muito bem complementada pela voz doce e sensual de Marisa. Alguns momentos fazem lembrar os também portugueses Donna Maria. Para quem se interessa por este estilo de música vale a pena consultar o site, onde não só podemos saber mais sobre os Bangguru, ouvir alguns mp3's, e principalmente ver os vídeos da banda (muito bons). João Pico a fazer um excelente trabalho na parte vídeo, tal como já tinha acontecido anteriormente nos Ghost In The machine. Os vídeoclips estão muito bem conseguidos e espero que consigam ter o seu espaço nas televisões nacionais. Vale a pena dar uma espreitadela naquilo que de novo vai surgindo no panorama musical português. O site está extremamente bem construído e proporciona uma navegação agradável (plug-ins flash obrigatórios).

Aqui vai o endereço: www.bangguru.com
Informações sobre concertos: www.bangguru.blogspot.com

Thursday, January 05, 2006

Rock Encyclopedia Chapter 1

Começo hoje uma série de textos sobre os álbuns e músicos que mais influenciaram o mundo do rock desde o início dos anos 80 até ao início do novo milénio. É impossível falar de tudo e todos, até porque foram inúmeros os lançamentos e os artistas que ajudaram a moldar a música como hoje a conhecemos, mas vou tentar falar sobre os mais importantes, sejam pelas inovações no estilo, vendas, originalidade,etc. Durante 16 semanas acompanhem parte da história do rock (e estilos derivados) aqui nos Estilhaços Melódicos.


Clássicos do Rock - de 1980 a 2000
Capítulo 1: 1980

Este é o ano do assassinato de John Lennon, em frente ao seu apartamente em Nova Iorque. A história é sobejamente conhecida e certamente alterou muita coisa no mundo da música. A entrada em cena de Steve Harris, mentor e baixista dos Iron Maiden foi também determinante para o que se viría a passar nos anos seguintes. Para o primeiro ano desta década escolhi 3 álbuns que me pareceram extremamente influentes (pelas razões que explicarei mais à frente). Eles são “The Wall” dos Pink Floyd, “Iron Maiden” dos Iron Maiden” e Back In Black dos AC/DC.

Comecemos pelos Pink Floyd. Inicialmente idealizado por Roger Waters, que o mostrou em forma de demo aos outros membros da banda, “The Wall” foi depois trabalhado pelos restantes elementos da banda no sentido de melhorarem aquilo que tinha sido feito até então por Waters. A banda teve alguns problemas na composição e finalização do álbum, que levou a mexidas no line-up após a conclusão das gravações. Independentemente de tudo isso, este duplo álbum ficou na história do rock como um dos mais vendidos de sempre (23 vezes platina nos EUA). Alguns temas muito bons foram suficientes para “encobrir” outros não tão bons. Mas “Another Brick In The Wall”, “Hey You” ou “Confortably Numb” marcarão para sempre o som característico dos Pink Floyd. E de facto, ao ouvir “The Wall”, percebemos o que é o som dos Pink Floyd. Ambiências impressionantes, melódico q.b., e um som de guitarra imponente, com solos muito bem trabalhados por Gilmour, a juntar à sua voz, e temos os ingredientes para um dos álbuns mais influentes deste ano. Para trás tinha ficado o já aclamado “Dark Side Of The Moon”, lançado em 1973.

Quanto a Iron Maiden, dispensam grandes apresentações. Começam a dar nas vistas no final da década de 70, a tocar em bares por toda a Inglaterra e gravam uma demo intitulada “The Soundhouse Tapes” (1979). O fenómeno acaba por se espalhar mais do que a própria banda pensava, e logo no ano seguinte entram em estúdio para gravar o seu primeiro álbum, ainda hoje o preferido de muitos dos seus fãs. Quase todos os temas do álbum se tornaram hinos da banda: “Iron Maiden”, “The Phantom Of The Opera”, Transylvania”, “Sanctuary” ou “Running Free” marcaram e continuam a marcar gerações. A New Wave Of British Heavy Metal (NWOBHM) começava a despontar em força em conjunto com outras bandas (Saxon, Def Leppard, Samson, Overkill, etc.), e muito por "culpa" de Steve Harris e da sua força para levar o projecto dos Maiden avante. A sonoridade dos Maiden foi uma pedrada no charco. Um baixista genial e intrincadas melodias de guitarra, juntamente com chorus muito fortes marcarão para sempre o som destes britânicos. Ainda hoje poucas bandas têm performances tão seguras e interessantes ao vivo como os Maiden. Tal como Steve Harris previra muito cedo, “Iron Maiden’s gonna get you, no matter how far...”. Ficou escrito e cumpriu-se o sonho. Os Maiden têm talvez uma das maiores e mais fiéis bases de fãs do heavy metal.

Do outro lado do mundo, os australianos AC/DC também davam que falar. Após a morte do vocalista Bon Scott, este era o primeiro álbum com Brian Johnson e as expectativas eram muitas pois substituir Bon Scott não sería tarefa fácil. “Back In Black” arrasou os tops, atingindo o 1º lugar em alguns países (21 vezes platina nos EUA), e fica para a história como um álbum cheio de boas canções, ao bom estilo rockeiro dos AC/DC. Desde a canção que dá nome ao álbum, passando por “Hells Bells” (bonito tema de abertura), “Shoot To Thrill” ou o famoso “You Shook Me All Night Long” (que teve direito a uma interessante versão cantada por Celine Dion e Anastacia há poucos anos atrás) temos uma mão cheia de boas músicas e rock n’roll como só os AC/DC sabem fazer. São três álbuns indispensáveis ao início da década de 80 e que vão influenciar muitos outros, como veremos nos próximos capítulos.

Até para a semana.
For Those About To Rock We Salute You!